Código Oficial: | 9337 |
Sigla: | PDA |
Compreender questões-chave da investigação em arquitectura, conhecer várias metodologias possíveis e exemplos práticos de trabalho, adquirir capacidade de análise crítica dos vários géneros e formas de produção científica.
Domínio das imagens: compreender a natureza, os tipos, os métodos, os modos, as funções e os valores das imagens. Conhecer distintas orientações de ordem teórica, crítica e interpretativa. Compreender concepções metodológicas oriundas da filosofia, da história da arte, da antropologia, da hermenêutica e da fenomenologia. Considerar o estudo da imagem como interpretação sobre-determinada e aberta.(Freud)
Competências instrumentais e metodológicas: pesquisar os nomes, as noções, os conceitos, os discursos e narrativas (arquivo documental e dispositivos teoréticos); descrever, caracterizar, identificar; interpretar imagens e sistemas de imagens (a montagem e o atlas - Warburg)
A UC Seminário de Investigação 1 visa promover o desenvolvimento de uma metodologia de investigação em arquitectura a partir da leitura crítica das fontes primárias (obras, desenhos e textos) e da análise e discussão de diferentes métodos de investigação. Trata-se de capacitar os alunos para a leitura crítica de diferentes materiais e metodologias e estimular a sua capacidade de problematização de modo a promover a concretização de um processo de investigação adequado à realização do seu Projecto de Tese.
Face à complexidade dos fenómenos e dos processos de conformação e transformação da cidade (reflectidos, desde logo, na dificuldade que hoje temos de caracterizar e conceptualizar o próprio conceito de cidade), constitui um dos principais objectivos da UC produzir uma reflexão sobre a actual condição urbana; procurar-se-á compreender esta condição e a complexidade e extensão de fenómenos, à luz de uma abordagem alargada e crítica que permita apreender a diversidade e a multiplicidade de temas e problemas que estão subjacentes ao pensamento e intervenção na cidade.
Será igualmente proposta a análise das múltiplas formas que a cidade e o urbano encerram na contemporaneidade, enquanto realidades construídas que resultam de anseios, políticas, dinâmicas socio-produtivas e técnicas, e que se materializam através de diferentes actores, com responsabilidades de intervenção e de gestão.
Num tempo marcado pela generalização de acções e metodologias frequentemente desajustadas de realidades dificilmente inteligíveis (e que deverão ser, necessariamente, interpretadas no âmbito de uma nova epistemologia do urbano) procura-se desenvolver uma análise objectiva e circunstanciada dos fenómenos urbanos, procurando compreender os principais temas, problemas e desafios que se colocam hoje ao urbanismo, ao desenho urbano, ao desenho do espaço público e à arquitectura na materialização da “nova construção urbana”.
Considerando estes objectivos, torna-se inevitável entender e analisar mudanças de paradigma na construção da cidade, mas também as invariantes que ao longo do “tempo longo” da cidade se caracterizam pela reiterada interação entre programas, planos e projectos.
Abarcando temáticas e contextos disciplinares diversificados, a UC tem ainda como objectivos específicos a aquisição de competências de análise e desenvolvimento de abordagens críticas e abrangentes, privilegiando os processos de investigação como formas de produção de conhecimento operativo e estratégico e que estimulem uma leitura pessoal e inovadora das questões e problemas identificados.
Fortalecer conhecimentos sobre métodos de investigação em arquitectura.
Adaptar os processos de investigação científica às linguagens de representação da arquitectura.
Fomentar o uso de ferramentas específicas da arquitectura na produção de conhecimento.
Desenvolver capacidades de pensamento crítico sobre temas arquitectónicos.
Partilhar experiências práticas de investigação.
ARQUITECTURA, PROJECTO E TECNOLOGIA DIGITAL
Nos últimos anos, a evolução e a disseminação das tecnologias digitais (TD) têm transformado as condições de desenvolvimento da prática da arquitectura. Chegámos a um ponto em que as TD conseguem interferir em qualquer momento do processo de projecto, desde a concepção à construção, passando pela análise, simulação, comunicação e fabricação.
Neste contexto, a presente UC tem como objectivo principal dar a conhecer práticas de referência da arquitectura contemporânea que recorrem ao digital para abordar, de forma integrada, todas as vertentes do desenvolvimento de projecto. Paralelamente, pretende-se estabelecer pontes entra a transformação digital da disciplina e os actuais desafios ambientais e societais.
ARQUITECTURA, PROJECTO E TECNOLOGIA DIGITAL
Nos últimos anos, a evolução e a disseminação das tecnologias digitais (TD) têm transformado as condições de desenvolvimento da prática da arquitectura. Chegámos a um ponto em que as TD conseguem interferir em qualquer momento do processo de projecto, desde a concepção à construção, passando pela análise, simulação, comunicação e fabricação.
Neste contexto, a presente UC tem como objectivo principal dar a conhecer práticas de referência da arquitectura contemporânea que recorrem ao digital para abordar, de forma integrada, todas as vertentes do desenvolvimento de projecto. Paralelamente, pretende-se estabelecer pontes entra a transformação digital da disciplina e os actuais desafios ambientais e societais.
Objetivos
Facilitar, questionar e debater os conceitos: 1) dimensão paisagística; 2) dimensão ambiental; e 3) território urbano.
A UC Seminário de Investigação 2 tem como objectivo principal, em articulação e continuidade com a UC Seminário de Investigação 1, promover e estimular o desenvolvimento de metodologias de investigação no campo da arquitectura.
Procura-se, por outro lado, promover e estimular a problematização e discussão em torno das questões e problemas específicos de cada opção de estudos, capacitando os estudantes para a análise e reflexão crítica e subsequente adequação dos seus processos de investigação, com vista à elaboração do seu projecto de tese.
Arquitetura para hoje [é a designação de Teoria 2, o que aponta um preâmbulo para a UC]
Desde o final do século XVIII, com as profundas alterações dos meios de produção e das relações laborais, a cidade transformou-se num espaço de iniquidade social. Para além das alterações físicas, observadas no seu perfil de silhuetas de fábricas e chaminés, transforma-se num lugar de poluição industrial e insalubridade, ou de recorrentes crises epidémicas, a urbe perderá definitivamente a condição arcadiana de lugar privilegiado da elite à medida que avançava a luta pela sobrevivência dos mais frágeis. Contudo, iniciava-se também um processo de reconfiguração do direito à cidadania que incluirá, entre outros, a defesa do espaço público e a garantia do acesso à habitação condigna, sobretudo, no quadro do estabelecimento das primeiras medidas de saúde pública.
Na longa duração deste processo, erguer-se-á a cidade dos equipamentos e das infraestruturas públicas que, a par da construção da rede de transportes, dos estabelecimentos de ensino ou de saúde, incluirá também a promoção da habitação. A passagem para o domínio público da resolução do problema da habitação, antes dominado por iniciativas pontuais, filantrópicas e paternalistas, enfatizará o papel assistencialista e, mais tarde, social do Estado, independentemente do regime político dominante. Esta alteração não acontecerá sem um permanente confronto político com consequências urbanas, em diferentes tempos e patamares de ação, entre a acumulação capitalista e a condição social dos desfavorecidos e desapossados. O reconhecimento da insustentabilidade desta situação, antes demais, na proteção dos interesses das classes abastadas, levará a arquitetura e um conjunto alargado de outras disciplinas a prestar cada vez maior atenção ao problema da habitação para as massas como questão social e urbana determinantes. Rapidamente, por todo o mundo ocidental industrializado, se percebeu que tal situação era imprevisivelmente perigosa, ameaçando a res publica e o seu conjunto de interesses. Em diferentes setores da sociedade, aprofundou-se o estudo das formas de habitação para o maior número, individual e coletiva, com propostas e programas habitacionais que pretendiam regenerar o homem e melhorar as suas condições de vida. A casa e a vida privada passaram assim a estar sujeitas a um escrutínio inédito, nas palavras de Teyssot, "de domesticação da vida social, da normalização dos espaços e dos comportamentos, de moralização da população", não se podendo ignorar que foi arma social e política, conscientemente utilizada, de domínio sobre a população, para além das questões sanitárias e de qualificação associadas.
Através de leituras precisas desta longa caminhada, de experiências acumuladas durante dois séculos de luta pelo direito à habitação, é objetivo da unidade curricular Teoria 2 tecer uma base epistemológica alargada. Pretende-se a compreensão dos processos atuais que envolvem a conceção e a produção do espaço habitacional na cidade contemporânea, num confronto informado sobre a questão do "countryside", marcados por fenómenos globais desde a digitalização e robotização da economia até às pandemias. Os êxitos e os fracassos obtidos ao longo de gerações — por reformistas ou revolucionários no seio de diversas iniciativas e movimentos políticos, sociais, artísticos e arquitetónicos, perdurando até à atualidade — não nos devem iludir com o novo, mas, pelo contrário, sustentarem o nosso conhecimento arquitetónico no campo da habitação e do urbano e, talvez, permitir que avancemos, no momento de decidir no projeto de novos espaços ou na requalificação dos existentes.