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Ictiologia e Biologia Pesqueira

Código: MA311     Sigla: IBP

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
OFICIAL Biologia Aplicada

Ocorrência: 2024/2025 - 1T (de 16-09-2024 a 31-10-2024) Ícone do Moodle

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Produção Aquática
Curso/CE Responsável: Ciências do Meio Aquático

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
LCMA 29 Plano Oficial em Vigor 3 - 5 49 135

Docência - Responsabilidades

Docente Responsabilidade
Alberto Teodorico Moura Correia Regente

Docência - Horas

Teórica: 3,00
Práticas Laboratoriais: 4,00
Tipo Docente Turmas Horas
Teórica Totais 1 3,00
Alberto Teodorico Moura Correia 3,00
Práticas Laboratoriais Totais 2 8,00
Alberto Teodorico Moura Correia 4,00
Cláudia Filipa Devesa André Moreira 4,00

Língua de trabalho

Português

Objetivos

Esta unidade curricular pretende que os alunos adquiram, compreendam e apliquem um conjunto de conhecimentos na área da Ictiologia e Biologia Pesqueira, dotando-os de competências essências a um profissional da área das Ciências do Meio Aquático. A unidade curricular procura dar a conhecer aos alunos a origem, evolução e diferenciação dos diferentes grupos de peixes, com destaque para as suas adaptações anátomo-fisiológicas e à interligação funcional dos diversos sistemas de órgãos que contribuem para a homeostasia corporal e resiliência ambiental.  Pretende-se ainda fazer uma ponte entre duas áreas disciplinares distintas, dando-se particular enfâse a um conjunto de conceitos e ferramentas atuais de interesse ictiológico com particular relevância na Biologia Pesqueira, e que em certa medida dotam os alunos de competências cientifico-tecnológicas para compreender as bases de uma exploração racional e sustentada dos recursos haliêuticos.

Resultados de aprendizagem e competências

Nas sessões teóricas irá se privilegiar a aquisição, compreensão e aplicação de conhecimentos básicos através de aulas presenciais em que o docente com o apoio de dispositivos multimédia irá lecionar os conteúdos programáticos sempre num papel de facilitador e organizador de temáticas privilegiando uma perspetiva de intercâmbio ativo com os alunos. Finalmente nas sessões práticas laboratoriais os alunos irão executar determinados procedimentos experimentais, realizar algumas saídas de campo e desenvolver um projeto de disciplina devidamente tutoriado.

Modo de trabalho

Presencial

Pré-requisitos (conhecimentos prévios) e co-requisitos (conhecimentos simultâneos)

Sendo a “Ictiologia e Biologia Pesqueira” uma unidade curricular do 3º ano da Licenciatura em Ciências do Meio Aquático, a validação de conhecimentos prévios a algumas UC é vantajosa, nomeadamente a “Ecologia Geral” e “Biologia dos vertebrados I”, ambas do 1º ano, e a “Histologia e Embriologia Comparada I”, “Ecologia Aquática”, “Fisiologia Animal Comparada” e “Fisiologia dos Animais Aquáticos”, UC do 2º ano. Alguns dos conceitos lecionados na presente UC, serão também importantes co-requisitos para “Tecnologia e Gestão das Pesca” do 3º ano.

Programa

O programa atual da unidade curricular compreende duas componentes distintas.

Componente Teórica:

  1. Rever os grandes grupos taxonómicos de “peixes” (Agnatha, Chondrichthyes e Osteichthyes), e seus subgrupos, e suas principais características diferenciadoras.
  2. O sistema respiratório dos peixes (estrutura histo-anatómica das brânquias, fluxo contracorrente e processo ventilatório – passivo e ativo nos peixes). Estruturas respiratórias, alternativas ou complementares às brânquias (e.g. boca, intestino, tegumento, pulmões e bexiga natatória).
  3. O sistema circulatório dos peixes (circulação fechada e simples e completa) e as diferenças principais entre elasmobrânquios e teleósteos.
  4. A regulação osmótica nos peixes teleósteos dulçaquícolas e marinhos (e.g. papel das brânquias, dos rins e do processo de ingestão). Existência de mecanismos alternativos de regulação osmótica nos elasmobrânquios (e.g. função da ureia e óxido de trimetilamina).
  5. Conhecer as bases do sistema digestivo dos peixes (tubo digestivo e glândulas anexas). Identificar as adaptações morfológicas no sistema digestivo dos peixes, em função do seu comportamento alimentar. Compreender a histofisiologia do fígado e pâncreas nos peixes. Reconhecer algumas adaptações anatomo-funcionais do sistema digestivo dos ciclóstomos, elasmobrânquios e peixes ósseos. Compreender o processo alimentar dos peixes na sua fase larvar, e suas implicações em termos de ciclo de vida.
  6. Identificar os principais tipos de reprodução existentes nos peixes (reprodução bissexuada – peixes ovíparos, ovovivíparos e vivíparos, hermafroditismo e partenogénese). Compreender a estratégica evolutiva de produção dos gâmetas e processos de fertilização nos peixes. Reconhecer a diferença entre dimorfismo e dicromatismo sexual. Diferenciar hermafroditismo sequencial de síncrono em peixes. Compreender as estratégias de maturação sexual, desova, fertilização e desenvolvimento embrionário em peixes.
  7. Classificar os peixes em função do seu ciclo de vida ser passado em água doce, salgada ou ambas (e.g. potádromos, oceanódromos e anfídromos). Identificar e caracterizar a complexidade dos ciclos de vida de alguns peixes migradores diádromos, ecologicamente e comercialmente importantes, em particular os anadrómicos (e.g. salmão) e catadrómicos (e.g. enguia).
  8. Reconhecer a importância do cálculo da ogiva de maturação, proporção entre sexos e estabelecimento da época de postura em biologia pesqueira. Destrincar entre peixes com estratégias k e r, sua relação com o habitat, estratégias ecológicas, parâmetros populacionais e resposta à sobrepesca.
  9. Reconhecer a importância da determinação sexual e estádio de maturação em biologia pesqueira. Conhecer os cuidados a ter na amostragem biológica para obtenção do tamanho e/ou idade de primeira maturação e estimativa da época de postura. Conhecer a importância da informação obtida nos índices gonodossomáticos, hepatossomático e de condição. Identificar as vantagens e desvantagens da identificação macroscópica comparativamente à microscópica na determinação do sexo e estádio de maturação nos peixes. Conhecer os sistemas de classificação atuais para os estádios de maturação em peixes. Identificar a importância da fecundidade, e formas de cálculo, em biologia pesqueira.
  10. Reconhecer a importância dos estudos de idade e crescimento em biologia pesqueira. Identificar as estruturas esclerocronológicas (e.g. otólitos, vertebras e escamas) comumente usadas para estimar idade em peixes. Compreender a importância das chaves de idade-comprimento e curvas de crescimento (e.g. von Bertalanffy) em biologia pesqueira. Compreender os conceitos de precisão e exatidão nas estimativas de idade. Conhecer as formas de expressar a precisão das leituras (e.g. percentagem de concordância, coeficiente de variação e erro percentual médio). Identificar os métodos usados para estimar idades anuais e/ou diárias usando otólitos e/ou escamas. Conhecer os métodos de validação (e.g. diretos, semi-diretos e indiretos) da taxa de deposição dos incrementos e das marcas ontogenéticas em otólitos (e.g. marca de eclosão larvar, primeira alimentação exógena e assentamento).
  11. Reconhecer a importância atual das propriedades estruturais, morfológicas e químicas dos otólitos no estudo de estrutura populacional, padrões de migração e conectividade entre habitats em peixes.
  12. Saber classificar os peixes em função do seu ambiente marinho (e.g. pelágicos, demersais e bentónicos). Caracterizar sucintamente as principais artes de pesca atuais (e.g. redes – arrasto, cerco, emalhe e tresmalho, palangres e armadilhas). Compreender a importância do nível de pesca e padrão de exploração na gestão dos recursos haliêuticos. Conhecer as vantagens e desvantagens das principais medidas de gestão de pesca: limites de captura, tamanho mínimo de captura, interdição de pesca, limitação do tamanho rede-anzol, e época de defeso.
  13. Conhecer os conceitos atuais de stock e recrutamento pesqueiro. Identificar os diferentes métodos de identificação e discriminação dos stocks pesqueiros, em particular os métodos genotípicos (e.g. DNA mitocondrial, microsatélites e outros) e fenotípicos (e.g. geomorfometria corporal, fauna parasitária, química de otólitos, e outros atuais).
  14. Compreender a evolução das pescas a nível mundial, fruto da evolução das embarcações, equipamentos, engenhos de pesca e setores associados. Caracterizar o sector das pescas em Portugal do ponto de vista da frota pesqueira, artes de pesca associadas e mão de obra. 

Componente Prática-Laboratorial:

  1. Aula prática laboratorial sobre cuidados a ter numa amostragem biológica e medições corporais (e.g. TL, SL e FL) em peixes.
  2. Aula prática laboratorial sobre a remoção, limpeza, preparação das peças (inteira ou seccionada) e estimativa de idade em peixes por leituras de incrementos anuais (à lupa binocular) e diários (ao microscópio de luz) em estruturas duras (e.g. otólitos e escamas) de peixes.
  3. Aula prática laboratorial sobre a identificação do género sexual e estádio de maturação de peixes a partir de observação macroscópica (e.g. Oncorhynchus mykiss) e preparações histológicas de gónadas (e.g. Danio rerio e Chelidonichthys lucerna) coradas com hematoxilina-eosina.
  4. Aula prática-laboratorial sobre geomorfometria corporal (redes de Truss): marcos anatómicos e distâncias morfométricas.
  5. Aula prática-laboratorial sobre análise de forma em otólitos: índices de forma e descritores de Fourier.
  6. Previsão de duas saídas de campo no âmbito da ictiologia e pescas a combinar com os alunos.   
  7. Aulas práticas-laboratoriais em regime de orientação tutorial com vista à escrita e defesa pública de um trabalho de grupo de cariz científico na área da ictiologia e pescas.

Bibliografia Obrigatória

Burton D, Burton M.; Essential Fish Biology : Diversity , Structure , and Function, Oxford University Press, 2017
Cochrane KL, Garcia SM; A Fishery Manager's Guidebook, Wiley-Blackwell, 2009
Hart PJB, Reynolds JD; Handbook of Fish Biology and Fisheries, Blackwell Science Ltd, 2002
Helfman GS, Colette BB, Facey DE, Bowen BW; The Diversity of Fishes: Biology, Evolution, and Ecology, Wiley-Blackwell, 1997
Hickman C, Keen S, Eisenhour D, Larson A , I‘Anson H; Integrated Principles of Zoology, McGraw-Hill, 2020
Moyle PB, Cech JJ; Fishes: An Introduction to Ichthyology, Pearson, 2015
Royce WF; Introduction to the Practice of Fishery Science, Academic Press, 1996

Bibliografia Complementar

Anónimo; Estatísticas da Pesca 2019, INE, 2019
Cadrin SE, Froedland KD, Waldman JR; Stock identification methods: applications in Fishery Science, Elsevier, 2005
Lucas MC, Baras E, Thom TJ, Duncan A, Slavík O; Migration of Freshwater Fishes, Blackwell Science Ltd, 2001
Morais P, Daverat F; An Introduction to Fish Migration, CRC Press, 2016
Perry SF, Tufts BL; Fish Respiration, Academic Press, 1998
Satchell GH; Physiology and Form of Fish Circulation, Cambridge University Press, 2006

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

A unidade curricular irá privilegiar os métodos de ensino-aprendizagem usuais em ambiente de sala de aula, com tipologia teórica (projeção de slides e vídeos) e prática-laboratorial (atividades com protocolo experimental), privilegiando a aquisição de competências centradas no aluno, sendo o docente um mero agente facilitador de aprendizagens. Saídas de campo e visitas guiadas a centros de investigação serão também equacionadas em função da disponibilidade de horários dos alunos e dos meios logísticos disponibilizados pela instituição. Todas as atividades que os aproximem de situações reais do quotidiano serão estimuladas.  

Software

Iwata, H., and Ukai, Y. (2002). SHAPE: um pacote de programa de computador para avaliação quantitativa de formas biológicas baseada em descritores de Fourier elípticos. The Journal of Heredity 93, 384– 385.
Rohlf, F.J., 2018. tps Utility program. Ecology & Evolution and Anthropology. Stony Brook University.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída com exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Exame 50,00
Teste 25,00
Trabalho prático ou de projeto 25,00
Total: 100,00

Componentes de Ocupação

Designação Tempo (Horas)
Frequência das aulas 49,00
Estudo autónomo 56,00
Trabalho escrito 30,00
Total: 135,00

Obtenção de frequência

De acordo com a normativa académica em vigor para o presente ano letivo, exige-se aos alunos uma assiduidade mínima obrigatória de 75% às aulas de tipologia prática-laboratorial. 

Fórmula de cálculo da classificação final

A classificação final à unidade curricular resulta da média aritmética da componente teórica realizada por exame final (Exame: 50%), conjuntamente com a componente prática-laboratorial, cuja avaliação é feita em regime de avaliação contínua, e obtida por via da realização e defesa em ambiente de sala de aula de um trabalho de grupo (trabalho prático ou de projeto: 25%), e de um teste prático escrito (Teste: 25%). O aluno terá de obter nota mínima (9,5 valores) a cada componente (T e PL), para obter aprovação à unidade curricular.

Provas e trabalhos especiais

Não aplicável.

Trabalho de estágio/projeto

Não aplicável.

Avaliação especial (TE, DA, ...)

Não aplicável.

Melhoria de classificação

Apenas por exame, e apenas à componente teórica.

Observações

Não aplicável.
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