Resumo (PT):
Os padrões alimentares que integram total ou quase totalmente, produtos de origem vegetal,
parecem ser conhecidos e seguidos desde, pelo menos, a Antiguidade Clássica, essencialmente
por razões de âmbito filosófico e religioso, mas também de saúde. Nas últimas décadas, com o
aumento do conhecimento nas ciências da nutrição e do ambiente, tem aumentado a
evidência científica a favor da maior presença de produtos de origem vegetal na nossa
alimentação. As populações com consumos elevados ou exclusivos de produtos de origem
vegetal parecem ter menor probabilidade de contraírem doenças crónicas, como doença
cardiovascular, certos tipos de cancro, diabetes e obesidade.
Este padrão alimentar ou “dieta” não é uniforme, podendo ser exclusivamente baseado em
produtos de origem vegetal (vegetariano estrito ou vegano) ou, por exemplo, incluir ovos e
laticínios (ovolactovegetariano). Na sua base estão, geralmente, fruta, hortícolas, cereais,
leguminosas, frutos gordos e sementes, de preferência locais, da época e minimamente
processados.
As linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável, propostas neste
documento, tiveram em conta o indivíduo adulto saudável, não devendo, por este motivo, ser
extrapoladas para outras fases do ciclo de vida. A adequação desta “dieta” às várias fases do
ciclo de vida, incluindo a infância, adolescência, gravidez, lactação, idosos e também
desportistas, implica um bom planeamento e acompanhamento da mesma.
Este modelo de consumo alimentar, para que seja considerado nutricionalmente adequado,
deve ter em conta a ingestão apropriada e a biodisponibilidade de alguns nutrientes como a
proteína, ácidos gordos essenciais, vitamina B12, vitamina D, iodo, ferro, cálcio e zinco, e
também o valor energético. É ainda importante considerar a diversidade de alimentos, a
redução das quantidades de sal, açúcar e gorduras saturadas e a ingestão adequada de água.
No caso da vitamina B12, dada a inexistência de fontes nutricionais numa dieta vegana, esta
deverá ser obtida através de alimentos enriquecidos ou por suplementos alimentares.
Apesar deste padrão alimentar ser, de um modo geral, saudável e fácil de adotar, em
particular em países como Portugal, onde existe uma oferta abundante e variada de vegetais
ao longo do ano e onde os modos de confeção tradicionais já incluem na sua base vegetais,
existe ainda uma grande falta de informação por parte dos profissionais de saúde e educação,
associada a muita informação de má qualidade nos formatos online que este manual pretende
colmatar.
Abstract (EN):
Dietary patterns consisting exclusively, or mostly, of plant foods seem to have been common
knowledge and followed since as far as the classical antiquity, essentially on philosophical and
religious grounds, but also for health reasons. Over the last decades, alongside with an
increase of knowledge on nutrition and environmental sciences, there has been an increment
on scientific evidence in favor of a greater presence of plant foods in our diet. Populations
showing high or exclusive consumption of plant foods seem to be less prone to develop
chronic diseases, such as cardiovascular disease, certain types of cancers, diabetes and obesity.
This dietary pattern, or 'diet', is not a uniform one, as it may consist solely of plant foods (strict
vegetarian or vegan) but it can also include other elements such as eggs and dairy products
(ovolactovegetarian). At its core there is usually fruit, vegetables, cereals, legumes, nuts and
seeds, which should preferably be local ones, in season and minimally processed.
The guidelines for a healthy vegetarian diet which are proposed in this document have been
designed considering the healthy adult, which is why they should not be applied to other
stages of a life cycle. The adequacy of this "diet" to the different stages of life, including
childhood, adolescence, pregnancy, lactation, old age, and even to athletes, requires
appropriate planning and monitoring.
In order for this dietary pattern to be considered nutritionally adequate, factors such as the
appropriate intake and bioavailability of certain nutrients such as protein, essential fatty acids,
vitamin B12, vitamin D, iodine, iron, calcium and zinc and also caloric intake should be taken
into account. Moreover, it is important to consider food diversity, the reduction in quantities
of salt, sugar and saturated fats, and the adequate intake of water. In the case of vitamin B12,
and due to the absence of nutritional sources in a vegan diet, it has to be provided through
enriched foods or supplements.
Although this food pattern is generally healthy and easy to adopt, particularly in countries like
Portugal, where there is a varied and abundant offer of fruit, vegetables and other plant foods
throughout the year, and where traditional cooking methods already include plant foods in
their base, there is still considerable lack of information on the part of health and education
professionals, associated with poor-quality information on online formats, a situation which
this manual aims at improving.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Reference:
ISBN 978-972-675-228-8
No. of pages:
49
License type: