Resumo: |
Uma prova de natação é composta por, pelo menos, três domínios técnicos: a partida, o nado e as viragens [1]. Nesta medida, a partida é reconhecida como um elemento fundamental em natação competitiva e pode discriminar a derrota ou a vitória, especialmente em provas de curta duração. No entanto, a investigação dedicou-se, até agora, sobretudo ao estudo do nado [2]. O número relativamente reduzido de trabalhos consagrados às partidas pode estar relacionado com dificuldades metodológicas particulares, nomeadamente devido à necessidade da implementação de abordagens combinadas de superfície e subaquáticas, quer no que respeita à cinemática, à cinética, ou à eletromiografia (EMG). Em 2010, o órgão internacionalmente responsável pela Natação competitiva (FINA) decidiu importantes mudanças nas regras para as partidas, aparentemente desconhecendo as suas consequências no desempenho dos nadadores. De fato, o volume de pesquisas dedicadas à partida é, em geral, escasso ou quase inexistente se se considerar a aplicação das novas regras [3]. Nesta medida, este projecto tem dois objectivos principais: (i) desenvolver equipamentos de avaliação biomecânica detalhada adequados, tanto para fins de investigação como de aconselhamento, e (ii) actualizar os conhecimentos científicos relacionados com o desempenho da partida em natação em três contextos: (i) partida individual para eventos ventrais, (ii) partida ventral específica para estafetas, e (iii) partidas dorsais. O primeiro objectivo consiste em desenvolver e validar uma metodologia inovadora para a aquisição de parâmetros biomecânicos relevantes durante as partidas. Trata-se do desenvolvimento de uma unidade integrada de hardware e software que envolve um bloco de partida instrumentado com cinco plataformas de força e sensores preênseis para a análise independente das componentes dinamométricas dos dois membros inferiores (MI) e superiores (MS), e duas plataformas de força subaquáticas para análise dinamométrica da acção do |
Resumo Uma prova de natação é composta por, pelo menos, três domínios técnicos: a partida, o nado e as viragens [1]. Nesta medida, a partida é reconhecida como um elemento fundamental em natação competitiva e pode discriminar a derrota ou a vitória, especialmente em provas de curta duração. No entanto, a investigação dedicou-se, até agora, sobretudo ao estudo do nado [2]. O número relativamente reduzido de trabalhos consagrados às partidas pode estar relacionado com dificuldades metodológicas particulares, nomeadamente devido à necessidade da implementação de abordagens combinadas de superfície e subaquáticas, quer no que respeita à cinemática, à cinética, ou à eletromiografia (EMG). Em 2010, o órgão internacionalmente responsável pela Natação competitiva (FINA) decidiu importantes mudanças nas regras para as partidas, aparentemente desconhecendo as suas consequências no desempenho dos nadadores. De fato, o volume de pesquisas dedicadas à partida é, em geral, escasso ou quase inexistente se se considerar a aplicação das novas regras [3]. Nesta medida, este projecto tem dois objectivos principais: (i) desenvolver equipamentos de avaliação biomecânica detalhada adequados, tanto para fins de investigação como de aconselhamento, e (ii) actualizar os conhecimentos científicos relacionados com o desempenho da partida em natação em três contextos: (i) partida individual para eventos ventrais, (ii) partida ventral específica para estafetas, e (iii) partidas dorsais. O primeiro objectivo consiste em desenvolver e validar uma metodologia inovadora para a aquisição de parâmetros biomecânicos relevantes durante as partidas. Trata-se do desenvolvimento de uma unidade integrada de hardware e software que envolve um bloco de partida instrumentado com cinco plataformas de força e sensores preênseis para a análise independente das componentes dinamométricas dos dois membros inferiores (MI) e superiores (MS), e duas plataformas de força subaquáticas para análise dinamométrica da acção dos dois MI separadamente.
De seguida são propostos estudos de validação em contexto real de partida de uma central inercial e de eletrodos têxteis desenvolvidos com o apoio da FCT (projecto BIOSWIM PTDC/EEA-ELC/70803/2006), que permitem a medição da cinemática linear e angular e da atividade muscular durante as partidas. O segundo objectivo consiste em analisar detalhadamente as vantagens e desvantagens das soluções técnicas permitidas pelas novas regras para o desempenho de partida: o suporte posterior para o pé na técnica ventral e a sua mobilidade, os agarres laterais para MS nas técnicas ventrais e dorsais, e a emersão dos pés na posição inicial da partida para eventos dorsais. Além disso, as alegadas vantagens das técnicas em movimento nas partidas de estafeta serão também estudadas. Nenhuma destas questões é abordada extensivamente na literatura científica e os poucos resultados apresentados são conflituantes e inconclusivos. A maioria dos estudos biomecânicos analisou separadamente diferentes aspectos técnicos da partida (cinemática, cinética, EMG), e somente alguns tentaram algumas abordagens integradas (c.f [4]).
Complementarmente, a maioria dos estudos dedicou-se a comparar apenas duas ou três técnicas ventrais utilizando análise de movimento baseada em cinemetria 2D, enquanto os estudos cinéticos têm procurado analisar a força total exercida pelos MI, negligenciando a real contribuição de cada um. Além disso, o número de estudos que consideraram a cinética dos MS para partidas ventrais e dorsais é bastante escassa (e.g. [4,6]) e ainda nenhum considerou a contribuição |