Resumo (PT):
Sofrendo quase sempre de estatuto secundário face aos produtos originais da literatura e dos saberes, a tradução houve de apresentar-se, de explicitar os seus preceitos orientadores, de assumir os seus limites, de argumentar, enfim, o seu direito de cidade no cômputo das práticas intelectuais. Encarregaram-se os autores portugueses da defesa e justificação das obras trasladadas e do exercício de as verter, alegando utilidade social e moral, relevância científica e prática, ou mais simplesmente apontando a posição dos escritos no cânone das Letras e do pensamento. De passo, exprimiram e confrontaram-se com receios que se prendiam com a estrangeirização da cultura autóctone, com a bastardização da língua pátria e com o estiolar de um viço propriamente nacional ao compasso das modas importadas. E, todavia, como muitos reconheciam, era também da novidade e do estranhamento de si que a cultura portuguesa necessitava como contributos essenciais para a sua ilustração.
A presente antologia visa facilitar o contacto do leitor coevo com esses enunciados polémicos, críticos e teóricos, no que respeita aos períodos do Classicismo e do Romantismo. Prestando especial atenção ao campo da literatura, sem contudo a ele se circunscrever, documenta os debates travados em torno de conceitos como criação, imitação, fidelidade e vernaculidade, ao longo de grande parte dos séculos XVIII e XIX.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Notes:
Co-editado pela Afrontamento
No. of pages:
226
ISBN:
978-972-36-1419-0
Collection:
Estudos de literatura comparada
Vol.:
14