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Maioria das pessoas com asma não tem a doença controlada

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Dados do estudo Epi-Asthma, que contou com a colaboração do CINTESIS/FMUP, confirmam uma prevalência de 7,1%

asma

Perto de 600 mil adultos sofrem de asma em Portugal e dois terços não têm a doença controlada.

Estas são as principais conclusões do Epi-Asthma, o primeiro estudo sobre asma realizado em Portugal e que foi implementado por um consórcio do qual faz parte o CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (recentemente integrado na nova Unidade de Investigação RISE-Health), da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

De acordo com os dados recentemente apresentados, um em cada três doentes asmáticos não têm o diagnóstico registado no processo clínico nos cuidados de saúde e 70% dos doentes sem registo de diagnóstico não teve tratamento nos últimos 12 meses, o que mostra a “necessidade de medidas para melhorar o acesso ao diagnóstico e acompanhamento da doença”.

Quanto ao facto de 68% das pessoas com asma não terem a doença controlada, os autores afirmam que são vários os fatores que explicam este “fenómeno”, mas realçam que o principal está relacionado com a literacia em saúde respiratória.

“A asma ainda é vista como uma doença episódica que só precisará de tratamento quando há sintomas, embora saibamos que, numa percentagem considerável de situações, é necessário manter medicação continuada, pelo menos a maior parte do ano”, esclarece João Fonseca, professor da FMUP e um dos coordenadores deste estudo.

Para os investigadores, existem outros fatores que ajudam a explicar estes números e estão relacionados com o ponto de vista da pessoa com asma e dos serviços de saúde.

No caso dos doentes, os autores destacam “a insuficiente adesão e as falhas na medicação, os erros na técnica de utilização dos inaladores e os custos associados à medicação”. Já em relação aos serviços de saúde, apontam “o insuficiente acompanhamento em termos de frequência e periodicidade das consultas e uma menor atenção dos profissionais em relação aos programas de seguimento das doenças respiratórias, sobretudo devido à sobrecarga de trabalho e à multiplicidade de tarefas”.

Ainda segundo os especialistas, “é essencial continuar a investir e melhorar os programas de vigilância e controlo já existentes, melhorar o acesso a exames de proximidade, desenvolver sistemas de registo clínico específicos para as doenças respiratórias nos programas informáticos dos profissionais de saúde, bem como promover a literacia em saúde respiratória”.

Recorde-se que o Epi-Asthma percorreu o país com o objetivo de determinar a prevalência da asma, de acordo com a gravidade da doença, assim como caracterizar o perfil do doente asmático.

Além do CINTESIS/FMUP, este estudo foi desenvolvido em colaboração com o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), da Universidade do Minho, e a AstraZeneca Portugal.

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