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A Urbanização da Pobreza

Código: 50135C5     Sigla: 50135C5

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
CNAEF Arquitectura e urbanismo

Ocorrência: 2023/2024 - 1S Ícone do Moodle

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Arquitectura (A)
Curso/CE Responsável: Mestrado Integrado em Arquitetura

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
MIARQ 27 MIARQ 4 - 3 - 81
5
Mais informaçõesA ficha foi alterada no dia 2023-09-25.

Campos alterados: Componentes de Avaliação e Ocupação

Língua de trabalho

Português - Suitable for English-speaking students

Objetivos

Neste momento, mais de metade da população mundial habita em áreas urbanas, sendo que cerca de um quarto desse número reside em condições de precariedade extrema e uma porção adicional enfrenta lacunas relevantes no seu habitat. As estimativas parecem apontar para que essa percentagem tenha diminuído, mas os números terão aumentado, sendo que a iniquidade de rendimentos económicos também se terá acentuado, em especial nas economias tidas como mais desenvolvidas.

Desta forma, o debate em torno da equidade constitui uma questão de escala global, dos países do Norte aos do Sul, sendo que a actuação no ambiente construído em prol de espaços mais equitativos e do acesso democrático aos recursos urbanos constitui, cada vez mais, um desafio para arquitectos e urbanistas.

Perante as mais recentes e contrastantes dinâmicas globais de urbanização, e os actuais desafios profissionais colocados a nível internacional, pretende-se com esta unidade curricular criar um campo de discussão teórica e prática em torno da espacialização da pobreza e das disparidades nesse processo de urbanização, das preocupações sociais no campo disciplinar da arquitectura e do urbanismo, assim como das limitações e potencialidades das políticas redistributivas, de interesse social e de gestão equitativa do ambiente construído.

Assim, propõe-se aqui o estudo das disparidades nos processos de produção e gestão do ambiente construído, nomeadamente discutindo a visibilidade e o papel das faixas populacionais de menores rendimentos económicos, tanto focando nos contextos não-ocidentais (nas experiências da América Latina, Ásia e África) como nas áreas críticas dos contextos ocidentais (na evolução das políticas de interesse social e na sua situação actual).

Pretende-se portanto estabelecer um entendimento alargado das questões relacionadas com o processo de urbanização, através não só da discussão de condições extremas de disparidades e/ou limitação de recursos, mas também de enquadramento em mecanismos de gestão de múltiplos actores. Nestes contextos, o exercício profissional do arquitecto/urbanista raramente é colocado apenas numa relação cliente – prestador de serviços, mas multiplicam-se antes os intervenientes no processo de decisão, englobando recorrentemente entidades tais como estruturas públicas de regulação do território e de interesse social (a nível central, municipal e/ou local), financiadores externos, agências internacionais, organizações não-governamentais, associações locais e/ou habitantes, colocando o arquitecto/urbanista no papel de mediador e facilitador.

Propõe-se assim a construção de um olhar informado sobre realidades paradoxais, discutindo metodologias e instrumentos de intervenção, constrangimentos e potencialidades, experiências e orientações estratégicas de trabalho em equipas alargadas.

Adicionalmente, nesta edição de 2023-24, esta unidade curricular irá enquadrar-se também no programa “Mais do que Casas” (https://maisdoquecasas.arq.up.pt/) “que se iniciou em abril de 2023, integra seminários, mostra, publicações e oficina, para instigar, informar e comunicar a investigação produzida pelos estudantes nas instituições universitárias no ano letivo 2023/2024. Tendo como referência a memória da experiência dos programas de habitação que ocorreram imediatamente após o 25 de Abril de 1974, nomeadamente o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), pretende-se perspetivar um contributo para o futuro que pretendemos para 2074, 100 anos depois do 25 de Abril.”

Assim, tendo como base os temas abordados nas aulas da unidade curricular, assim como o enquadramento neste programa, esta unidade curricular irá também promover novos olhares sobre o tema da habitação.

Resultados de aprendizagem e competências

Mais do que uma leitura histórica das diferentes abordagens ao planeamento urbano e regional, com esta disciplina pretende-se antes dotar os alunos de ferramentas de leitura e problematização de contextos complexos e profundamente contrastantes, assim como de instrumentos práticos para o exercício profissional nestes enquadramentos paradoxais.

Pretende-se portanto contribuir para a construção individual e coletiva de uma posição informada e de uma consciência crítica face a questões globais, assim como para o desenvolvimento de competências que permitam encarar desafios profissionais em contexto internacional, em que se coloque perante situações de abundância ou escassez de recursos, com o papel de mediador e facilitador.

Modo de trabalho

Presencial

Programa

A unidade curricular está baseada em cinco temas-chave, que serão percorridos ao longo das sessões do semestre 

1. Globalização e Urbanização
: a intensificação do processo de urbanização e as suas consequências mundiais, as iniquidades e os assentamentos autoproduzidos, os desafios para arquitectos/as e urbanista, e a sua função social e no debate internacional entre o Norte e o Sul.
 
2. Terra e Infraestruturas: as políticas territoriais, o acesso à terra, as redes básicas, as ocupações e despejos, insegurança e titulação, infraestruturação e relações de poder.

3. Qualificação e Espaço Público: programas para a melhoria de áreas precárias, iniciativas de qualificação urbana e integração socio-espacial.

4. Habitação no Tempo: os programas habitacionais do melhoramento e (re)urbanização de assentamentos existentes às operações de realojamento, experiências de habitação evolutiva, transformação e apropriação.

5. Habitação Hoje: temas urgentes como a emergência social e imigração, as preocupações ambientais e adaptação climática, o envelhecimento e a arquitectura adaptativa.  

Além destes temas, algumas sessões serão dedicadas a Visitas e partilha de Experiências de Palestrantes Convidados/as. 

Bibliografia Obrigatória

Brenner Neil 340; Implosion, explosions. ISBN: 978-3-86859-317-4
Davis Mike; Planet of slums. ISBN: 978-1-84467-160-1
Lefebvre Henri 1901-1991; Le^droit à la ville
Turner John F.C.; Housing by people. ISBN: 0-7145-2569-3

Bibliografia Complementar

Bandeirinha José António; O^processo Saal e a arquitectura no 25 de Abril de 1974. ISBN: 978-972-8704-76-6
Correa Charles; The new landscape. ISBN: 0-408-50071-9
Filgueiras Octávio Lixa 1922-1996; Da função social do arquitecto
Hatch C. Richard 300; The Scope of Social Architecture
Secchi Bernardo; La^città dei ricchi e la città dei poveri. ISBN: 978-88-581-0664-8
Serageldin Ismail 050; The architecture of empowerment. ISBN: 1-85490-493-0

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Propõe-se um método de ensino multifacetado através de várias abordagens complementares, que produzam a construção de um olhar crítico e proactivo:

- transmissão oral de conteúdos e exposição de informação em diversos formatos, de descrições a informação gráfica e multimédia;

- exercícios na aula de discussão de casos e de simulação de situações de intervenção – “role-playing exercises” - onde serão abordados os papéis de diversos agentes intervenientes no processo de gestão do ambiente construído e simulados os conflitos e mecanismos de mediação e negociação, promovendo não só a participação activa dos estudantes nas actividades desenvolvidas durante a aula, como também a compreensão e ilustração de processos complexos de decisão;   

- apresentação de casos reais de implementação de programas por convidados de reconhecido mérito académico e/ou profissional, com experiência prática nos temas abordados.

Neste enquadramento, espera-se que esta unidade curricular contribua para o reforço das iniciativas de internacionalização ao nível da investigação e transferência de conhecimento, nomeadamente pela colaboração com parceiros internacionais.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída com exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Participação presencial 30,00
Trabalho prático ou de projeto 70,00
Total: 100,00

Componentes de Ocupação

Designação Tempo (Horas)
Frequência das aulas 27,00
Elaboração de projeto 27,00
Estudo autónomo 27,00
Total: 81,00

Obtenção de frequência

A aprovação nesta unidade curricular implica a participação nas sessões presenciais e um contributo ativo nos exercícios práticos aí desenvolvidos, assim como a produção de um trabalho de grupo.

O trabalho proposto consiste na produção coletiva, em grupos de 3 pessoas, de um painel A0 com a análise crítica de um projeto habitacional existente, discutindo os factores determinantes na sua produção, construção e transformação, identificando constrangimentos e potencialidades, apresentando as diferentes perspectivas sobre esse assunto, e debatendo as visões e o papel dos vários intervenientes nesse processo.


Este trabalho deverá ter simultaneamente uma componente de análise gráfica e de desenho do projeto, assim como de reflexão sobre os seus processos e dinâmicas, conforme discriminado abaixo nos eixos de avaliação.


Neste trabalho, será valorizada a qualidade da análise crítica do projeto, tendo em conta:



  1. a análise gráfica da solução habitacional, incluindo a demonstração da compreensão e a clareza de comunicação das características da solução habitacional, nomeadamente através do estudo e representação de aspetos como: espaços criados, usos e vivências, entre outras dimensões;

  2. a reflexão sobre o processo, analisando criticamente fatores como: circunstâncias sociais e espaciais, modelo de gestão, financiamento, atores, utilizadores, vivências, apropriação, entre outros que possam ser considerados pertinentes;

  3. e o olhar crítico sobre possíveis fatores de inovação do projeto, assim como de eventuais limitações, ou constrangimentos da solução adotada, demonstrando conhecimento e assimilação da bibliografia sobre o tema, assim como a capacidade de produzir uma interpretação e argumentação própria.


Este painel tem de ser originalmente produzido para esta unidade curricular e todas as fontes consultadas deverão ser corretamente referenciadas, condição essencial para a aprovação nesta unidade curricular.


A avaliação da frequência nesta unidade curricular implica também a ponderação da participação de cada estudante nos exercícios práticos durante as aulas/sessões calendarizadas.

Fórmula de cálculo da classificação final

(20% avaliação da participação individual nas sessões) + (80% avaliação do trabalho prático em grupo)

Provas e trabalhos especiais

Em caso de avaliação inferior a 10/20, o/a estudante poderá inscrever-se num exame de recurso individual.

Melhoria de classificação

Os/as estudantes poderão solicitar a melhoria da classificação atribuída, através da participação num Exame de Recurso individual.
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