Código: | LEI020 | Sigla: | DRAM |
Ativa? | Sim |
Unidade Responsável: | Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos |
Curso/CE Responsável: | Licenciatura em Literatura e Estudos Interartes |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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LEI | 28 | Plano Oficial em vigor | 3 | - | 6 | 41 | 162 |
Docente | Responsabilidade |
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Ana Paula Coutinho Mendes | Regente |
Teorico-Prática: | 2,50 |
Orientação Tutorial: | 0,50 |
Tipo | Docente | Turmas | Horas |
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Teorico-Prática | Totais | 1 | 2,50 |
Pedro Miguel Meleiro Sobrado | 2,50 | ||
Orientação Tutorial | Totais | 1 | 0,50 |
Pedro Miguel Meleiro Sobrado | 0,50 |
O plural da designação da unidade curricular – Dramaturgias – aponta não só para diferentes correntes e modelos históricos da literatura dramática, mas também para a duplicidade congenial da própria noção de dramaturgia, que significa classicamente "arte de composição de peças de teatro", designando também, modernamente, na esteira de Lessing, o "pensamento da passagem das peças de teatro para o palco" (Joseph Danan). O plural sinaliza ainda o risco de uma explosão e atomização, sendo hoje possível falar de dramaturgia nas áreas da dança, da performance, da videoarte ou dos novos media. Este risco de pulverização da dramaturgia ocorre no próprio campo do teatro, sob o influxo de uma transformação cuja importância só é comparável à emergência da figura do encenador no final do séc. XIX: a progressão do "teatro pós-dramático", formulação discutível, considerando que as novas práticas teatrais desencadeiam outras formas de dramaticidade, mas que assinala o enfraquecimento do privilégio da obra dramática, isto é, o seu anunciado colapso enquanto elemento matricial e originário do espetáculo teatral e, com ele, das ideias de mimesis, ilusão e representação, que historicamente associamos ao teatro. (Perguntar se a notícia da morte do drama – ou, pelo menos, da sua debilitação – é manifestamente exagerada consiste num dos objetivos da unidade curricular.)
Partindo, por conseguinte, da crise contemporânea do dramático, a unidade curricular de Dramaturgias visa considerar a própria evolução histórica da noção de dramaturgia e como ela implica diretamente o palco e o próprio espectador, aplicando-se a um campo artístico marcado pelo hibridismo das formas artísticas. Concomitantemente, é objetivo da unidade curricular abordar dramaturgias que, na modernidade e no nosso tempo, promoveram a renovação da escrita para teatro, desencadeando mutações genéticas ao nível da poética cénica ou mesmo no dispositivo e no protocolo teatrais, do "teatro íntimo" inaugurado por Strindberg ao "teatro épico" de Brecht, passando pelas "tragicomédias" de Tchékhov ou Samuel Beckett. Merecerão também atenção as dramaturgias que fazem explodir as categorias dramáticas convencionais – enredo, personagem, diálogo –, como sucede com os "materiais" de Heiner Müller ou o manifesto antidramático "Insulto ao Público" de Handke, e práticas artísticas que rompem com o "geocentrismo" do texto dramático e põem em causa a própria noção de "representação", do divised theatre às "dramaturgias do real".
∙ Adquirir conhecimento acerca da evolução histórica da noção de dramaturgia e do seu impacto na produção dramática e na criação teatral;
∙ Perspetivar as principais categorias dramáticas e as inflexões que conheceram em diferentes épocas e contextos;
∙ Contactar com textos nucleares das dramaturgias moderna e contemporânea;
∙ Apreender criticamente as virtualidades do pensamento dramatúrgico na prática teatral contemporânea e reconhecer na dramaturgia um espaço interdisciplinar e interartístico;
∙ Desenvolver competências de análise dramatúrgica e de produção de sentido teatral.
1. Falência e triunfo da dramaturgia no nosso tempo
1.1. O teatro pós-dramático (e as novas formas de dramaticidade)
1.2. "Este palco não representa nada": Insulto ao Público, de Peter Handke
1.3. "Chamo-me Romeo Castelucci": o teatro da pura presença em Inferno
2. O conceito de dramaturgia: duplicidade semântica e evolução histórica
2.1. A dramaturgia normativa de Aristóteles
2.2. A dramaturgia crítica de Lessing
2.3. O primado da dramaturgia no projeto brechtiano e a dramaturgia como “estado de espírito” (Bernard Dort)
3. A escrita dramática como máquina de circulação da memória cultural
3.1. Exemplos: tragédia clássica, Shakespeare, Heiner Müller
4. Principais categorias dramáticas
4.1. Enredo: converter o caos em cosmos
4.2. Personagem: tipos e caracteres
4.3. Diálogo: indemnização retórica e aproximação à fala quotidiano
5. Os teatros íntimos e a estética do buraco da fechadura
5.1. "A palavra íntimo será a palavra de ordem do nosso grupo": a câmara das confidências de Strindberg
5.2. Dramaturgia na primeira pessoa: Longa Jornada para a Noite, de Eugene O’Neill
6. O teatro épico de Brecht: o efeito de estranhamento e uma nova poética cénica
7.O teatro da despossessão de Beckett: À Espera de Godot e a experiência dos dramatículos
8. A prática dramatúrgica no devised theatre e no teatro documental
Designação | Peso (%) |
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Participação presencial | 30,00 |
Teste | 70,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Apresentação/discussão de um trabalho científico | 36,00 |
Estudo autónomo | 84,00 |
Frequência das aulas | 42,00 |
Total: | 162,00 |