Resumo (PT):
O considerável aumento de projectos de investigação e textos científicos que abordam a transição para a sustentabilidade reflete a importância das mudanças recentes e das preocupações ambiental, social e económica que lhes estão associadas, patentes em estudos os mais diversos, designadamente geográficos. Paralelamente, às mais diversas escalas, têm crescido os movimentos e associações implicados na compreensão e ação das alterações, bem como a relevância política do estudo dos fatores, agentes e efeitos da mudança.
Os reptos do desenvolvimento (sustentável e inclusivo) têm colocado sérias dúvidas relativamente ao sentido da evolução recente e das tendências, consideradas a distribuição desigual dos recursos, a relação do ser humano com o ambiente físico, os efeitos da evolução tecnológica perspectivados num espaço heterotópico, entre outras questões de natureza social, económica e ambiental em que os fluxos de informação e do capital definem novas geografias, ou redefinem as velhas.
Considerada essencialmente como forma emergente de um movimento sócio-ambiental que promove a reconsideração das relações políticas e comunitárias, a transição para a sustentabilidade evidencia a necessidade de situar, analisar e avaliar o papel da ciência geográfica, sua praxis e narrativas. Porque a complexidade espacial, intensidade e velocidade das transições reclama novos diálogos, dentro e fora da disciplina, dentro e fora da academia, capazes de compreender e melhorar a operacionalização de programas científicos, políticas, planos e ações. Afinal, o futuro depende também da capacidade da ciência se responsabilizar e agir na co-construção de um presente mais justo e de um futuro mais justo e coletivamente desejado.
Enfatizando a sensibilidade espacial e a especificidade dos lugares, bem como o papel das relações inter-organizacionais em cada escala (e na sua articulação), a Associação Portuguesa de Geógrafos e a Universidade do Minho tomam por tema do XII Congresso da Geografia Portuguesa a "geografia das transições para a sustentabilidade", pretendendo acolher abordagens teóricas e empíricas associadas a políticas contemporâneas as mais diversas, como as sintetizadas nas agendas 2020 e 2030 e ainda nas directrizes voltadas para ação no quadro das orientações 2050.
Assim, em Guimarães, pretende-se que este XII CGP seja lugar (e tempo) de: explorarmos conjuntamente a dimensão espacial da intercepção entre as narrativas e as mutações impressas pelos sistemas naturais, sócio-culturais, económicos, tecnológicos e infra-estruturais; identificarmos as forças que regem a dimensão espacial desta interceção; de avaliarmos e efeitos e as políticas, se possível para avançarmos propostas.
Estão convidados, desde qualquer objeto, tema e escala de trabalho, a contribuir para a compreensão da mudança, seja a partir da reflexão teórica, de estudos de caso, de análises comparativas (ou da sua combinação).
Abstract (EN):
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Notas:
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1hoiltMZthP5oTQYxx5BHpwMPazPjIyo-/view
Nº de páginas:
754
ISBN:
978-989-98857