Resumo (PT):
A imprensa portuguesa sai do período revolucionário de 1974-75 com o Estado a deter total ou parcialmente
os principais diários de circulação nacional. Contudo, persistiram ou foram lançados jornais novos,
de circulação nacional ou regional e local. Em termos de periodicidade e audiência, havia diversidade de publicações,
englobando diários e semanários de implantação geográfica variável. Os diários de maior tradição e
circulação permaneceram cerca de uma década no sector público. Este ciclo, caracterizou-se pela preponderância
de notícias de política na agenda, que pode ser entendida como a continuidade do combate político nas
redações verificadas após o 25 de Abril. Outra das linhas de evolução da imprensa para este período foi a de uma
crise acentuada, marcada pelo decréscimo das tiragens, o desaparecimento de vários títulos e a sustentação
global dos jornais através de uma política de subsídios (Carvalho, 1986). No final dos anos 80, gradualmente, na
imprensa e o campo dos media em geral, surgiram novos projetos informativos, que se enquadraram na tendência
da preponderância da agenda política e do militantismo partidário (Mesquita, 1994; Serrano, 2006, Lima,
2013), mas também outros títulos que procuraram caminhos editoriais distintos. As novas linhas editoriais levariam
à divisão entre jornalismo de referência e formatos mais sensacionalistas, também no caso português.
Construíram-se novos públicos e ressurgiu a publicidade, ditadas pela lógica de mercado. Este estudo procura
caracterizar esse processo de transformação através da comparação entre duas dinâmicas distintas, a da imprensa
estatizada e três dos semanários do setor privado. A metodologia assenta na abordagem das estratégias
editoriais escolhidas pelo Expresso, Semanário e Tal & Qual e numa perspetiva de comparativa procurar delinear
os respetivos figurinos informativos.
Abstract (EN):
The post 1974/1975 revolutionary period shaped the Portuguese press by a strong public sector that
included the main national newspapers. However, new newspapers, with national or regional and local circulation,
persisted or were launched. In terms of periodicity and audience, diversity was the rule in the form of daily
and weekly newspapers of varying geographical coverage. The most traditional and widely circulated newspapers
remained for about a decade in the public sector. This cycle was characterized by the preponderance
of political news on the agenda, which can be understood as the aftermath of the political fight in that invaded
newsrooms after the 25th of April 1974 Revolution. A main feature for this period was a sharp crisis, marked by
the decrease in circulation, the death of several titles and the global support of newspapers through a subsidy
policy (Carvalho, 1986). At the end of the 1980s, in the press and the media field in general, gradually new news
projects emerged, however kipping the political agenda preponderance and the partisan activism (Mesquita,
1994; Serrano, 2006, Lima, 2013). However, other newspapers were launched opting for different editorial
paths. The new editorial lines would lead to the division between quality journalism and more sensational formats.
New audiences were built and advertising resurfaced, dictated by the market ldemands. This study seeks
to characterize this transformation process by comparing two different dynamics, that of the public sector press
and three of the private sector weekly newspapers. The methodology is based on the approach of the editorial
strategies chosen by Expresso, Semanário and Tal & Qual and on a comparative perspective in order to outline
each particular case.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Notas:
Disponível em: https://colecaoicnova.fcsh.unl.pt/index.php/icnova/article/view/15