Resumo: |
Atento o enquadramento justificativo anterior, este projeto visa recuperar, conservar e valorizar o património cultural institucional da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, através da reabilitação do Pavilhão de Exposições, datado de 1952, da autoria do Arquiteto e Engenheiro Civil Fernandes de Sá, classificada como Monumento de Interesse Público.
O Pavilhão de Exposições apresenta, segundo o parecer do IGESPAR, uma arquitetura datável de meados do século, inserida no gosto do chamado Movimento Moderno do Porto, de que Fernandes de Sá foi um dos percursores. A linearidade das formas e a ausência de elementos decorativos tornam-se marcantes, bem como o aproveitamento da luz, bem ao gosto das necessidades artísticas praticadas no edifício.
Pretende-se que o Pavilhão de Exposições possa revestir um espaço open space que poderá funcionar como atelier de trabalho para a produção das artes visuais, e ao mesmo tempo, formalmente, ser considerado como um espaço expositivo. Ambas as actividades (produção artística e exposição) são simultâneas, uma vez que são reconhecidas como ateliers abertos - à semelhança do que acontece na Hayward Gallery, com os seus open rooms. Este livre acesso ao espaço de Atelier/Exposição, por parte de um público geral, que percorre desde o Palacete dos Braguinhas, num contexto do século XIX até ao Pavilhão de Exposições, século XX, permite que haja uma verdadeira acepção daquilo que é a produção artística nossa contemporânea, pois a visita a este pavilhão, tem como propósito a observação e compreensão da produção artística in loco.
Tem esta utilização do pavilhão, como objectivo primário, combater uma das lacunas da Instituição, que pode ser considerada como cerrada ao público em geral. Por isso, a Universidade pretende que este seja um edifício que sirva verdadeiramente um público heterogéneo, abrindo assim a Faculdade a novos públicos. |
Observações: |
Um conjunto de obras decorridas nos anos oitenta alterou muito significativamente o pavilhão original, degradando-o fortemente e criando um conjunto de problemas que importa sanar. Com efeito, foi construído dentro dele uma pesada estrutura em ferro e betão de modo a realizar um piso intermédio, o que obrigou a destruir o tecto falso e as aberturas por onde passava a luz zenital, assim como a cortar parcialmente as asnas da cobertura. Identicamente, pelo exterior foram colocadas caleiras exteriores (ao contrário das originais, pelo interior), claraboias em policarbonato alveolado na cobertura e caixilharia de alumínio no vão envidraçado.
A remodelação que aqui se propõe repõe o essencial da ambiência e imagem original da construção do pavilhão de exposições, fazendo também um importante up-grade das suas possibilidades funcionais e um acréscimo evidente de conforto, segurança e qualidade geral, devolvendo à FBAUP o uso de um espaço onde poderá realizar múltiplos eventos, estruturais à sua didática e dinâmica, e absolutamente próprios e indispensáveis a uma escola de Belas Artes. |