Resumo (PT):
O 1.º Congresso Internacional Amadeo de Souza Cardoso — Centenário da Exposição de
Pintura (Abstracionismo) Porto 1916 comemora uma efeméride — a primeira exposição
individual do pintor em Portugal, realizada no Porto em novembro de 1916, que aqui se
pretende contextualizar, compreender e analisar — e, simultaneamente, a vida e a obra
de uma figura ímpar no panorama artístico português. Amadeo de Souza Cardoso,
sinónimo do modernismo entre nós, é uma personalidade complexa com a consciência e
a determinação singulares de um espírito e de um destino de artista a cumprir num
percurso de pesquisa disciplinada e perseverante. A perceção de si, das suas raízes
(Manhufe), do seu tempo-lugar (Paris), e da própria agitação interior, implicaram-no em
experiências e em estudos de construção plástica que não se encerram nas linguagens
dos movimentos ou dos manifestos do seu tempo. Cores, formas, composições, em ritmos
de elaboração dialogantes com as propostas das vanguardas, conjugam-se com citações
constantes das origens: Nada tem que ver a minha maneira de sentir e compreender com
futuristas ou cubistas e se alguma coisa tem é a justificação do contrário. (…) A arte tal como a
sinto é um produto emotivo da natureza. (Correspondência, 1913)
Capacidades raras de autocrítica associadas ao orgulho das origens, compreensão e
perspetivação do sentido do seu trabalho no contexto artístico, fazem de Amadeo — que
disse ter mais fases do que a lua (Correspondência, s/d [c. 1910]) e ter um espírito
complicado, suscetível de crises (Correspondência, s/d [c. 1910]) — o autor de uma obra
vasta, coerentemente interrogadora, caleidoscópica, vital, frequentemente esfíngica (à
maneira de Pessoa), síntese de contrários. Português e universal, elitista sem
diletantismos e em trabalho constante: je travaille... (Correspondência, 1916)
Abstract (EN):
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica
Nº de páginas:
149
ISBN:
978-989-8970-02-2