Endocrinologia de Animais Aquáticos
| Áreas Científicas |
| Classificação |
Área Científica |
| OFICIAL |
Biologia e Ecologia Marinhas |
Ocorrência: 2025/2026 - 2S (de 16-02-2026 a 31-07-2026) 
Ciclos de Estudo/Cursos
| Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
| MCMRM |
3 |
Plano Oficial 2018 |
1 |
- |
5 |
50 |
135 |
Docência - Responsabilidades
Língua de trabalho
Português - Suitable for English-speaking students
Objetivos
A endocrinologia dos organismos aquáticos dedica-se ao estudo dos sistemas hormonais que regulam processos fisiológicos essenciais como a diferenciação sexual, o crescimento, a reprodução e a osmorregulação. Estes sistemas são altamente sensíveis a variações no ambiente, incluindo alterações climáticas e outros fatores de stress ambiental.
Num contexto global de rápidas mudanças ambientais, é fundamental compreender como os organismos aquáticos utilizam os seus sistemas endócrinos para manter a homeostasia, adaptar-se e responder a condições externas em mutação. Assim, esta unidade curricular tem como principais objetivos:
- Estudar em profundidade os eixos hormonais centrais de diferentes grupos de organismos aquáticos (peixes, anfíbios, moluscos, crustáceos, entre outros), com foco em mecanismos fisiológicos e celulares que governam processos como a metamorfose, o desenvolvimento gonadal, a regulação iónica e o comportamento reprodutivo.
- Analisar os efeitos das alterações climáticas — como o aumento da temperatura da água, a acidificação dos oceanos, alterações na salinidade e na disponibilidade de oxigénio — sobre a regulação endócrina, privilegiando uma abordagem integrativa que envolva fisiologia comparada e ecofisiologia.
- Compreender as interações entre sinais ambientais e a modulação hormonal, incluindo a forma como stressores ambientais (ex. flutuações sazonais, eventos extremos) interferem com a coordenação neuroendócrina e o sucesso reprodutivo.
- Desenvolver competências para interpretar respostas endócrinas como indicadores fisiológicos do estado de saúde ambiental, permitindo uma avaliação funcional das adaptações hormonais em ambientes aquáticos alterados.
- Promover a aplicação do conhecimento endócrino na conservação e gestão ambiental, capacitando os estudantes a colaborar em projetos de monitorização ecológica e de preservação da biodiversidade aquática.
Ao final da unidade curricular, o estudante estará apto a analisar criticamente a relação entre ambiente e fisiologia hormonal em organismos aquáticos, distinguindo claramente os mecanismos adaptativos naturais daqueles que resultam de stress ambiental persistente, contribuindo para uma abordagem sistémica e preventiva na proteção dos ecossistemas aquáticos.
Resultados de aprendizagem e competências
Compreender os mecanismos através dos quais o sistema endócrino dos organismos aquáticos regula respostas fisiológicas adaptativas face a alterações no meio ambiente, incluindo variações naturais e perturbações induzidas por fatores climáticos.
Aplicar conhecimentos de endocrinologia aquática à resolução de problemas práticos, nomeadamente em contextos de produção aquícola, programas de biomonitorização, estudos de migração e interações ecológicas entre espécies.
Desenvolver competências de investigação e pensamento crítico, através da capacidade de recolher, selecionar, analisar e interpretar informação científica relevante na área da endocrinologia e fisiologia aquática.
Aprimorar a capacidade de comunicar informação científica de forma clara, estruturada e integrada, utilizando representações esquemáticas e articulando os novos conhecimentos com conteúdos previamente adquiridos em áreas complementares.
Modo de trabalho
Presencial
Pré-requisitos (conhecimentos prévios) e co-requisitos (conhecimentos simultâneos)
Biologia e Bioquímica
Programa
1. Introdução à Endocrinologia Aquática
- Princípios gerais da sinalização hormonal e regulação endócrina em organismos aquáticos.
- Papel do sistema endócrino na homeostasia e na resposta a fatores ambientais.
2. Glândulas e Eixos Endócrinos Principais
- Glândula pituitária: organização, regulação e papel central nos eixos endócrinos.
- Glândula pineal: fotoperiodismo e ritmos biológicos em ambientes aquáticos.
- Glândula tireoide (ou estruturas homólogas em invertebrados): regulação do metabolismo e desenvolvimento.
- Glândulas interrenais e rim endócrino: eixos de resposta ao stress e metabolismo iónico.
- Glândula último-branquial: função e relevância em peixes ósseos.
3. Hormonas e Funções Fisiológicas Específicas
- Hormonas sexuais e diferenciação sexual: desenvolvimento dos ovários e testículos
- Hormona do crescimento (GH) e fator de crescimento semelhante à insulina (IGF): crescimento somático e regulação ambiental.
- Eixos neuroendócrinos e modulação da reprodução.
4. Endocrinologia da Reprodução
- Mecanismos hormonais reprodutivos em peixes.
- Influência ambiental sobre os ciclos reprodutivos: temperatura, salinidade, fotoperíodo e outros fatores.
Bibliografia Obrigatória
Several; Encyclopedia of Fish Physiology, Editors Sarah L. Alderman, Todd E. Gillis, Academic Press, 2024. ISBN: 9780323908016
Bibliografia Complementar
George Hadwin; Fish Endocrinology, Sofronios E. Papoutsoglou (Editor), 2017. ISBN: 978-9386314567
Observações Bibliográficas
Serão usados artigos científicos recomendados pela responsável pela unidade curricular
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
A unidade curricular adota uma abordagem construtivista, centrada no estudante como agente ativo no seu próprio processo de aprendizagem. O ensino será orientado para a promoção da autonomia intelectual, pensamento crítico e resolução de problemas.
Os estudantes são incentivados a formular questões, desenvolver hipóteses, argumentar com base em evidência científica e construir conclusões próprias a partir da análise e interpretação da informação apresentada. Durante as aulas, serão colocados desafios teóricos e práticos que visam estimular a participação ativa, a cooperação entre pares e a integração de conhecimentos prévios com novos conteúdos.
Este método visa não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também o desenvolvimento de competências científicas e comunicativas, preparando os estudantes para enfrentar situações reais em contextos de investigação, gestão ambiental ou conservação da biodiversidade aquática.
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída com exame final
Componentes de Avaliação
| Designação |
Peso (%) |
| Exame |
60,00 |
| Trabalho laboratorial |
40,00 |
| Total: |
100,00 |
Componentes de Ocupação
| Designação |
Tempo (Horas) |
| Estudo autónomo |
85,00 |
| Frequência das aulas |
50,00 |
| Total: |
135,00 |
Obtenção de frequência
Presença a 3/4 das aulas lecionadas.
Fórmula de cálculo da classificação final
Tipo de Avaliação
Avaliação distribuída com exame final.
Fórmula de avaliação:
Classificação final = Nota do exame final teórico (60%) + Média das classificações obtidas na componente prática (40%)
Para aprovação na unidade curricular, é exigida uma classificação mínima de 9,5 valores (em 20) em cada uma das componentes (teórica e prática).
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Os trabalhadores estudantes, dirigentes associativos e outros estudantes com estatuto especial serão avaliados de forma similar aos estudantes regulares. Porém, nos casos em que a lei isenta de reprovação por faltas as aulas, os estudantes ficarão sujeitos à avaliação por exame teórico/teórico prático final sobre o conteúdo lecionado nas aulas desta UC, no qual terão de obter a nota mínima de 9,5 valores em 20.
Classificação final = Nota de exame final teórico (100%)
Melhoria de classificação
A melhoria da classificação obtida no processo de avaliação contínua poderá ser realizada em Exame Final, de acordo com a fórmula.
Classificação final = Nota de exame final teórico (60%) + Média das classificações obtidas na componente prática (40%).
A nota mínima de cada componente é de 9,5 valores em 20.