Resumo (PT):
Na transição para o Século XXI, Portugal viu acontecer, no campo da educação, mudanças curriculares que foram fruto de um trabalho desenvolvido pelo Ministério da Educação junto da comunidade educativa e que envolveu um processo de reflexão participada do currículo. Este trabalho fez emergir novas formas de conceber o currículo e, do ponto de vista do discurso legal, atribuiu novos mandatos às escolas e aos professores.
Desde então a Reorganização Curricular do Ensino Básico estabeleceu um Currículo Nacional para este nível de ensino, que se organiza em torno de competências gerais, identificando para cada área disciplinar competências específicas e apresentando sugestões para as desenvolver, em torno de experiências educativas a serem proporcionadas aos alunos.
Decorrente destas mudanças, no Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foram feitas interpretações dos documentos oficiais, e foram produzidos documentos amplamente divulgados junto dos Orientadores de Estágio e dos estudantes, futuros professores.
Tendo como problemática central o Currículo Nacional do Ensino Básico, para analisá-lo, desde a sua concepção e do prescrito até à configuração do vivido, apoiamo-nos, enquanto processo estruturante do caminho metodológico a percorrer, na abordagem do ciclo de políticas de Ball (1992,1997,1998), ao nível dos contextos de influência, de produção de texto e das práticas.
Nesta comunicação pretendemos dar conta como o Currículo Nacional e as Orientações Curriculares de Geografia tomaram forma, em que contexto surgiram, as influências que sofreram, os princípios educativos e curriculares que seguem, e como ocorreu o processo de construção dos discursos políticos e curriculares. Ou seja, pretendemos identificar o contexto de influência que conduziu à produção destes textos.
Conforme expressa Mainardes (2006:52), “o contexto de influência tem uma relação simbiótica, porém não evidente ou simples, com o segundo contexto, o contexto de produção”. A este nível, recorremos à voz aos autores das Orientações Curriculares de Geografia que foram intervenientes na configuração do currículo e que, pelo papel que desempenharam e pelas responsabilidades que tiveram, têm um conhecimento profundo sobre esta situação, que é importante fazer emergir. Pensamos assim, de um modo geral, estar a contribuir para a produção de conhecimento sobre como o Currículo prescrito a nível nacional tomou forma.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica