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CAC Porto debateu investigação de translação na cardiomiopatia séptica

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Roberto Roncon de Albuquerque e Francisco Vasques-Nóvoa apresentaram resultados dos seus trabalhos

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Roberto Roncon de Albuquerque
, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e especialista em Medicina Intensiva no Hospital de São João, e Francisco Vasques-Nóvoa, docente da FMUP e internista no mesmo hospital, foram os dois intervenientes na Conferência do CAC Porto - Centro Académico Clínico do Porto que se realizou na Aula Magna, no dia 2 de maio.

Nesta sessão, os dois oradores, que são professores, investigadores e médicos, apresentaram resultados da sua investigação nos últimos dez anos, numa “sinergia entre o Serviço de Medicina Intensiva do Hospital e do Departamento de Cirurgia e Fisiologia da FMUP”.

Segundo Roberto Roncon, esta investigação de translação na área da cardiomiopatia séptica “traduz um interesse simultaneamente clínico e científico” e representa “o espírito do CAC Porto”, procurando dar respostas aos desafios que se colocam.

“Este foco na cardiomiopatia séptica resultou de uma enorme frustração. Quando comecei o meu percurso nos Cuidados Intensivos, não raras vezes era confrontado com doentes relativamente novos, sem patologia cardíaca prévia, que tinham diagnóstico de choque séptico refratário e que morriam nas minhas mãos”, recordou.

Foi esta “enorme vontade de ajudar os nossos doentes” que motivou os estudos sobre o choque séptico refratário, para o qual não existe uma terapêutica específica. Em seu entender, “nós podemos tratar melhor, se individualizarmos melhor o tratamento em função do perfil hemodinâmico”.

Hoje dispomos de “máquinas” de suporte circulatório mecânico (como é o caso do ECMO - Extra Corporeal Membrane Oxygenation), que permitem, em casos muito específicos, uma “importante redução da mortalidade”.  No entanto, é preciso “compreender melhor os mecanismos de lesão miocárdica para, no futuro, dispormos de alvos terapêuticos específicos e reduzirmos a mortalidade dos nossos doentes com cardiomiopatia séptica”.

Seguidamente, Francisco Vasques-Nóvoa apresentou alguns resultados dos estudos que têm realizado na cardiomiopatia séptica, quer em modelos experimentais, quer em amostras humanas post mortem, o que permitiu ir mais longe e identificar alterações que não tinham sido observadas até à data em modelos experimentais.

“Sentimo-nos muito privilegiados por termos acesso a esta coorte de amostras humanas, que é extremamente importante para descobrir mecanismos específicos da doença humana, com maior potencial de translação para a clínica”, realçou, fazendo uma referência especial a Fátima Carneiro, professora da FMUP, ali presente.

O investigador da FMUP apresentou dados sobre o impacto mecanístico do edema miocárdico na cardiomiopatia séptica, bem como sobre o papel dos microRNAs na resposta inflamatória em doentes com choque séptico. Mais concretamente, o microRNA-155 (miR-155), “que está aumentado quer em modelos experimentais, quer em amostras post mortem de miocárdio humano, poderá ser um biomarcador de inflamação e também um alvo terapêutico promissor”. De facto, a inibição do miR-155 em modelos experimentais acompanhou-se de uma grande diminuição da mortalidade e da preservação da reatividade vascular à angiotensina II.

Os investigadores da FMUP apresentaram também os resultados de estudos pré-clínicos colaborativos em que a preservação da via de sinalização da angiotensina II demonstrou um efeito cardioprotetor no choque séptico, abrindo boas perspetivas para futuros tratamentos com efeito na disfunção cardiovascular e, possivelmente, também na mortalidade.

Em suma, “existem várias estratégias terapêuticas inovadoras possíveis, com benefício a nível hemodinâmico e inflamatório", sendo que "a utilização da angiotensina II como vasopressor no choque séptico pode ser, a curto prazo, um tratamento a instituir na prática clínica”.

Esta iniciativa contou com a presença de responsáveis da FMUP, nomeadamente do seu diretor, Altamiro da Costa Pereira, bem como de membros da comunidade académica e clínica.

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