O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Altamiro da Costa Pereira, anunciou publicamente a sua intenção de se candidatar ao Conselho Geral da U.Porto e de pedir a resignação do cargo atual, caso venha a tomar posse como conselheiro, após as eleições marcadas para o próximo dia 18 de junho.
Numa comunicação dirigida à comunidade académica, a 7 de maio, Altamiro da Costa Pereira fez um balanço dos sete anos à frente dos destinos da instituição, num período particularmente difícil, marcado pela pandemia por COVID-19, tendo partilhado o seu propósito de concorrer ao Conselho Geral e, posteriormente, ao cargo de Reitor da Universidade do Porto, em 2026, se vierem a ser reunidas as necessárias condições de motivação pessoal e a criação de uma equipa forte e motivada para dar resposta aos desafios que se colocam à Universidade do Porto.
A sessão de esclarecimento, como preferiu chamar-lhe, foi realizada na Aula Magna, que esteve praticamente repleta. Na assistência estiveram presentes responsáveis de departamentos académicos e não académicos, diretores de cursos, incluindo do Mestrado Integrado em Medicina (MIMED), Licenciatura em Saúde Digital e Inovação Biomédica (SauD InoB), mestrados e doutoramentos, representantes da Associação de Estudantes (AEFMUP), professores catedráticos e eméritos, entre outros.
Em caso de resignação do diretor, caberá ao Conselho de Representantes, encabeçado por João Bernardes, dar início ao processo eleitoral (tal como previsto nos estatutos, para completar o mandato previsto até novembro de 2026), marcando eleições já para o próximo mês de setembro, possivelmente.
Neste âmbito, Altamiro da Costa Pereira informou que, entre o período da sua resignação e as eleições, será Francisco Cruz a assumir as funções de diretor em gestão. Acrescentou ainda que a sua atual equipa se disponibilizou para dar continuidade ao mandato, cabendo a Guilhermina Rego concorrer com a equipa atual (que integra Armando Cardoso e Hélio Alves) reforçada por João Frazão, no lugar do subdiretor, Francisco Cruz, que se jubilará já em janeiro de 2026.
No seu balanço, o diretor da FMUP sublinhou ainda que os últimos sete anos foram bastante gratificantes para si e para a Faculdade e agradeceu a todos os que o acompanharam nos diferentes Órgãos de Gestão, bem como aos estudantes e restantes docentes e técnicos, sem os quais acredita que não teria alcançado os resultados apresentados.
É isso que indicam os números publicados nas várias edições da FMUP em Números e relativos ao crescimento da oferta formativa e da procura de mestrados, doutoramentos e cursos de educação contínua, bem como o acréscimo de estudantes que concluíram um grau e de estudantes estrangeiros, o aumento significativo no número de projetos científicos e de publicações indexadas e a contratação de recursos humanos, com destaque para os docentes, a quem elogiou, várias vezes, a resiliência.
Globalmente, o orçamento da Faculdade cresceu mais de 7% ao ano, realçou, afirmando que, pela primeira vez na história da Faculdade, as receitas próprias (cerca de 16 milhões de euros) ultrapassaram as verbas provenientes do orçamento de Estado (cerca de 14 milhões).
No período de perguntas, o atual diretor da FMUP ouviu sobretudo palavras de agradecimento e de solidariedade institucional e pessoal da parte de responsáveis como João Bernardes (presidente do Conselho de Representantes), Roberto Roncon de Albuquerque (presidente do Conselho Pedagógico), Gerardo Oliveira (diretor do Mestrado Integrado em Medicina), e Inês Sousa (presidente da AEFMUP). Diversos outros docentes e técnicos intervieram ainda, com destaque especial para o professor emérito Manuel Sobrinho Simões.
Enfatizando sempre que esta sessão não devia ser considerada uma despedida, até porque “não tenciona morrer já” [brincou], deixou a garantia de que será sempre professor catedrático da FMUP até se jubilar, nunca deixando de dar voz à sua casa e, neste momento, sobretudo, emprestando a sua voz aos anseios da Universidade para, com a ajuda de muitos docentes e investigadores, estudantes e técnicos, ajudar a construir o futuro da U. Porto.