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Geografia 2

Código: 200205     Sigla: 200205

Ocorrência: 2010/2011 - A

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Arquitectura (A)
Curso/CE Responsável: Mestrado Integrado em Arquitetura

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
MIARQ 151 MIARQ (até a 2011/12) 2 - 7 -

Língua de trabalho

Português

Objetivos

O percurso epistemológico da Geografia Humana tem, como noutras Ciências Sociais, seguido uma evolução muito rápida e de sentidos diversificados: mudam as dinâmicas sociais e muda-se o modo de apropriação e de transformação do território. Esta questão obriga não só a rever constantemente os suportes teóricos e conceptuais da Geografia, como também a actualizar o conhecimento sobre a realidade empírica, no caso, de Portugal.
Em geral, os alunos do curso de Arquitectura possuem uma formação muito deficiente em Geografia, situação que se complica quando essa ausência é preenchida por informação muito pouco rigorosa, superficial e de “senso comum”. Para além disso, o corpo disciplinar da Geografia (Física e Humana) é extremamente vasto e conhece cada vez mais especializações e áreas de interesse partilhadas por outros saberes. Na impossibilidade da cadeira de Geografia cobrir esta lacuna, é contudo possível centrar os objectivos em alguns campos de interesse que a Geografia, o Urbanismo e a Arquitectura partilham.
No 2º ano do curso da FAUP as primeiras dificuldades surgem na cadeira de Projecto II quando é pedida aos alunos uma análise contextual da área em estudo (normalmente um sector da cidade “histórica”). A partir dos levantamentos funcionais, a interpretação do que muda nas dinâmicas de transformação urbana revela dificuldades várias, desde as dificuldades em conhecer, denominar e classificar as diversas funções urbanas, a perceber a partir daí o que muda na própria condição urbana contemporânea.
A oportunidade e a vantagem de articulação da disciplina de Geografia com as outras cadeiras do 2º ano (e com o resto do curso, pensando sobretudo no 5º ano e com o papel preponderante que aí detém a análise e o projecto urbano), definem por isso os principais objectivos:
- o de resumir sucintamente o percurso teórico recente da Geografia, sobretudo a partir da Geografia Clássica de influência francesa (Orlando Ribeiro);
- o de sintetizar os grandes traços da Geografia de Portugal e da diversidade dos seus padrões territoriais naturais, de ocupação e de uso do solo, e do sistema urbano;
- o de precisar alguns conceitos-chave da Geografia onde mais se cruza o interesse da Arquitectura e do Urbanismo

Programa

A- A Geografia e os seus conceitos-base
. A Geografia Clássica e o estudo das “Paisagens Geográficas”
. A Geografia Neo-positivista e o estudo do “Espaço Geográfico”
. A Geografia contemporânea e o estudo do “Território”
Este primeiro bloco de matérias pretende familiarizar os alunos com as grandes rupturas conceptuais da Geografia e matizar o seu “olhar” para aquilo que muda nas dinâmicas de transformação e de apropriação do território:
- no âmbito da Geografia Clássica, a paisagem geográfica como epifenómeno da dinâmica de relação da sociedade com as invariantes físicas do território – clima, geologia, geomorfologia, coberto vegetal,... -, apresentando criticamente exemplos da Geografia Regional de Portugal e dos contrastes entre o Portugal “Atlântico”, “Mediterrânico”, “Litoral” e “Interior”. Esta aproximação articula-se também com uma apresentação daquilo que é hoje a diversidade do conceito de “Paisagem” em diversos campos disciplinares: estética, ecologia da paisagem, geografia, paisagismo, antropologia, etc.;
- no âmbito da Geografia Neo-positivista, o “espaço geográfico” enquanto estrutura organizada por superfícies, áreas de influência, pontos/nós, redes, fluxos, conectividades, etc., que traduzem cartografias quantificadas de conceitos, teorias e modelos – como a dos Lugares Centrais – sobre a organização espacial da sociedade. Na análise urbana, a Teoria dos Lugares Centrais merece um enfoque mais desenvolvido para familiarizar os alunos com a interpretação funcional e com a diversidade de padrões de localização de equipamentos e funções;
- no âmbito da Geografia contemporânea, o estudo do “território” e a relação sociedade/território pretende abrir a diversidade de enfoques nesta matéria, desde perspectivas sociológicas (os territórios da exclusão, da desigualdade e da diferenciação sociais), económicas (os distritos industriais e os sistemas produtivos), ou comportamentais (os modos de apropriação do território e a construção de mapas mentais).
B- Grandes traços da Geografia de Portugal
. Os grandes contrastes físicos;
. As regiões e os diferentes mapas regionais;
. O Portugal urbano

Neste segundo bloco é dada uma especial importância ao “Portugal Urbano”, enfatizando a diversidade de escalas e de padrões de urbanização, bem como a diversidade de cartografias da “urbanidade”, desde a pequena escala da cidade histórica à escala alargada das conurbações e da urbanização difusa. Trabalhando a oposição tradicional rural-urbano, pretende-se também analisar o que muda no “rural” (desde o rural tradicional em extinção, aos espaços especializados da produção agro-florestal, ao rural urbanizado, ou ao rural tornado recurso turístico).
C – O que é que os conceitos querem dizer
. paisagem, território
. cidade, urbano
. rural, agrícola
O último bloco retoma conteúdos já abordados anteriormente de modo a construir algumas sínteses e aumentar o rigor do uso dos conceitos. Foram escolhidos conceitos onde hoje não existem grandes consensos, que são partilhados por muitas áreas disciplinares, e onde abundam muitas interpretações de senso comum. Com isto pretende-se trabalhar a capacidade crítica do aluno, a necessidade de olhar para outras áreas do conhecimento, a capacidade de ultrapassar o senso comum e a abordagem usada nos media, a necessidade constante que a arquitectura tem de interpretar o que muda na sociedade e a investigação epistemológica acerca da construção e do uso dos conceitos e do conhecimento teórico.

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Este programa desenvolve-se em aulas teóricas (2 horas semanais) de exposição da matéria, segundo uma estratégia de comunicação que suscite a discussão, a polémica e a elaboração de sínteses esquemáticas.
Dadas as lacunas que os alunos de Arquitectura possuem nestas matérias, é dada uma particular importância à precisão dos conceitos, bem como à apresentação e discussão de exemplos (cartas, planos e fragmentos de planos, fotografia aérea, etc.), sempre com a preocupação de interligar as leituras morfológicas (estáticas ou dinâmicas) com os processos sociais que explicam as transformações do território.
As visitas de estudo desempenham um papel importante, permitindo a observação directa de padrões de urbanização a várias escalas e um ambiente de informalidade que favoreça a discussão em torno dos temas que as visitas ilustram.
É também importante o recurso a comentários de notícias da imprensa ou conteúdos da Internet sobre questões urbanas, nomeadamente, de modo a matizar o conhecimento científico com a opinião publicada sobre temas semelhantes. Assume-se, assim, que o défice de consenso disciplinar sobre certas matérias e conceitos, ou as lacunas de investigação sobre processos emergentes ou embrionários, podem, com ganhos pedagógicos evidentes, ser confrontados, esclarecidos, debatidos…, com o conhecimento que decorre da legitimação social de certos temas, da sua problematização e do modo de os resolver: o paradigma ambiental e da sustentabilidade, o património e a cidade histórica, a qualidade de vida, os problemas urbanos, o alojamento, a reacção face a políticas e projectos, etc., constituem temas recorrentes nos media e material pedagógico do máximo interesse para cotejar com a produção científica.
Privilegia-se uma relação próxima com Projecto II, nomeadamente na análise funcional e na contextualização do caso de estudo proposto na disciplina.
Uma vez que existe a possibilidade de elaboração de trabalhos práticos individuais para efeitos de avaliação, o acompanhamento desse trabalho será feito fora do horário das aulas teóricas de acordo com as disponibilidades dos alunos e docente.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída sem exame final

Obtenção de frequência

Avaliação distribuída sem exame final.
A avaliação consiste na elaboração de dois testes teóricos cuja média final terá que ser superior a dez valores (escala de zero a vinte) para que sejam considerados outros elementos facultativos de avaliação, nomeadamente a realização de um trabalho prático individual. A avaliação inclui o cumprimento da assiduidade às aulas teóricas (limite de faltas inferior a 25% das aulas teóricas previstas)

Fórmula de cálculo da classificação final

A avaliação consiste na elaboração de dois testes teóricos cuja média final terá que ser superior a dez valores (escala de zero a vinte) para que sejam considerados outros elementos facultativos de avaliação, nomeadamente a realização de um trabalho prático individual.
De acordo com o disposto anteriormente, o classificação do trabalho prático (facultativo) pode majorar em três pontos a média da classificação das duas provas teóricas, sempre que esta média seja superior a dez valores.
Sempre que uma das classificações dos dois testes teóricos seja inferior a dez, o aluno pode fazer recurso desse teste na época de exames de recurso, respondendo a uma ou várias questões respeitantes à matéria correspondente. O recurso é obrigatório se a nota obtida anteriormente for inferior a oito valores.

Provas e trabalhos especiais

Trabalho individual, a combinar com os alunos, de acordo com o disposto no ponto anterior. Majoração máxima de três pontos (escala 0 a 20) da média das provas teóricas.

Observações

AaVv (Coord. MEDEIROS, Carlos A.), (2004), Geografia de Portugal, Vol. I e II, Círculo de Leitores, Lisboa.

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BARATA SALGUEIRO, T. (1992), A Cidade em Portugal. Uma Geografia Urbana, Ed. Afrontamento, Porto.

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DONADIEU, Pierre (2002) - La société paysagiste. Versailles. Ecole nationale supérieure du paysage

DOMINGUES, Alvaro (2001) – A Paisagem Revisitada, in Finisterra- Revista Portuguesa de Geografia, Vol 36, No. 72 Paisagem, Lisboa

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MITCHELL, W. J. T. (2002) - Landscape and power. Chicago ; London : University of Chicago Press

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RIBEIRO, Orlando; LAUTENSACH, H.; DAVEAU, S. (2002), Geografia de Portugal, Ed. João Sá da Costa, Lisboa.

RIBEIRO, Orlando (S/d) - Geografia e Civilização. Lisboa : Livros Horizonte, s/ data

RIBEIRO, Orlando (1987) - Introdução ao Estudo da Geografia Regional. Lisboa : Ed. Sá da Costa, 1987

SARAMAGO, José (1998) - Viagem a Portugal. Lisboa : Ed. Caminho.

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SORKIN, Michael (1992) – Variations on a Theme Park, Hill and Wang-Noonday Press, New York.

SPIRN, Anne W. (1998) - The Language of Landscape, Yale University Press, New Haven and London.

VIARD, Jean (1994) - La Société d'archipel ou les territoires du village global. L'Aube
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