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Estudo explica maior agressividade impulsiva em crianças com Hiperatividade e Défice de Atenção

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Investigadora da FMUP alerta para necessidade de compreender melhor a PHDA

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As crianças com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) têm mais comportamentos agressivos por impulso, o que pode ser explicado por problemas de autocontrolo, pela desregulação das emoções e por sintomas depressivos.

A conclusão é de um estudo publicado no Frontiers in Psychiatry e coordenado por Joana Ferreira Gomes, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), no âmbito do projeto M2Child.

Os investigadores recrutaram 72 crianças entre os seis e os dez anos de idade, residentes em Portugal, sendo que 38 tinham Hiperatividade e Défice de Atenção e 34 tinham um desenvolvimento típico.

No grupo com diagnóstico prévio de PHDA, 74% estavam a tomar medicação para esta perturbação, que afeta globalmente cerca de 6% das crianças, caracterizando-se por falta de atenção, hiperatividade e impulsividade persistente. A PHDA é uma condição que tem por base alterações neurobiológicas, que se manifestam numa grande dificuldade em inibir e ajustar o comportamento em função da situação, e com impacto marcado no funcionamento familiar, escolar e social.

Um dos principais resultados indica que as crianças com PHDA têm níveis significativamente mais elevados de comportamentos agressivos, quando comparadas com o grupo sem PHDA.

A agressividade impulsiva é uma das diferenças registadas entre os dois grupos, mas há mais. Neste estudo, as crianças com PHDA apresentam também mais sintomas depressivos, mais flutuações de humor e dificuldades em controlar e em regular as suas emoções.

“O nosso estudo suporta a ideia de que as crianças com Hiperatividade e Défice de Atenção têm mais comportamentos agressivos por impulso e não de forma planeada. Embora não seja um critério de diagnóstico, a agressividade pode ser um bom indicador da persistência e impacto desta perturbação ao longo da vida”, explica Joana Ferreira Gomes.

De acordo com a investigadora da FMUP, a agressividade impulsiva e a falta de controlo inibitório (a dificuldade em evitar distrações e impulsos) relacionam-se, nestas crianças, com desregulação emocional, sintomas depressivos e “emoções negativas”, como “frustração, sentimento de culpa, medo e remorso”.

“A nossa investigação sublinha a importância da desregulação emocional como mediadora e preditora de comportamentos agressivos. Além disso, observamos que os sintomas depressivos também explicam a manifestação destes comportamentos. Ou seja, as crianças com maior desregulação emocional e mais sintomas depressivos são, previsivelmente, as que terão mais comportamentos impulsivos agressivos”, diz Joana Ferreira Gomes, que também integra o i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde.

Como realça, “a agressividade nestas crianças é sobretudo consequência da sua inabilidade para regularem adequadamente as suas emoções, em vez de algo dependente da sua vontade. É importante saber que há mecanismos biológicos que subjazem aqueles comportamentos que são censurados socialmente”.

Para os investigadores, estas conclusões deverão ser tidas em consideração pelas pessoas que lidam diretamente com estas crianças.

Os autores do estudo consideram que estes achados deverão ter “implicações em futuros planos de intervenção”, aconselhando “abordagens à medida de cada criança” e a “promoção da regulação das emoções para diminuir os comportamentos agressivos”.

Além de Joana Ferreira Gomes, este trabalho teve como autores Sofia Marques (Universidade Lusíada/CIPD), Teresa Correia de Sá (FMUP/i3S), Benedita Sampaio Maia (i3S) e Micaela Guardiano (ULS São João).

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