Resumo (PT):
A possibilidade de os gestores das empresas com capital disperso decidirem de modo contrário ao interesse dos accionistas - de que se tem consciência, pelo menos, desde os estudos seminais de Berle e Means (1932) - obriga à existência de instrumentos que induzam à prossecução dos fins para que haja sido criada a sociedade. Somente a convicção de que estes mecanismos funcionam permite compreender que os investidores disponibilizem recursos aos gestores, mesmo sabendo que existe o perigo de serem expropriados, sem que tenha de ser suposto o seu (permanente) optimismo ou irracionalidade (Shleifer e Vishny (1997)). Esses mecanismos integram um conjunto de estruturas jurídicas e institucionais, bem como de práticas empresariais, e são usualmente aglutinados sob a designação de instrumentos de governo das sociedades (corporate governance). Todavia, a literatura reporta cepticismo teórico e evidência empírica contrária à eficácia de muitos desses instrumentos, tanto no que respeita ao modelo vigente nos países anglo-saxónicos, como no que se refere ao modelo da Europa continental e do Japão. São múltiplos os estudos que tornaram clara a necessidade de encontrar novos mecanismos de governo que minimizem os custos de agência, actuando em paralelo com instrumentos contratuais que induzam a uma eficiente afectação de recursos. Neste contexto, subsistem muitas questões que a investigação não foi (ainda) capaz de esclarecer (Vives (2000)). Este estudo insere-se nesta linha de investigação, questionando a disponibilidade dos investidores institucionais para o «corporate governance activism».
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Notes:
Livro existente na Biblioteca da FEP com a cota MF 115
No. of pages:
484