Resumo: |
O molinato é um herbicida da classe dos tiocarbamatos utilizado mundialmente no controlo de ervas daninhas em arrozais. O desenvolvimento de estratégias para tratar locais contaminados com molinato e para prevenir futuras contaminações com este herbicida é importante porque a sua utilização em arrozais promove a sua disseminação no ambiente (ar, águas de superfície e subterrâneas, solo e comunidade biótica) em concentrações que excedem os valores legais. A biorremediação é uma alternativa efectiva às técnicas físico-químicas de alto custo para tratar solos e águas contaminadas. Assim, vários autores descreveram o isolamento de microrganismos capazes de degradar o molinato. No entanto, estes isolados transformam o molinato em produtos parcialmente oxidados, como o sulfóxido de molinato, que é mais persistente e tóxico do que o herbicida original.
Esta equipa isolou uma cultura bacteriana mista capaz de degradar o molinato por uma via metabólica nova. Esta cultura mista é o único siatema biológico descrito como sendo capaz de mineralizar o molinato sem a acumulação de produtos de degradação. A mineralização do molinato é conseguida, pelo menos pela cooperação de Gulosibacter molinativorax ON4T, um novo género e nova espécie do grupo das Actinobacteria descrita por nós, e da Pseudomonas chlororaphis ON1. G. molinativorax ON4T quebra a ligação tioester do molinato, produzindo etanotiol e um novo metabolito identificado como ácido azepano-1-carboxílico (ACA). Em cultura pura, G. molinativorax ON4T cresce em molinato à custa da utilização de ACA, enquanto o etanotiol se acumula. Este último composto é tóxico para G. molinativorax ON4T, e a mineralização do molinato só é conseguida em mistura com Pseudomonas chlororaphis ON1, que é capaz de degradar o etanotiol. Neste projecto pretende-se caracterizar, ao nível molecular, esta associação catabólica para a degradação do molinato. A identificação e caracterização das enzimas e genes responsáveis pela quebra do molinato c |
Resumo O molinato é um herbicida da classe dos tiocarbamatos utilizado mundialmente no controlo de ervas daninhas em arrozais. O desenvolvimento de estratégias para tratar locais contaminados com molinato e para prevenir futuras contaminações com este herbicida é importante porque a sua utilização em arrozais promove a sua disseminação no ambiente (ar, águas de superfície e subterrâneas, solo e comunidade biótica) em concentrações que excedem os valores legais. A biorremediação é uma alternativa efectiva às técnicas físico-químicas de alto custo para tratar solos e águas contaminadas. Assim, vários autores descreveram o isolamento de microrganismos capazes de degradar o molinato. No entanto, estes isolados transformam o molinato em produtos parcialmente oxidados, como o sulfóxido de molinato, que é mais persistente e tóxico do que o herbicida original.
Esta equipa isolou uma cultura bacteriana mista capaz de degradar o molinato por uma via metabólica nova. Esta cultura mista é o único siatema biológico descrito como sendo capaz de mineralizar o molinato sem a acumulação de produtos de degradação. A mineralização do molinato é conseguida, pelo menos pela cooperação de Gulosibacter molinativorax ON4T, um novo género e nova espécie do grupo das Actinobacteria descrita por nós, e da Pseudomonas chlororaphis ON1. G. molinativorax ON4T quebra a ligação tioester do molinato, produzindo etanotiol e um novo metabolito identificado como ácido azepano-1-carboxílico (ACA). Em cultura pura, G. molinativorax ON4T cresce em molinato à custa da utilização de ACA, enquanto o etanotiol se acumula. Este último composto é tóxico para G. molinativorax ON4T, e a mineralização do molinato só é conseguida em mistura com Pseudomonas chlororaphis ON1, que é capaz de degradar o etanotiol. Neste projecto pretende-se caracterizar, ao nível molecular, esta associação catabólica para a degradação do molinato. A identificação e caracterização das enzimas e genes responsáveis pela quebra do molinato constituem os objectivos principais desta proposta. |