A chegada dos portugueses à Índia, em 1498, marcou o início da presença lusa no subcontinente, que se prolongou por pouco mais de quatro séculos e meio. De entre as várias influências (religião, tradições, culinária, língua, etc.) que foram deixadas neste vasto território pelos portugueses, destaca-se o património edificado – fortificações, igrejas, edifícios públicos, casas, cidades – que, miscigenado com s diversas influências locais, produziu um conjunto variado de patrimónios únicos no mundo.
De Diu (Golfo da Cambaia) a Chatigão (Golfo de Bengala), passando pelas costas do Concão, Canará, Malabar, Coromandel e da própria ilha de Ceilão, é possível encontrarmos hoje um vasto conjunto patrimonial que testemunha a presença portuguesa nestes territórios – direta ou indiretamente, existindo casos cujo (re)conhecimento ainda está para ser feito. O vasto processo de estabelecimento, apropriação e adoção local das referências arquitetónicas, por parte dos portugueses e dos povos contactados por si, bem como a evolução das várias relações que foram sendo estabelecidas, ajudam a explicar a adaptação e desenvolvimento das estruturas edificadas ao longo dos tempos nestes territórios sob administração portuguesa ou onde simplesmente existiu algum tipo de influência lusa.
A aula pretende dar a conhecer, de modo sintético, o património arquitetónico de influência portuguesa no subcontinente indiano, bem como a sua evolução histórico-artística, recorrendo a casos de estudo concretos que permitem compreender a presença e as contribuições arquitetónicas portuguesas que existiram ou que ainda ali subsistem.