Código: | 50157C5 | Sigla: | 50157C5 |
Áreas Científicas | |
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Classificação | Área Científica |
CNAEF | Arquitetura e urbanismo |
Ativa? | Sim |
Unidade Responsável: | Arquitectura (A) |
Curso/CE Responsável: | Mestrado Integrado em Arquitetura |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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MIARQ | 7 | MIARQ | 4 | - | 3 | - | |
5 |
Docente | Responsabilidade |
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Ana Sousa Brandão Alves Costa | Regente |
José Júlio Cabral Faria Frias Dias | Regente |
Teorico-Prática: | 3,00 |
Tipo | Docente | Turmas | Horas |
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Teorico-Prática | Totais | 1 | 3,00 |
Ana Sousa Brandão Alves Costa | 1,50 | ||
José Júlio Cabral Faria Frias Dias | 1,50 |
No livro “A Boa Vida”, Iñaki Ábalos propõe uma visita guiada a oito diversas propostas de habitar, corporizadas pela Habitação Unifamiliar. Entre a Casa com três Pátios, habitada pelo “herói solitário” de Mies Van der Rohe; a Casa Existencialista e sua estabilidade (proveniente da activação da memória); a Casa Positivista e a sua fé no progresso e na ordem; a Casa Fenomenológica e a intensidade da experiência sensorial; até à Casa do Pragmatismo, que fecha o livro (pensada para o aqui e o agora, a facilidade do habitar e o equilíbrio entre a natureza e o artificio), é formado um fio condutor através do qual se pretende demonstrar que as formas da arquitectura não são neutras. Pelo contrário, as mesmas condicionam a apropriação do espaço e, ao reflectir os desejos, as necessidades e os sonhos que lhes estão subjacentes, expressam a vida de quem as habita ou irá habitar.
Partindo da hipótese enunciada no livro, embora superando o enquadramento ali proposto, a Unidade Curricular (UC) terá a habitação unifamiliar da contemporaneidade como seu objecto de estudo, reconhecendo-a como laboratório experimental por excelência do pensamento arquitectónico. A íntima, irrepetível e– nessa condição– singular relação entre o espaço arquitectónico e a natureza de quem habita a “Casa” será a matéria operativa da UC, sendo mobilizados exemplos que tenham subjacente um elevado grau de experimentação, espelhando programas pouco convencionais: Casa Butantã, Paulo Mendes da Rocha, 1964-1967; Juliaan Lampens, Casa Van Wassenhove, 1972-1974; Casa Neuendorf, John Pawson, 1987-1989; Casa em Bordéus, OMA/Rem Koolhaas, 1996-1998; Casa na Estrela, Aires Mateus; 2017, Casa em Arruda dos Vinhos, João Mendes Ribeiro, 2017-2021, entre outros exemplos significativos.
Como objectivos da UC, pretende-se que o estudante aprofunde a consciência das dimensões intangíveis e não quantificáveis subjacentes à Arquitectura, entendidas como matérias insubstituíveis para a definição e a caracterização da forma espacial, em sentido lato (com expressão na complexa relação entre a definição programática, a forma do espaço e a natureza do habitante). A UC focar-se-á nas circunstâncias de partida de obras pouco convencionais destinadas a habitantes singulares (como referido acima), para, ao entender o acto projectual dos arquitectos, se explicar o resultado construído e a sua adequação a um contexto de vida único. Em suma, a contribuição para o desenvolvimento de um discurso crítico mais consciente e articulado sobre a obra de Arquitectura será o fim último da Unidade Curricular. Pretende-se que o estudante desenvolva uma mais informada capacidade de interpretar e compreender um programa e a sua tradução material concreta, em ambientes, formas e modos de usar o espaço específicos. O projecto da “Casa” será, no contexto da UC, entendido como amplo laboratório para a invenção, considerando as circunstâncias a que os arquitectos têm de responder. Nesse sentido, A UC pretende fornecer meios para que o estudante enfrente o acto de projectar de modo mais consciente das possibilidades deste (do projecto) e do alcance das opções que lhe estão subjacentes. Trata-se, em suma, de estimular a actividade projectual com maior consciência disciplinar.
Através da análise aprofundada de diversificadas obras de referência e das suas respectivas circunstâncias, pretende-se tanto estimular o desenvolvimento intelectual, como aprofundar a cultura arquitectónica dos estudantes, no âmbito da interpretação do programa e compreensão da proposta arquitectónica. A atenção ao papel da dimensão humana será central e deverá fomentar o entendimento do Projecto como campo de investigação e dispositivo para responder adequadamente ao sujeito/utilizador do espaço.
Como resultados de aprendizagem espera-se que os estudantes desenvolvam um discurso argumentativo mais consciente e informado. O mesmo deverá complementar a formação dos estudantes e permitir-lhes reforçar a atitude crítica perante a prática do projecto. Em síntese, procura-se estimular um conhecimento mais consciente sobre a complexidade da Arquitectura.
Para a concretização dos objectivos, o programa compreende sessões de 1,5 horas cada, em que serão apresentados casos significativos, no âmbito da cultura arquitectónica e dos conteúdos programáticos da Unidade Curricular. O papel pedagógico que esses modelos possam ter para a compreensão da articulação global entre forma, espaço, programa e modo de vida orientará a selecção. Um autor, uma obra e/ou projecto, serão apresentados em detalhe em cada aula, tendo em conta a relação entre conceptualização (por parte do arquitecto) e o quadro de vida proposto. Outros docentes e autores serão convidados para partilhar o seu conhecimento ou apresentar uma obra que tenham idealizado (sempre que se julgue adequado no contexto da didáctica da UC).
O ensino decorrerá presencialmente, em sessões que organizadas em 2 momentos: um de enquadramento teórico, alicerçado na exposição da obra ou obras de arquitectura seleccionados, e um segundo de debate, com os estudantes, de modo a aprofundar a consciência crítica dos discentes.
Agumas sessões contarão com docentes convidados, que exporão casos considerados paradigmáticos no contexto dos conteúdos e objectivos da Unidade Curricular.
Docentes convidados (confirmados):
- Sergio Fernandez, 18 de Outubro; FAUP/Universidade do Porto
- Ana Sofia Silva, 25 de Outubro; EAAD/Universidade do Minho
- João Pedro Serôdio, 15 de Novembro; FAUP Universidade do Porto
- Ana Luísa Jardim, 22 de Novembro; EAAD/Universidade do Minho
- João Mendes Ribeiro, 29 de Novembro; DARQ /Universidade de Coimbra
- Pedro Domingos, 10 de Janeiro; IST/Universidade de Lisboa
A avaliação, distribuída e sem exame final, compreenderá a natureza da participação nos momentos de debate e um ensaio sobre uma obra e os temas a definir com cada um dos estudantes.
Designação | Peso (%) |
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Participação presencial | 40,00 |
Trabalho escrito | 60,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Apresentação/discussão de um trabalho científico | 8,00 |
Estudo autónomo | 20,00 |
Frequência das aulas | 21,00 |
Trabalho de investigação | 12,00 |
Trabalho escrito | 20,00 |
Total: | 81,00 |
Presença em 75% das aulas. Apresentação e entrega dos trabalhos nas datas estipuladas.