Resumo (PT):
«A nossa relação com o território tem conhecido uma notória complexificação. Vivemos o fim do tempo da territorialidade local compacta, situação em que era possível encontrar imediatamente, para cada pessoa, objeto ou acontecimento, uma rede estável de significação referida a um lugar. Hoje, o significado dos lugares parece afetado por jogos de substituição que os tornam incertos e pela complexidade própria do fenómeno de multiplicação das pertenças. A complexidade própria das áreas metropolitanas é um contexto privilegiado para compreender o impacto das novas formas de praticar território nos diversos processos de construção das identidades. Muitos dos intérpretes da nossa contemporaneidade, a partir de diferentes pontos de vista, sublinham a centralidade desta dinâmica social. Nestor Canclini usou a expressão «culturas de fronteira», e Arjun Appadurai propôs o neologismo ethnoscape para falar de uma paisagem humana marcada por mobilidades de diversa ordem, num regime de temporalidade que Peter Sloterdijk apelidou de «tempo do globo». Um dos mais importantes representantes da chamada história cultural, Peter Burke, sublinhou que o hibridismo cultural é um dos traços mais identificadores da modernidade histórica. Os contextos metropolitanos apresentam-se, de facto, como o principal laboratório para a observação de uma mudança cultural de amplas dimensões — a passagem da geografia dos universos estáveis ao pluriverso dos mapas interculturais. O itinerário que se propõe neste livro, que reúne vários autores num trabalho de investigação colaborativa, parte da observação do particular impacto da Área Metropolitana de Lisboa na configuração das metamorfoses do religioso na sociedade portuguesa, mas integra essa discussão no plano mais amplo das dinâmicas globais.»
Abstract (EN):
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Nº de páginas:
297
ISBN:
978-972-27-3016-7
Coleção:
Estudos de religião