Código: | 20203A2 | Sigla: | 20203A2 |
Áreas Científicas | |
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Classificação | Área Científica |
CNAEF | Arquitetura e urbanismo |
Ativa? | Sim |
Unidade Responsável: | Arquitectura (A) |
Curso/CE Responsável: | Mestrado Integrado em Arquitetura |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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MIARQ | 21 | MIARQ | 2 | - | 3 | - | 81 |
O percurso epistemológico da Geografia Humana tem, como noutras Ciências Sociais, seguido uma evolução muito rápida e de sentidos diversificados: mudam as dinâmicas sociais e muda-se o modo de apropriação e de transformação do território. Esta questão obriga não só a rever constantemente os suportes teóricos e conceptuais da Geografia, como também a actualizar o conhecimento sobre a realidade empírica, no caso, de Portugal.
Em geral, os alunos do curso de Arquitectura possuem uma formação muito deficiente em Geografia, situação que se complica quando essa ausência é preenchida por informação muito pouco rigorosa, superficial e de “senso comum”. Para além disso, o corpo disciplinar da Geografia (Física e Humana) é extremamente vasto e conhece cada vez mais especializações e áreas de interesse partilhadas por outros saberes. Na impossibilidade da cadeira de Geografia cobrir esta lacuna, é contudo possível centrar os objectivos em alguns campos de interesse que a Geografia, o Urbanismo e a Arquitectura partilham.
- resumir sucintamente o percurso teórico recente da Geografia, sobretudo a partir da Geografia Clássica de influência francesa (Orlando Ribeiro);
- sintetizar os grandes traços da Geografia de Portugal e da diversidade dos seus padrões territoriais naturais, de ocupação e de uso do solo, e do sistema urbano;
- precisar alguns conceitos-chave da Geografia onde mais se cruza o interesse da Arquitectura e do Urbanismo (p.e.: rural/urbano; cidade/campo; centro/periferia)
A- A Geografia e os seus conceitos-base
. A Geografia Clássica e o estudo das “Paisagens Geográficas”
. A Geografia Neo-positivista e o estudo do“Espaço Geográfico”
. A Geografia contemporânea e o estudo do “Território”
Este primeiro bloco de matérias pretende familiarizar os alunos com as grandes rupturas conceptuais da Geografia e matizar o seu “olhar” para aquilo que muda nas dinâmicas de transformação e de apropriação do território:
- no âmbito da Geografia Clássica, a paisagem geográfica como epifenómeno da dinâmica de relação da sociedade com as invariantes físicas do território – clima, geologia, geomorfologia, coberto vegetal,... -, apresentando criticamente exemplos da Geografia Regional de Portugal e dos contrastes entre o Portugal “Atlântico”, “Mediterrânico”, “Litoral” e “Interior”. Esta aproximação articula-se também com uma apresentação daquilo que é hoje a diversidade do conceito de “Paisagem” em diversos campos disciplinares: estética, ecologia da paisagem, geografia, paisagismo, antropologia, etc.;
- no âmbito da Geografia Neo-positivista, o “espaço geográfico” enquanto estrutura organizada por superfícies, áreas de influência, pontos/nós, redes, fluxos, conectividades, etc., que traduzem cartografias quantificadas de conceitos, teorias e modelos – como a dos Lugares Centrais – sobre a organização espacial da sociedade. Na análise urbana, a Teoria dos Lugares Centrais merece um enfoque mais desenvolvido para familiarizar os alunos com a interpretação funcional e com a diversidade de padrões de localização de equipamentos e funções;
- no âmbito da Geografia contemporânea, o estudo do “território” e a relação sociedade/território pretende abrir a diversidade de enfoques nesta matéria, desde perspectivas sociológicas (os territórios da exclusão, da desigualdade e da diferenciação sociais), económicas (os distritos industriais e os sistemas produtivos), ou comportamentais (os modos de apropriação do território e a construção de mapas mentais).
B- Grandes traços da Geografia de Portugal
. Os grandes contrastes físicos;
. As regiões e os diferentes mapas regionais;
. O Portugal urbano
Neste segundo bloco é dada uma especial importância ao “Portugal Urbano”, enfatizando a diversidade de escalas e de padrões de urbanização, bem como a diversidade de cartografias da “urbanidade”, desde a pequena escala da cidade histórica à escala alargada das conurbações e da urbanização difusa. Trabalhando a oposição tradicional rural-urbano, pretende-se também analisar o que muda no “rural” (desde o rural tradicional em extinção, aos espaços especializados da produção agro-florestal, ao rural urbanizado, ou ao rural tornado recurso turístico).
C – O que é que os conceitos querem dizer
. paisagem, território
. cidade, urbano
. rural, agrícola
O último bloco retoma conteúdos já abordados anteriormente de modo a construir algumas sínteses e aumentar o rigor do uso dos conceitos. Foram escolhidos conceitos onde hoje não existem grandes consensos, que são partilhados por muitas áreas disciplinares, e onde abundam muitas interpretações de senso comum. Com isto pretende-se trabalhar a capacidade crítica do aluno, a necessidade de olhar para outras áreas do conhecimento, a capacidade de ultrapassar o senso comum e a abordagem usada nos media, a necessidade constante que a arquitectura tem de interpretar o que muda na sociedade e a investigação epistemológica acerca da construção e do uso dos conceitos e do conhecimento teórico.
Este programa desenvolve-se em aulas teóricas (90 minutos semanais) de exposição da matéria, segundo uma estratégia de comunicação que suscite a discussão, a polémica e a elaboração de sínteses esquemáticas.
Dadas as lacunas que os alunos de Arquitectura possuem nestas matérias, é dada uma particular importância à precisão dos conceitos, bem como à apresentação e discussão de exemplos (cartas, planos e fragmentos de planos, fotografia aérea, etc.), sempre com a preocupação de interligar as leituras morfológicas (estáticas ou dinâmicas) com os processos sociais que explicam as transformações do território.
As visitas de estudo desempenham um papel importante, permitindo a observação directa de padrões de urbanização a várias escalas e um ambiente de informalidade que favoreça a discussão em torno dos temas que as visitas ilustram.
É também importante o recurso a comentários de notícias da imprensa ou conteúdos da Internet sobre questões urbanas, nomeadamente, de modo a matizar o conhecimento científico com a opinião publicada sobre temas semelhantes. Assume-se, assim, que o défice de consenso disciplinar sobre certas matérias e conceitos, ou as lacunas de investigação sobre processos emergentes ou embrionários, podem, com ganhos pedagógicos evidentes, ser confrontados, esclarecidos, debatidos…, com o conhecimento que decorre da legitimação social de certos temas, da sua problematização e do modo de os resolver: o paradigma ambiental e da sustentabilidade, o património e a cidade histórica, a qualidade de vida, os problemas urbanos, o alojamento, a reacção face a políticas e projectos, etc., constituem temas recorrentes nos media e material pedagógico do máximo interesse para cotejar com a produção científica.
Designação | Peso (%) |
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Exame | 100,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Frequência das aulas | 0,00 |
Total: | 0,00 |
A classificação final é a nota obtida no exame final (0 a 20 valores)