Opção U.Porto (Inovped) - Cultura Digital: Espaço(s) de Habitar
Áreas Científicas |
Classificação |
Área Científica |
CNAEF |
Engenharia e tecnologias afins sem definição precisa |
CNAEF |
Artes sem definição precisa |
CNAEF |
Arquitetura e urbanismo |
Ocorrência: 2022/2023 - 1S
Ciclos de Estudo/Cursos
Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
MIARQ |
3 |
MIARQ |
3 |
- |
3 |
28 |
81 |
4 |
5 |
Língua de trabalho
Português
Objetivos
No contexto dos objetivos desta UC, salientam-se aqueles que se afiguram mais significativos:
- Pretende-se a construção de um mapeamento que, para além de incorporar uma perspetiva sobre o surgimento e desenvolvimento da Cultura Digital ao longo dos últimos 60 anos, incorpore o contexto atual tecno-cultural e a forma como os sistemas computacionais e digitais o têm vindo a transformar.
- Perspetiva-se a promoção de ciclos epistemológicos entre arquitetura, design e artes, tendo a cultura digital como força motriz, focando as seguintes perspetivas:
a) contextualizar as tecnologias digitais e computacionais partir de uma perspetiva histórica e teórica, abrangendo uma dimensão lata das artes às ciências, focando o campo disciplinar da arquitetura, reconhecendo contextos socioculturais que favoreceram o surgimento dos primeiros centros de investigação relacionados com a computação em arquitetura;
b) contribuir para a sensibilização de uma atuação no espaço construído mais sustentável e ativa socialmente;
c) desenvolver um quadro histórico e teórico para as tecnologias digitais integradas no espaço construído;
d) desenvolver o sentido critico, a literacia digital e a visibilidade para tópicos da cultura digital na arquitetura, no design e nas artes;
e) considerar as experiências curriculares de instituições de ensino nacionais e internacionais de referência;
f) compreender e refletir ativamente sobre os desafios da cultura digital com especial enfoque no ramo da arquitetura, nomeadamente no contexto do habitar e da sociedade;
g) consolidar um quadro teórico, corpo de pensamento crítico, para além do discurso arquitetónico predominante;
h) dotar os arquitetos e agentes culturais de ferramentas intelectuais reflexivas que lhes permitam ser protagonistas conscientes na mudança de paradigma digital que neste momento assistimos, evitando assim a subordinação acriteriosa em relação à indústria de construção e tecnologias;
i) compartilhar conhecimentos para impulsionar a inovação e o crescimento no âmbito da cultura digital, promovendo investigações sobre tecnologias digitais e computacionais com impacto positivo nas comunidades de usuários que habitam.
Resultados de aprendizagem e competências
A UC permitirá aos estudantes desenvolver conhecimentos abrangentes sobre a história, protagonistas, natureza, e impacto dos sistemas computacionais na sociedade e cultura. Paralelamente, assegura o desenvolvimento de conhecimentos sobre a teoria e a prática arquitetónica, artística e de design com sistemas computacionais.
Pretende ainda proporcionar a análise e reflexão sobre os impactos dos meios digitais de forma crítica e operativa.
Finalmente assegura o conhecimento e a valorização de diferentes interseções da Cultura Digital provenientes de diferentes dimensões da atividade e do conhecimento humano.
Modo de trabalho
Presencial
Pré-requisitos (conhecimentos prévios) e co-requisitos (conhecimentos simultâneos)
As condições de acesso à UC são de quatro tipos: a) estudante inscrito na UP; b) alumni da UP; c) estudantes externos à UP; d) profissionais das áreas disciplinares elencadas.
Programa
O uso das tecnologias digitais é hoje evidente no ensino e na prática da arquitetura, que se encontra a recuperar um conjunto de teorias e conceitos ligados à ciência da computação, desenvolvidos sobretudo nas décadas de 60 e 70. Com a presença das ferramentas digitais para design e fabricação, remodela-se gradualmente a construção e a sua indústria, e altera-se a definição e função das profissões na área da arquitetura. Desde os anos 90, a arquitetura foi quase exclusivamente desenhada com computadores, o que representa um desafio à componente prática da disciplina, mas também à sua história e teoria. Mais recentemente, a personalização em massa e a impressão 3D — cuja teoria e prática começaram a ser abordadas nas escolas de arquitetura — estão agora a ser discutidas também por escolas de negócios e de economia em todo o mundo.
Assistimos assim a uma procura reiterada da inovação, o que implica um profundo entendimento não só das tecnologias digitais, mas também de um pensamento crítico acerca da cultura digital que porventura possa orientar a sua aplicação à prática. CULTURA DIGITAL: Espaço(s) de Habitar irá explorar um novo foco na teoria e história transversal e interdisciplinar que contribuirá para a formação de um olhar crítico sobre o tema. Por um lado, um enquadramento conveniente da história da tecnologia na arquitetura, e por outro explorando a nível teórico-prático os atuais desenvolvimentos das tecnologias digitais e computacionais na disciplina, abordando outros campos disciplinares, relacionadas e transformadas pelo digital, como o design de comunicação, os media, a cibercultura e as ciências da computação. Oferece-se uma abordagem a conteúdos pedagógicos híbridos relacionados com a cultura digital, informados por estudos relevantes recentes nas artes e humanidades e ciências de computação, organizados num conjunto máximo de 12 sessões (a adequar em função do calendário escolar de cada semestre):
#01 Dia 28/09 Duração – 2h.
Apresentação e Objetivos. A construção da Cultura Digital na Arquitetura, Design e Artes. Cultura Digital das Ciências às Artes relacionado com os Modos de Habitar e a Sociedade.
#02 Dia 12/10 Duração – 2h.
As tecnologias na arquitetura no século XIX e início do século XX. O ferro no século XIX, o betão armado no século XX. A Arte e a Ciência: um novo paradigma.
#03 Dia 19/10 Duração – 2h.
Hiper Dimensionalidade e Geometrias do Invisível. A física e a arte. As novas leis da criatividade.
#04 Dia 26/10 Duração – 2,5h.
Os primórdios da Computação. Alan Turing e Bletchley Park: Computação Analógica e Computação Digital; Contraponto com os Estados Unidos. A Construção de uma Perspetiva Científica na Arquitetura. Síntaxes e o Espaço - a sistematização da resolução de problemas no programa habitacional.
#05 Dia 02/11 Duração – 2,5h.
O Digital na sociedade atual. A ubiquidade digital. Modos de atuação. (Docente José Bragança de Miranda NOVA)
#06 Dia 16/11 Duração – 3,5h.
Digital: integração multimodal e espaço - O digital na relação entre a integração multimodal dos media e os espaços de representação: Da Bayreuth Festspielhaus à Realidade Virtual. (Docente Miguel Carvalhais FBAUP)
#07 Dia 23/11 Duração – 2,5h.
Os Centros de investigação pioneiros na Arquitetura dos anos 60: IAUS, LUFBS, Architecture Machine Group; O desenvolvimento da ciência do projeto/design science e a expansão da investigação; a produção de conhecimento reutilizável. A ideia de Inteligência Artificial – Arqueologia das Utopias na Arquitetura.
#08 Dia 30/11 Duração – 2,5h.
O Caso Português (entre 1960 e 1970). Modelos Participativos e Sociais. Experiências no LNEC e o Processo SAAL. A construção de um pensamento pré computacional. Contemporaneidade (1980 a 2000). FabLabs e as Oficinas de Construção Digital - conceção, análise, simulação, visualização, representação, comunicação e fabricação na arquitetura.
#09 Dia 04/01 Duração – 2,5h.
Computação e Criatividade. Exemplos da atualidade na prática Arquitetónica. As potencialidades das novas tecnologias digitais na arquitetura, na concepção e construção; Exemplos da arquitetura actual.
#10 Dia 11/01 Duração – 3,5h.
Som e Espaço - Dos modelos sonoros da savana e da caverna até à internet das coisas musicais - Para uma perspetiva do espaço sonoro no Séc. XXI. (Docente Gilberto Bernardes FEUP)
#11 Dia 25/01 Duração – 2,5h.
Apresentação e discussão dos Trabalhos.
Bibliografia Obrigatória
Aksamija, A.; Integrating Innovation in Architecture. Design, Methods and Technology for Progressive Practice and Research, John Wiley & Sons, 2016
Boden, M.; The Creative Mind: Myths and Mechanisms, London: Routledge, 2004
Broeckmann, A.; The Machine as Artist as Myth, Arts 8 (1): 25, 2019
Carpo, M.; The Digital Turn in Architecture 1992-2012, AD Reader. Wiley, 2013
Carpo, M.; The Second Digital Turn: Design Beyond Intelligence, Cambridge, MA: The MIT Press., 2017
Carvalhais, M.; Artificial Aesthetics: Creative Practices in Computational Art and Design, Porto: U. Porto Edições, 2016
Crawford, K.; Atlas of AI. New Haven, CT: Yale University Press., 2021
Deamer, P.; Bernstein, P. (ed.); uilding (in) the Future: Recasting Labor in Architecture, New York: Princeton Architectural Press., 2010
Denning, J.; Matti T.; Computational Thinking, Cambridge, MA: The MIT Press., 2019
Deutsch, R.; Superusers: design technology specialists and the future of practice, Routledge., 2019
Kolaveric, B.; Duarte, J. (ed.); Mass Customization and Design Democratization, New York: Routledge, 2019
Kwastek, K.; Aesthetics of Interaction in Digital Art, Kindle ebook. Cambridge, MA: The MIT Press., 2013
Menges, A. (ed.); Computational Design Thinking,, London: John Wiley & Sons, 2011
Murray, H.; Inventing the Medium: Principles of Interaction Design as a Cultural Practice, Cambridge, MA: The MIT Press, 2012
Neves, I.; Abordagem Científica ao projecto de arquitetura. Desde as racionalidade modernas, Porto: Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte., 2019
Neves, I.; Figueira, J. (ed.); Black Box Stories of the Future, Porto Design Biennale: esad-idea., 2019
Packer, R.; Ken J. (ed.); Multimedia: from Wagner to virtual reality, WW Norton & Company., 2002
Penny, S.; Making Sense: Cognition, Computing, Art, and Embodiment., Cambridge, MA: The MIT Press., 2017
Pfammater, U.; Building the Future. Building Technology and Cultural History from the Industrial Revolution until Today, Munich: Prestel, 2008
Picon, A.; Digital Culture in Architecture: An Introduction for the Design Professions, Basel: Birkhauser, 2010
Prior, D.; A Space for Sound. In C. Ripley, M. Polo & A. Wrigglesworth (ed.). The Place of Sound, (pp. 125, 133). Newcastle: Cambridge Scholars, 2007
Rifkin, J.; 2013). The Third Industrial Revolution: How Lateral Power Is Transforming Energy, the Economy, and the, World. St. Martin's, 2013
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
A UC será presencial e organizada em torno de:
1) aulas temáticas com exposição, análise, e discussão a partir de referências fornecidas para leitura prévia;
2) práticas exploratórias e de investigação que proporcionem atitudes de problematização, reflexão, avaliação e análise crítica.
3) trabalho teórico-prático com o objetivo de problematizar os temas abordados e identificar áreas de interesse e ação.
Encontram-se previstas um total de 12 aulas (dependendo da necessária adequação ao calendário escolar em cada semestre), com a duração entre 2 a 3 horas (tendo em conta o numero total de 28 horas e de 12 aulas, a média de horas por aula corresponde a 2,33 horas). Durante cada uma das aulas, para além dos conteúdos específicos, os estudantes irão desenvolvendo estudo e investigação sobre as temáticas abordadas, de forma a consubstanciar um trabalho a apresentar na ultima aula da UC. Periodicamente, os docentes acompanharão a elaboração dos trabalhos, prevendo-se uma sessão de enquadramento e crítica a meio do semestre.
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída sem exame final
Componentes de Avaliação
Designação |
Peso (%) |
Participação presencial |
20,00 |
Apresentação/discussão de um trabalho científico |
20,00 |
Trabalho laboratorial |
60,00 |
Total: |
100,00 |
Componentes de Ocupação
Designação |
Tempo (Horas) |
Apresentação/discussão de um trabalho científico |
2,00 |
Frequência das aulas |
26,00 |
Trabalho laboratorial |
53,00 |
Total: |
81,00 |
Obtenção de frequência
Para a obtenção de frequência será requerida a participação em pelo menos 75% do numero total de aulas, sendo obrigatória a entrega dos trabalhos.
Fórmula de cálculo da classificação final
Participação Presencial 20%
Trabalho Laboratorial 60%
Apresentaçao e Discussão do Trabalho 20%
Provas e trabalhos especiais
Não se aplica.
Trabalho de estágio/projeto
Não se aplica.
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Não se aplica.
Melhoria de classificação
Não se aplica.
Observações
Não se aplica.