Resumo: |
O cimento pode adquirir presa em contacto com partículas de madeira. Deste modo, desenvolvem-se ligações entre as partículas de madeira tendo o cimento como matriz ligante. Com prensagem na forma de painel, ou outra, e providenciando as condições convenientes, podem-se obter produtos sólidos reconstituidos com propriedades interessantes. Um compósito madeira/cimento é menos denso que o betão, e apresenta estabilidade dimensional, resistência à biodeterioração e resistência ao fogo muito superiores quando comparado com a madeira original. Uma das aplicações típicas para este tipo de material é a construção pré-fabricada. Outra vantagem é a reciclagem de resíduos florestais, inclusivé de madeira tratada, por exemplo com CCA, que é considerada um resíduo tóxico.
Porque não existem publicações científicas sobre a aplicação de madeiras ou cortiça de origem portuguesa em compósitos com cimento, aparentemente esta possibilidade ainda não foi estudada pela comunidade científica.
Porque madeira/cimento é um assunto que engloba materiais de natureza diferente (cimento, por um lado, e madeira, por outro), este projecto reune investigadores com formações diferentes: produtos florestais e ciências da madeira (F.C. Jorge e M.A. Irle), compósitos inorgânicos (J.M.F. Ferreira) e betão e materiais de construção (P.B. Cachim, J.A. Figueiras, A.A. Neves e M.J. Coutinho). Espera-se que a experiência e os conhecimentos destas várias áreas crie uma sinergia que leve ao desenvolvimento de mais conhecimento e de experiência com sucesso. Por outro lado, o Dep. de Eng. Cerâmica e do Vidro da Univ. de Aveiro tem vindo a fazer investigação sobre cimentos, tópico que também é ensinado nos seus cursos de licenciatura.
Os materiais lenhocelulósicos de origem portuguesa que irão ser objecto de estudo são a madeira de pinheiro bravo (Pinus pinaster), a madeira de eucalipto (Eucalyptus globulus) e a cortiça (casca de Quercus suber). Por outro lado, relacionado com o destino de resíduos agrícol |
Resumo O cimento pode adquirir presa em contacto com partículas de madeira. Deste modo, desenvolvem-se ligações entre as partículas de madeira tendo o cimento como matriz ligante. Com prensagem na forma de painel, ou outra, e providenciando as condições convenientes, podem-se obter produtos sólidos reconstituidos com propriedades interessantes. Um compósito madeira/cimento é menos denso que o betão, e apresenta estabilidade dimensional, resistência à biodeterioração e resistência ao fogo muito superiores quando comparado com a madeira original. Uma das aplicações típicas para este tipo de material é a construção pré-fabricada. Outra vantagem é a reciclagem de resíduos florestais, inclusivé de madeira tratada, por exemplo com CCA, que é considerada um resíduo tóxico.
Porque não existem publicações científicas sobre a aplicação de madeiras ou cortiça de origem portuguesa em compósitos com cimento, aparentemente esta possibilidade ainda não foi estudada pela comunidade científica.
Porque madeira/cimento é um assunto que engloba materiais de natureza diferente (cimento, por um lado, e madeira, por outro), este projecto reune investigadores com formações diferentes: produtos florestais e ciências da madeira (F.C. Jorge e M.A. Irle), compósitos inorgânicos (J.M.F. Ferreira) e betão e materiais de construção (P.B. Cachim, J.A. Figueiras, A.A. Neves e M.J. Coutinho). Espera-se que a experiência e os conhecimentos destas várias áreas crie uma sinergia que leve ao desenvolvimento de mais conhecimento e de experiência com sucesso. Por outro lado, o Dep. de Eng. Cerâmica e do Vidro da Univ. de Aveiro tem vindo a fazer investigação sobre cimentos, tópico que também é ensinado nos seus cursos de licenciatura.
Os materiais lenhocelulósicos de origem portuguesa que irão ser objecto de estudo são a madeira de pinheiro bravo (Pinus pinaster), a madeira de eucalipto (Eucalyptus globulus) e a cortiça (casca de Quercus suber). Por outro lado, relacionado com o destino de resíduos agrícolas, vai ser avaliada a possibilidade de substituição parcial de cimento Portland por cinzas da incineração da casca de arroz.
O primeiro aspecto que irá ser investigado é a compatibilidade entre o cimento e o material lenhocelulósico. Irão ser quantificados e caracterizados os extractáveis das madeiras de eucalipto e de pinho, e da cortiça. A seguir, vai-se avaliar a extensão da aquisição de presa do cimento na presença destes materiais por monitorização da evolução da temperatura da mistura, do pH e da conductividade eléctrica. Se se concluir pela não compatibilidade de alguns dos materiais lenhocelulósicos com o cimento, procurar-se-á um ou vários tratamentos para os tornar compatíveis.
Outra questão seguinte é a velocidade de aquisição de presa. Quanto mais rápida for, maior será a produtividade de um possível processo de fabrico. Vão ser estudados vários aceleradores de presa: os CaCl2, MgCl2, FeCl2, e o Na2S, e vai-se tentar compreender o seu mecanismo de actuação.
A fase seguinte é a preparação de amostras de compósitos cimento/madeira(cortiça) e a optimização das variáveis em jogo. Ir-se-á procurar minimizar o teor em cimento (para tornar o compósito menos denso e mais barato), avaliar o efeito do teor em humidade da madeira, minimizar o tempo de aquisição de presa do cimento, e o efeito da substituição parcial de cimento Portland por cinzas da incineração de casca de arroz . Por outro lado, serão avaliadas as propriedades físico-mecânicas dos compósitos, o seu comportamento e a durabilidade. |