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A Urbanização da Pobreza

Código: 50135C5     Sigla: 50135C5

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
CNAEF Arquitectura e urbanismo

Ocorrência: 2021/2022 - 1S Ícone do Moodle

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Arquitectura (A)
Curso/CE Responsável: Mestrado Integrado em Arquitetura

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
MIARQ 23 MIARQ 4 - 3 - 81
5

Língua de trabalho

Português - Suitable for English-speaking students

Objetivos

Neste momento, mais de metade da população mundial habita em áreas urbanas, sendo que cerca de um quarto desse número reside em condições de precariedade extrema e uma porção adicional enfrenta lacunas relevantes no seu habitat. As estimativas parecem apontar para que essa percentagem tenha diminuído, mas os números terão aumentado, sendo que a iniquidade de rendimentos económicos também se terá acentuado, em especial nas economias tidas como mais desenvolvidas.

Desta forma, o debate em torno da equidade constitui uma questão de escala global, dos países do Norte aos do Sul, sendo que a actuação no ambiente construído em prol de espaços mais equitativos e do acesso democrático aos recursos urbanos constitui, cada vez mais, um desafio para arquitectos e urbanistas.

Perante as mais recentes e contrastantes dinâmicas globais de urbanização, e os actuais desafios profissionais colocados a nível internacional, pretende-se com esta unidade curricular criar um campo de discussão teórica e prática em torno da espacialização da pobreza e das disparidades nesse processo de urbanização, das preocupações sociais no campo disciplinar da arquitectura e do urbanismo, assim como das limitações e potencialidades das políticas redistributivas, de interesse social e de gestão equitativa do ambiente construído.

Assim, propõe-se aqui o estudo das disparidades nos processos de produção e gestão do ambiente construído, nomeadamente discutindo a visibilidade e o papel das faixas populacionais de menores rendimentos económicos, tanto focando nos contextos não-ocidentais (nas experiências da América Latina, Ásia e África) como nas áreas críticas dos contextos ocidentais (na evolução das políticas de interesse social e na sua situação actual).

Pretende-se portanto estabelecer um entendimento alargado das questões relacionadas com o processo de urbanização, através não só da discussão de condições extremas de disparidades e/ou limitação de recursos, mas também de enquadramento em mecanismos de gestão de múltiplos actores. Nestes contextos, o exercício profissional do arquitecto/urbanista raramente é colocado apenas numa relação cliente – prestador de serviços, mas multiplicam-se antes os intervenientes no processo de decisão, englobando recorrentemente entidades tais como estruturas públicas de regulação do território e de interesse social (a nível central, municipal e/ou local), financiadores externos, agências internacionais, organizações não-governamentais, associações locais e/ou habitantes, colocando o arquitecto/urbanista no papel de mediador e facilitador.

Propõe-se assim a construção de um olhar informado sobre realidades paradoxais, discutindo metodologias e instrumentos de intervenção, constrangimentos e potencialidades, experiências e orientações estratégicas de trabalho em equipas alargadas.

Resultados de aprendizagem e competências

Mais do que uma leitura histórica das diferentes abordagens ao planeamento urbano e regional, com esta disciplina pretende-se antes dotar os alunos de ferramentas de leitura e problematização de contextos complexos e profundamente contrastantes, assim como de instrumentos práticos para o exercício profissional nestes enquadramentos paradoxais.

Pretende-se portanto contribuir para a construção individual de uma posição informada e de uma consciência crítica face a questões globais, assim como para o desenvolvimento de competências que permitam encarar desafios profissionais em contexto internacional, em que se coloque perante situações de abundância ou escassez de recursos, com o papel de mediador e facilitador.

Modo de trabalho

Presencial

Programa

1. Introdução
1.1. A intensificação do processo de urbanização e as suas consequências mundiais, as iniquidades e a urbanização da pobreza
1.2. Os desafios para o arquitecto/urbanista – a sua função social e o debate internacional entre o Norte e o Sul
 
2. Os Países do Sul
2.1. Os assentamentos precários e a informalidade
2.2. As políticas territoriais e de desenvolvimento rural
2.3. Os programas habitacionais: do melhoramento e (re)urbanização de assentamentos existentes às operações de realojamento;
2.4. As situações de urgência – desastres naturais e acções de realojamento, campos de deslocados e refugiados – políticas e experiências com recursos extremamente limitados;
2.5. Agentes de decisão e ferramentas de acção face à ocupação precária

3. O contexto português
3.1. Políticas sociais no contexto ocidental: as grandes operações de realojamento do pós-guerra, as políticas europeias de habitação de interesse social, o debate sobre a inclusão socioespacial.
3.2. O caso português das carências habitacionais às dinâmicas recentes: ilhas e vilas operárias, casas económicas, bairros sociais, programas integrados para áreas críticas, legalização de áreas de génese ilegal, iniciativas de qualificação urbana e integração social.
3.3. O Estado-Social em tempos de escassez – repensar as suas ferramentas

4. Experiências: ciclo de aulas abertas com convidados.

Bibliografia Obrigatória

Brenner Neil 340; Implosion, explosions. ISBN: 978-3-86859-317-4
Davis Mike; Planet of slums. ISBN: 978-1-84467-160-1
Lefebvre Henri 1901-1991; Le^droit à la ville
Turner John F.C.; Housing by people. ISBN: 0-7145-2569-3

Bibliografia Complementar

Bandeirinha José António; O^processo Saal e a arquitectura no 25 de Abril de 1974. ISBN: 978-972-8704-76-6
Correa Charles; The new landscape. ISBN: 0-408-50071-9
Filgueiras Octávio Lixa 1922-1996; Da função social do arquitecto
Hatch C. Richard 300; The Scope of Social Architecture
Secchi Bernardo; La^città dei ricchi e la città dei poveri. ISBN: 978-88-581-0664-8
Serageldin Ismail 050; The architecture of empowerment. ISBN: 1-85490-493-0

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Propõe-se um método de ensino multifacetado através de várias abordagens complementares, que produzam a construção de um olhar crítico e proactivo:

- transmissão oral de conteúdos e exposição de informação em diversos formatos, de descrições a informação gráfica e multimédia;

- exercícios na aula de discussão de casos e de simulação de situações de intervenção – “role-playing exercises” - onde serão abordados os papéis de diversos agentes intervenientes no processo de gestão do ambiente construído e simulados os conflitos e mecanismos de mediação e negociação, promovendo não só a participação activa dos estudantes nas actividades desenvolvidas durante a aula, como também a compreensão e ilustração de processos complexos de decisão;   

- apresentação de casos reais de implementação de programas por convidados de reconhecido mérito académico e/ou profissional, com experiência prática nos temas abordados.

Neste enquadramento, espera-se que esta unidade curricular contribua para o reforço das iniciativas de internacionalização ao nível da investigação e transferência de conhecimento, nomeadamente pela colaboração com parceiros internacionais.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída com exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Teste 50,00
Trabalho escrito 50,00
Total: 100,00

Componentes de Ocupação

Designação Tempo (Horas)
Frequência das aulas 30,00
Total: 30,00

Obtenção de frequência

-

Fórmula de cálculo da classificação final

(avaliação do teste + avaliação do trabalho escrito) / 2

Provas e trabalhos especiais

Em caso de avaliação inferior a 10/20, será realizado um exame de recurso.

Observações

De acordo com a evolução que se venha a registar da pandemia provocada pela COVID-19, e em função das orientações que venham a ser emanadas pela Direcção Geral de Saúde, poderão verificar-se alterações ao regime de funcionamento.
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