Dois professores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) estão a colaborar na preparação de um documento que pretende tornar-se um guia ético sobre a aplicação da inteligência artificial (IA) na área da biomedicina.
O intitulado Livro Branco “Inteligência Artificial: inquietações sociais, propostas éticas e orientações políticas” é da autoria do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), um organismo que tem como membros, entre outros, Rui Nunes e Miguel Ricou, professores da FMUP.
Dividida em cinco eixos, a obra dá particular relevância aos temas relacionados com a investigação, a assistência clínica, a gestão hospitalar, a administração pública e a educação para profissionais de saúde e de literacia para a população.
Na apresentação da primeira versão do documento, que decorreu na Universidade do Minho, Rui Nunes, que coordena este grupo de trabalho, destacou que a IA vai provocar mudanças na prática clínica, a começar pela relação entre o médico e o doente até ao sistema de responsabilidade médica.
Ao jornal Público, o professor catedrático da FMUP esclareceu que o Livro Branco “pretende iniciar um debate, a nível nacional, sobre a literacia desta matéria, refletindo um conjunto de recomendações para profissionais de saúde e sociedade civil que também podem ser tidas em conta pelo poder público”.
A versão final da obra deverá ser lançada em abril, em Lisboa.