Resumo (PT):
Situado num enquadramento enunciativo-pragmático com contributos da Análise Crítica
do Discurso, o presente trabalho visa refletir sobre a expressão do populismo em dois
momentos históricos portugueses, a saber, no tempo do Estado Novo e em movimentos
nacionalistas atuais. Parte de uma definição de populismo confrontada em diversos autores
(Albertazzi e McDonnell, 2008; Charaudeau, 2011; Muller, 2017; Silva, 2018), aplicando-
a ao contexto português, onde a fraca expressão dos movimentos populistas parece
gerar, tanto historicamente como atualmente, um caso especial no panorama europeu.
Para alcançar o objetivo definido, são analisadas rubricas de revistas do Estado
Novo, tais como Mundo Gráfico, Boletim da Mocidade Portuguesa, Portugal Colonial,
e as páginas web de movimentos políticos e cívicos atuais, tais como o Partido do
Nacionalismo Renovador (PNR), o Portugueses Primeiro (Associação de Iniciativa
Cívica) e a União das Famílias Portuguesas.
Os resultados apontam para que no Estado Novo, apenas algumas das características
do populismo (a construção identitária do verdadeiro povo e a rejeição de
pluralidade de opiniões) encaixam numa visão populista do discurso do regime.
Já no cenário atual, os discursos extremistas-populistas de certos movimentos
parecem manter os pontos-chave da retórica identificada noutros países.
Abstract (EN):
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica