Resumo: |
Os biofilmes formados por microrganismos patogénicos em equipamentos da indústria alimentar são um grave problema de saúde pública e uma preocupação financeira. Isto deve-se ao seu potencial de contaminação dos alimentos e à maior resistência dos biofilmes bacterianos à limpeza e desinfeção comparativamente às bactérias na forma planctónica. Adicionalmente, os problemas na remoção de alergénios de superfícies de contato com laticínios e contaminação cruzada de diferentes produtos estão a aumentar no setor alimentar, levando à devolução dos alimentos e provocando graves reações alérgicas. Logo, o desenvolvimento de novas estratégias antibacterianas e anti-sujamento focadas na prevenção da colonização bacteriana, retenção de alergénios e formação de biofilme, em vez de na sua eliminação, é muito promissor para a indústria.
O projeto BacAllFree tem como objetivo desenvolver superfícies anti-sujamento não-tóxicas inspiradas nas estruturas de autolimpeza das plantas, a fim de reduzir o sujamento biológico e facilitar a remoção de depósitos formados em zonas críticas das linhas de processamento onde os biofilmes patogénicos são problemáticos. Esta abordagem garantirá aos consumidores alimentos mais seguros e de maior qualidade, minimizando o tempo de inatividade das linhas e, consequentemente, reduzindo os custos para as empresas. Além disso, a utilização de produtos químicos perigosos será drasticamente reduzida com a diminuição dos processos de limpeza e desinfeção, minimizando o consumo de energia e água, e o descarte de soluções de limpeza para o meio ambiente. Estes objetivos estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e com o Pacto Ecológico Europeu, e estabelecem uma base sólida para o desenvolvimento científico e inovação. Embora haja evidência crescente sobre como as bactérias detetam uma superfície, o modo como a topografia e a físico-química da superfície influenciam a fixação bacteriana e a subsequente formação de biofi |
Resumo Os biofilmes formados por microrganismos patogénicos em equipamentos da indústria alimentar são um grave problema de saúde pública e uma preocupação financeira. Isto deve-se ao seu potencial de contaminação dos alimentos e à maior resistência dos biofilmes bacterianos à limpeza e desinfeção comparativamente às bactérias na forma planctónica. Adicionalmente, os problemas na remoção de alergénios de superfícies de contato com laticínios e contaminação cruzada de diferentes produtos estão a aumentar no setor alimentar, levando à devolução dos alimentos e provocando graves reações alérgicas. Logo, o desenvolvimento de novas estratégias antibacterianas e anti-sujamento focadas na prevenção da colonização bacteriana, retenção de alergénios e formação de biofilme, em vez de na sua eliminação, é muito promissor para a indústria.
O projeto BacAllFree tem como objetivo desenvolver superfícies anti-sujamento não-tóxicas inspiradas nas estruturas de autolimpeza das plantas, a fim de reduzir o sujamento biológico e facilitar a remoção de depósitos formados em zonas críticas das linhas de processamento onde os biofilmes patogénicos são problemáticos. Esta abordagem garantirá aos consumidores alimentos mais seguros e de maior qualidade, minimizando o tempo de inatividade das linhas e, consequentemente, reduzindo os custos para as empresas. Além disso, a utilização de produtos químicos perigosos será drasticamente reduzida com a diminuição dos processos de limpeza e desinfeção, minimizando o consumo de energia e água, e o descarte de soluções de limpeza para o meio ambiente. Estes objetivos estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e com o Pacto Ecológico Europeu, e estabelecem uma base sólida para o desenvolvimento científico e inovação. Embora haja evidência crescente sobre como as bactérias detetam uma superfície, o modo como a topografia e a físico-química da superfície influenciam a fixação bacteriana e a subsequente formação de biofilme não foi totalmente explicado.
Além disso, a formação de filmes condicionantes, especialmente os baseados em alergénios como proteínas do leite, e seu impacto nas interações bactéria-superfície e posterior limpeza foram pouco estudados, sendo uma preocupação crescente para as empresas de laticínios. O ambiente de processamento de alimentos está longe de ser ideal e as superfícies são tipicamente colonizadas por um consórcio dinâmico de microrganismos e material orgânico que interagem entre si. Por esse motivo, a eficácia anti sujamento das superfícies desenvolvidas será validada na presença de diferentes agentes condicionantes, estirpes bacterianas relevantes em doenças transmitidas pelos alimentos (Escherichia coli, Listeria monocytogenes e Pseudomonas aeruginosa) em culturas de uma ou mais estirpes, e novos regimes de limpeza. As superfícies e os biofilmes serão avaliados por técnicas avançadas e robustas como microscopia eletrónica de varrimento (SEM), perfilometria óptica (OP), microscopia confocal (CLSM), citometria de fluxo (FC) e ensaios de imunoabsorção enzimática (ELISA), que irão fornecer uma melhor compreensão das interações bactéria-superfície, alergénio-superfície e bactériabactéria. Esta abordagem holística constitui um passo importante na direção da aplicação industrial de superfícies modificadas para aumento da segurança alimentar. |