Resumo: |
Os principais fundos arquivísticos com importância para a história do vinho do Porto encontram-se hoje repartidos, na sua maioria, pelo Porto (IVP), Gaia (Arquivo da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Arquivo do Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto, arquivos de empresas, etc.) e Douro. Nesta região, há que considerar o arquivo da Casa do Douro e, não menos importantes, os diversos arquivos familiares existentes.
E mais importantes se tornam estes arquivos quando "a História do Douro, das suas gentes e do seu labor, do seu vinho e das suas quintas, anterior ao estabelecimento do chamado "Paíz Vinhateiro" está, em grande medida, por fazer.
Além disso, o interesse dos investigadores pelo período medieval e alvor da época moderna duriense esbarra frequentemente em exasperantes lacunas documentais tornando-se extremamente difícil remediar essa situação.
Por outro lado, a documentação habitualmente ao dispor dos interessados, monástica, municipal ou régia foi, por vezes, violentamente afectada pelas vicissitudes da História. Lembre-se o trágico incêndio do Mosteiro de Salzedas e a destruição do seu cartório. Recordem-se as desorganizadas transferências de arquivos iniciadas no século XIX e a "limpeza" de muitas repartições estatais...
É neste contexto que ganha enorme importância o estudo dos arquivos particulares conservados em muitas casas e quintas da região".
E o facto é que, nos últimos tempos, tem vindo a aumentar o interesse da História pelos arquivos pessoais e familiares. A história dos indivíduos ou das famílias, relaciona-se, crescentemente, com os respectivos contextos sociais, económicos, das mentalidades... e a extrema diversidade da composição dos arquivos familiares abre horizontes frequentemente imprevistos.
Por seu turno, os arquivos do sector associativo e empresarial, testemunhas de fenómenos de grande extensão, trazem contribuições muito importantes à pesquisa em história económica e social, nomeadamente nos campos |
Resumo Os principais fundos arquivísticos com importância para a história do vinho do Porto encontram-se hoje repartidos, na sua maioria, pelo Porto (IVP), Gaia (Arquivo da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Arquivo do Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto, arquivos de empresas, etc.) e Douro. Nesta região, há que considerar o arquivo da Casa do Douro e, não menos importantes, os diversos arquivos familiares existentes.
E mais importantes se tornam estes arquivos quando "a História do Douro, das suas gentes e do seu labor, do seu vinho e das suas quintas, anterior ao estabelecimento do chamado "Paíz Vinhateiro" está, em grande medida, por fazer.
Além disso, o interesse dos investigadores pelo período medieval e alvor da época moderna duriense esbarra frequentemente em exasperantes lacunas documentais tornando-se extremamente difícil remediar essa situação.
Por outro lado, a documentação habitualmente ao dispor dos interessados, monástica, municipal ou régia foi, por vezes, violentamente afectada pelas vicissitudes da História. Lembre-se o trágico incêndio do Mosteiro de Salzedas e a destruição do seu cartório. Recordem-se as desorganizadas transferências de arquivos iniciadas no século XIX e a "limpeza" de muitas repartições estatais...
É neste contexto que ganha enorme importância o estudo dos arquivos particulares conservados em muitas casas e quintas da região".
E o facto é que, nos últimos tempos, tem vindo a aumentar o interesse da História pelos arquivos pessoais e familiares. A história dos indivíduos ou das famílias, relaciona-se, crescentemente, com os respectivos contextos sociais, económicos, das mentalidades... e a extrema diversidade da composição dos arquivos familiares abre horizontes frequentemente imprevistos.
Por seu turno, os arquivos do sector associativo e empresarial, testemunhas de fenómenos de grande extensão, trazem contribuições muito importantes à pesquisa em história económica e social, nomeadamente nos campos da cultura empresarial, dos mecanismos de comércio, das relações entre agentes do sector, preços, tipos de produtos, etc.
Além disto, muitos dos arquivos privados contêm documentação de natureza pública, em consequência de funções ocupadas pelos seus produtores que quiseram conservar perto de si os seus documentos oficiais. Ora, em termos objectivos, tem sido por via dos documentos oficiais que se tem vindo a perpetuar a visão "oficial" do que se passou... No entanto, a sociedade movimenta-se mais rapidamente que a memória oficial. E move-se no sentido inequívoco da diversidade e pluralidade de memórias, que não se esgotam numa "memória nacional", unipolar e de pensamento único. Os documentos privados são, portanto, o complemento necessário dos arquivos públicos, dado que permitem muitas vezes rectificar uma visão do passado que, sem eles, seria excessivamente administrativa.
Por estas razões se tem assistido, nos últimos anos, em todo o Mundo, ao aparecimento de centros de documentação e arquivos que giram, precisamente, em volta de arquivos privados e que se constituem, simultaneamente, em centros de investigação e de inovação.
Neste contexto, e no âmbito das suas acções, o GEHVID tem contemplado o levantamento e estudo dos arquivos familiares, tendo-se debruçado essencialmente sobre os arquivos da Quinta da Pacheca e da Quinta de Santa Júlia de Loureiro.
O Arquivo Familiar da Quinta da Pacheca, em particular, pela sua importância, é um dos casos nos quais vale a pena investir. |