Resumo (PT):
Na continuidade da longa, importante e conhecida pra tica do urbanismo (do
medievo ao renascentista e ao pombalino), em Portugal, a semelhança da generalidade
dos paí ses europeus, o planeamento urbano apenas foi institucionalizado na
segunda metade do se culo XIX, no contexto so cio-econo mico e cultural do Fontismo
e por decisa o do engenheiro Joa o Chrysostomo de Abreu e Sousa, que fez publicar
o Decreto-Lei de 31 de Dezembro de 1864, que consagrava os “planos gerais de
melhoramentos” e, embora apenas obrigasse as ca maras municipais de Lisboa e
Porto, aconselhava e definia regras para as restantes, levando ao aparecimento de
plantas e planos para muitas das cidades portuguesas, alguns datados ainda de oitocentos,
outros da primeira repu blica.
Assim, va rias Ca maras Municipais sentiram a necessidade e desenvolveram
iniciativas no sentido de possuí rem cartografia rigorosa da totalidade das respectivas
sedes concelhias. Alia s, pode afirmar-se que se tratou de um denominador comum da
acça o camara ria e, tendo em conta os documentos conhecidos, pode considerar-se
que, em meados do se culo XIX, Portugal entrou na primeira fase de generalizaça o da
cartografia urbana cientí fica elaborada como suporte a s acço es de planeamento urbano.
Antes, a maioria das imagens encarava o aglomerado urbano enquanto objecto
cultural ou militar, depois começamos a encontrar maior nu mero de povoaço es portuguesas
possuidoras de cartografia que visava a cidade na sua totalidade, sendo o
objecto o aglomerado urbano e o objectivo o seu ordenamento e transformaça o.
Abstract (EN):
In the continuity of the longstanding, important and well-known practice of urbanism in Portugal (from the Middle Ages to the Renaissance and the 18th century
of the Marquis de Pombal), as was the case generally throughout Europe, urban
planning was only institutionalized in the second half of the 19th century. In
the socioeconomic and cultural context of the government of Fontes Pereira de Melo,
the engineer, Joa o Chrysostomo de Abreu e Sousa, passed a Decree-Law on 31st
December 1864, in which the “general improvement plans” were instituted and,
although only applicable to the Lisbon and Porto City Halls, it provided guidelines
and rules for the others, leading to the development of plans for many Portuguese
cities, some dating still from the 1800s and others from the first republic (after
1910).
Thus, several City Halls felt the need to develop initiatives to obtain precise
cartography of their municipalities. Indeed, one can say it became a common denominator
to municipal action and, considering the known documents, Portugal entered
the first phase of the generalized production of scientific urban cartography in
the mid-1800s, prepared as a means to support urban planning actions. Previously,
a majority of the illustrations viewed the urban agglomeration as a cultural or military
object, whereas later we find a larger number of Portuguese settlements with
cartography covering the city as a whole, with the urban agglomeration as its object
and urban planning and transformation as its objective
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Notas:
Apresentado no IV SLBCH, Porto, 2011