Resumo: |
As ondas marítimas constituem um importante recurso energético a nível mundial, e em particular em Portugal, onde existem condições muito favoráveis: nível energético elevado, plataforma continental estreita, rede eléctrica próxima da costa, preço de aquisição de energia elevado (incentivo governamental ao desenvolvimento deste tipo de tecnologia). Os dispositivos offshore são basicamente corpos oscilantes, flutuantes ou (mais raramente) completamente submersos. São estes os sistemas, agregados em parques (como os parques eólicos), adequados para o aproveitamento em larga escala da energia das ondas. Em comparação com os sistemas ("shoreline" e "near-shore") localizados na costa, os sistemas offshore beneficiam dum recurso energético de nível mais elevado em águas mais profundas (tipicamente mais de 40 m). No entanto, a sua maior complexidade, e também outros factores (amarração, acesso para manutenção, ligação eléctrica submarina) têm retardado o seu desenvolvimento, e só recentemente alguns sistemas offshore atingiram a fase de protótipo em mar real (ou se aproximaram dessa fase). A modelação teórica e numérica é a primeira fase no processo de desenvolvimento destes sistemas. A modelação hidrodinâmica baseia-se normalmente na teoria linear das ondas de superfície. Esta teoria ignora os efeitos não lineares, que se sabe serem relevantes em estados de mar mais energéticos e quando se trata de pequenos dispositivos ("point absorbers") cuja amplitude de oscilação é grande. A investigação destes efeitos é normalmente feita recorrendo a ensaios em tanque de ondas, com modelos a escalas entre 1:80 e 1:10. A amarração é essencial para evitar a deriva do dispositivo flutuante, devendo a sua configuração ser adaptada ao tipo de dispositivo. A sua acção é interactiva, pois as forças de amarração dependem dos movimentos do corpo que por sua vez dependem da resultante de todas as forças e momentos nele aplicados. A modelação da cadeia de conversão de energia (de |
Resumo As ondas marítimas constituem um importante recurso energético a nível mundial, e em particular em Portugal, onde existem condições muito favoráveis: nível energético elevado, plataforma continental estreita, rede eléctrica próxima da costa, preço de aquisição de energia elevado (incentivo governamental ao desenvolvimento deste tipo de tecnologia). Os dispositivos offshore são basicamente corpos oscilantes, flutuantes ou (mais raramente) completamente submersos. São estes os sistemas, agregados em parques (como os parques eólicos), adequados para o aproveitamento em larga escala da energia das ondas. Em comparação com os sistemas ("shoreline" e "near-shore") localizados na costa, os sistemas offshore beneficiam dum recurso energético de nível mais elevado em águas mais profundas (tipicamente mais de 40 m). No entanto, a sua maior complexidade, e também outros factores (amarração, acesso para manutenção, ligação eléctrica submarina) têm retardado o seu desenvolvimento, e só recentemente alguns sistemas offshore atingiram a fase de protótipo em mar real (ou se aproximaram dessa fase). A modelação teórica e numérica é a primeira fase no processo de desenvolvimento destes sistemas. A modelação hidrodinâmica baseia-se normalmente na teoria linear das ondas de superfície. Esta teoria ignora os efeitos não lineares, que se sabe serem relevantes em estados de mar mais energéticos e quando se trata de pequenos dispositivos ("point absorbers") cuja amplitude de oscilação é grande. A investigação destes efeitos é normalmente feita recorrendo a ensaios em tanque de ondas, com modelos a escalas entre 1:80 e 1:10. A amarração é essencial para evitar a deriva do dispositivo flutuante, devendo a sua configuração ser adaptada ao tipo de dispositivo. A sua acção é interactiva, pois as forças de amarração dependem dos movimentos do corpo que por sua vez dependem da resultante de todas as forças e momentos nele aplicados. A modelação da cadeia de conversão de energia (desde as ondas à energia eléctrica) e do sistema de amarração, e a sua validação por testes em modelo físico, são essenciais para a concepção, estudos básicos e o projecto de sistemas de energia das ondas, e para a optimização do projecto e/ou especificação dos seus componentes estruturais, mecânicos e eléctricos. É este o objectivo das 5 tarefas do projecto. |