Resumo (PT):
Nos últimos doze anos, países como Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Irlanda
e Chipre atravessaram uma crise económica de graves consequências sociais
e políticas: desemprego, emigração, a ameaça persistente de um colapso financeiro.
Este estudo pretende observar como algumas jovens poetisas portuguesas
– com cerca de trinta ou quarenta anos – respondem a este contexto de crise, ora
sentindo-se excluídas de um mundo regido pelas leis inflexíveis do mercado, ora
resistindo a essa exclusão e à contínua precariedade através de uma poderosa ironia.
Assim, perante a lógica fatalista da austeridade, cada poetisa reinventa a cada
instante a sua identidade, a sua presença ativa no universo social, a sua linguagem
própria, uma resistência por vezes solitária mas sempre defendida pela insubordinação
aos discursos dominantes.
Abstract (EN):
In the last twelve years, countries such as Portugal, Spain, Italy, Greece,
Ireland and Cyprus went through an economic crisis with deep social and political
consequences: unemployment, emigration, the persistent threat of a financial collapse.
This study aims to analyze how some young Portuguese women poets – in
their thirties or forties – answer to this context of crisis, either feeling excluded
from a world controlled by the strict rules of the market, or resisting to that exclusion
and to the continuous precarity through a powerful irony. Thus, facing the
fatalist logic of austerity, each poet reinvents all the time their identity, their active
presence in society, their own language, a resistance sometimes solitary but always
protected against dominant speeches.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica