Resumo: |
Nas últimas três décadas, o governo português enfrentou o problema dos incêndios florestais, dedicando esforços para diminuir o número de
ignições, intervir na gestão da floresta, fomentar a redução de combustível e a implementação do espaço defensível. Os instrumentos políticos
utilizados foram os convencionais (e.g. legislação e regulamentos), não com base em incentivos, mas sempre em medidas coercivas. Após o verão
de 2017, a pressão social e política para "resolver o problema dos incêndios" produziu uma cascata de soluções legislativas com uma abordagem
irrealista de "one fits-all" com a ameaça de coimas pretendem mudar comportamentos. As políticas que se apoiam na pesquisa comportamental
das ciências sociais são mais propensas a promover uma mudança de comportamentos e a diminuir os impactos dos incêndios. Uma componente
chave para mudar as normas e os comportamentos sociais envolve que se tenha em consideração as perspetivas e preocupações de diferentes
grupos e públicos. A compreensão empírica de como as populações percebem o risco de incêndio, bem como o seu conhecimento e o uso de
diferentes medidas de mitigação, tanto antes como durante um evento, é necessária para garantir que os esforços de envolvimento tenham
resultados positivos.
Em Portugal, o progr ama de sensibilização que visa reduzir o número de ignições foi avaliado como esporádico, generalista, irregular,
desorganizado e ineficaz. Baseia-se na disseminação de informações, para consciencializar e mudar comportamentos, mas desde a década de
1980, a pesquisa científica mostrou que esse tipo de abordagem era ineficaz.
O projeto AVODIS propõe desenvolver e alcançar novas estratégias para melh orar o reduzido conhecimento do contexto social da prevenção,
mitigação e supressão de incêndios florestais, para garantir uma melhor eficácia das campanhas de sensibilização de modo a aumentar a
segurança e a resiliência das populações.
Este problema é muito importante, nomea damente porque: |
Resumo Nas últimas três décadas, o governo português enfrentou o problema dos incêndios florestais, dedicando esforços para diminuir o número de
ignições, intervir na gestão da floresta, fomentar a redução de combustível e a implementação do espaço defensível. Os instrumentos políticos
utilizados foram os convencionais (e.g. legislação e regulamentos), não com base em incentivos, mas sempre em medidas coercivas. Após o verão
de 2017, a pressão social e política para "resolver o problema dos incêndios" produziu uma cascata de soluções legislativas com uma abordagem
irrealista de "one fits-all" com a ameaça de coimas pretendem mudar comportamentos. As políticas que se apoiam na pesquisa comportamental
das ciências sociais são mais propensas a promover uma mudança de comportamentos e a diminuir os impactos dos incêndios. Uma componente
chave para mudar as normas e os comportamentos sociais envolve que se tenha em consideração as perspetivas e preocupações de diferentes
grupos e públicos. A compreensão empírica de como as populações percebem o risco de incêndio, bem como o seu conhecimento e o uso de
diferentes medidas de mitigação, tanto antes como durante um evento, é necessária para garantir que os esforços de envolvimento tenham
resultados positivos.
Em Portugal, o progr ama de sensibilização que visa reduzir o número de ignições foi avaliado como esporádico, generalista, irregular,
desorganizado e ineficaz. Baseia-se na disseminação de informações, para consciencializar e mudar comportamentos, mas desde a década de
1980, a pesquisa científica mostrou que esse tipo de abordagem era ineficaz.
O projeto AVODIS propõe desenvolver e alcançar novas estratégias para melh orar o reduzido conhecimento do contexto social da prevenção,
mitigação e supressão de incêndios florestais, para garantir uma melhor eficácia das campanhas de sensibilização de modo a aumentar a
segurança e a resiliência das populações.
Este problema é muito importante, nomea damente porque: i) Os cidadãos devem estar preparados para responder aos incêndios sem assistência
e garantir a sua própria segurança, porque os serviços de Proteção Civil são incapazes de ajudar todos durante um evento; ii) O uso do solo e as
opções de gestão, passadas e presentes, afetam o comportamento do fogo e favorecem incêndios extremos. Então os cidadãos devem estar
conscientes de suas atitudes e comportamentos na criação de riscos de incêndio. ii) A maioria das mortes ocorridas em 2017, em Portugal,
poderia ter sido evitada se as pessoas estivessem devidamente informadas, fisicamente e mentalmente preparadas para enfrentar incêndios
extremos, que são eventos com extrema intensidade, alta taxa de propagação e excedem a capacidade de controlo; iv) Em qualquer incêndio,
mas particularmente em incêndios extremos, os resultados sociais dependem em parte da vulnerabilidade e resiliência das pessoas que são
influenciadas pela sua preparação física e mental; v) num contexto de épocas de incêndios mais longas e de ocorrência de condições climáticas
extremas, o sucesso das atividades de combate a incêndios exigirá estratégias mais flexíveis. Campanhas de educação para a prevenção e
mitigação do risco de incêndio e de preparação para garantir a sua segurança podem criar oportunidades para estratégias mais flexíveis a serem
utilizadas.
A nova ide ia do AVODIS baseia-se no desenvolvimento de uma estrutura integrada que considere o comportamento a nível individual e a nível de
grupo usando um modelo de comunicação bidirecional baseado na co-criação e co-produção de conhecimento e dados para produzir soluções mais |