Resumo (PT):
A resolução numérica da equação diferencial que rege o escoamento em aquíferos regionais porosos, confinados ou não, requer o conhecimento prévio dos parâmetros hidrogeológicos que caracterizam fisicamente os aquíferos, das recargas e/ou extracções que os solicitam e, ainda, das condições iniciais e de fronteira. A heterogeneidade do meio natural recomenda uma interpretação probabilística do comportamento espacial dos parâmetros hidrogeológicos. Neste contexto, é habitual representar as respectivas transformadas logarítmicas por funções aleatórias multivariadas normais, isotrópicas e estacionárias caracterizadas pelos momentos de primeira e segunda ordem, a média e a função de covariância. Como consequência, a equação diferencial que rege o escoamento transforma-se numa equação diferencial estocástica cuja variável de estado, a cota piezométrica, é também uma função aleatória a caracterizar probabilisticamente. Por outro lado, a recarga difusa efectiva dos aquíferos pode ser estimada como uma percentagem da precipitação, no caso dos aquíferos não confinados. Para os aquíferos confinados, a recarga/cedência efectiva através dos estratos confinantes pode ser quantificada à custa de uma fracção (positiva/negativa) de uma recarga difusa unitária. Nesta comunicação pretende-se apresentar uma aplicação de uma metodologia desenvolvida para a estimação simultânea dos parâmetros hidrogeológicos e da recarga efectiva, num contexto estocástico, admitindo-se o conhecimento determinístico das condições iniciais e de fronteira. Esta metodologia inversa estocástica baseia-se num algoritmo numérico de modelação inversa complementado por uma técnica de cokrigagem. A integração numérica das diversas equações diferenciais envolvidas nesta metodologia é realizada com o auxílio do método dos elementos finitos, sendo as respectivas expressões matriciais deduzidas com base nas formulações de resíduos pesados e de Bubnov-Galerkin.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica