História do Trabalho
Ocorrência: 2007/2008 - 2S
Ciclos de Estudo/Cursos
Língua de trabalho
Português
Objetivos
O trabalho e/ou a falta de trabalho são temas que preenchem a actualidade. Contudo, o direito ao trabalho é um paradigma recente. A consciência das alterações temporais levam a procurar analisar se “o trabalho é um valor em extinção”.
Assim, o objectivo fundamental é o de analisar outras perspectivas de abordagem, através de uma história das “culturas do trabalho”: história das representações do trabalho, a linguagem do trabalho, relações entre trabalho e vida quotidiana – trabalho e ócio, papel do trabalho na conformação da identidade individual e colectiva (formal-confrarias e corporaçõs), influência do trabalho na organização social e política (participação nas estruturas de poder, trabalhadores como consumidores de cultura: alfabetização e educação, crenças e condutas, trabalho e divisão sexual: papéis e rendimentos
Programa
0 – Opções programáticas. Bibliografia básica. Normas de avaliação.
I – A invenção do trabalho: valores e atitudes face ao trabalho (da Idade Média aos finais do séc. XVIII)
1. A produção de informação sobre o trabalho – limites e condicionalismos temporais e conceptuais
2. O trabalho – um conceito em mutação: o limiar social (exclusão e inclusão social)
3. O trabalho regulamentado e as novas formas de organização: entre o urbano e o rural, entre o grémio e a manufactura
II – Do trabalho ao emprego (da revolução industrial à década de 60 do século XX):
1. A instituição de um mercado livre de trabalho e a abolição das regulamentações corporativas – o surgimento de uma população industrial – que ganhos em dignidade social?
2. As novas formas de organização de trabalho: o impacto dos trabalhadores sobre a inovação tecnológica
3. A emergência da questão operária: a questão social e a questão operária
4. Para lá da indústria – a análise e os limites da quantificação de uma estrutura sócio-profissional diversificada;
5. A divisão internacional e sexual do trabalho: do trabalho reprodutivo ao trabalho doméstico;
6. Do taylorismo ao direito do trabalho
III – As fronteiras do trabalho – novos modelos de produção
1. O colapso do sistema Taylorista – a generalização do modelo e a sua adaptação
2. Novos ou velhos modelos: o “lean production”
3. As novas tecnologias e a dinâmica da reestruturação do trabalho – as TIC
4. trabalho gratuito – a integração do trabalho doméstico
5. “em busca do trabalho perdido”
Bibliografia básica:
AMORIM, Inês, org. - Qualificações, Memórias e Identidades do trabalho, Lisboa, Ministério da Segurança Social e do Trabalho-Instituto de Emprego e Formação Profissional, 2002
CRISTINA CARRASCO – Tiempos, trabajos y género, Barcelona, Universitat Barcelona, 2001
Formação, trabalho e tecnologia. Para uma nova cultura organizacional, VII encontro da APSIOT, Lisboa, Celta, 1998
FREIRE, João – Sociologia do trabalho: uma introdução, Lisboa, Afrontamento, 1993
História Económica de Portugal, org. P. Lains e A.F. Silva, Lisboa, ICS, 2006, 3 vols.
JACCARD, Pierre - História social do trabalho das origens até aos nossos dias / Pierre Jaccard, trad. Rui de Moura, Lisboa, Livros Horizonte, 1974. - 2 v.
KOVÁCS, Ilona; CASTILLO, Juan José – Novos modelos de produção. Trabalho e pessoas, Lisboa, Celta, 1998
KRIEDETE, Peter; MEDICK, Hans; SCHLUMBOBM, Jurgen – Industrialización antes de la industrialización, Madrid, Editorial Crítica, 1986
LEON, Pierre (dir) - História económica e Social do Mundo, vol. 3, Lisboa, Sá da Costa, 1984 [1978]
MADUREIRA, Nuno - História do Trabalho e das Ocupações,vol.1- O têxtil, vol. II: As pescas, vol: III: A Agricultura, , Lisboa, ed. Celta, 2001-2002
MATHIAS, Peter; DAVIS, John A., coord. – As primeiras revoluções industriais, Lisboa, Publicações D. Quixote, 1998.
MÉDA, Dominique – O trabalho, um valor em vias de extinção, Lisboa, Fim do século, 1999
PEIRÓ ARROYO, António – Jornaleros y mancebos, identidad, organizacioón y conflicto en los trabajadores del Antiguo Regímen, Barcelona, Critica, 2002
REBELO, Glória – Trabalho e Igualdade, mulheres, teletrabalho e trabalho a tempo parcial, Lisboa, Celta, 2002
S.CASTILLO, coord. – El trabajo a traves de la Historia, Córdova, Associación de Historia Social, 1996
THOMPSON, E.P. – La formación de la Clase Obrera en Inglaterra, Barcelona, Crítica, 1989 [1963]
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
Procura-se que os alunos acolham a apresentação problematizadora das temáticas e procurem as respostas, a partir de elementos didácticos apropriados, tais como: tabelas, gráficos, documentos impressos, que lhes permitam fundamentar as suas hipóteses, e perceber as sínteses historiográficas.
Assim, para cada tema, é proposto um conjunto de actividades centradas na análise e interpretação de situações práticas
Palavras Chave
Humanidades > História > História económica
Humanidades > História > História social
Ciências Sociais > Economia > Economia do trabalho
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída com exame final
Componentes de Avaliação
Descrição |
Tipo |
Tempo (Horas) |
Peso (%) |
Data Conclusão |
Aulas da disciplina (estimativa) |
Participação presencial |
75,00 |
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Exame final. |
Exame |
2,00 |
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Total: |
- |
0,00 |
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Componentes de Ocupação
Descrição |
Tipo |
Tempo (Horas) |
Data Conclusão |
Orientação Tutorial. |
Frequência das aulas |
7 |
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Estudo e trabalho individual do aluno. |
Estudo autónomo |
97 |
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Total: |
104,00 |
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Obtenção de frequência
Presença dos alunos em 75% aulas
Fórmula de cálculo da classificação final
Propor-se-á investigação em documentação manuscrita, depositada em arquivos ou documentação impressa ou bibliográfica, que se articule com outras disciplinas (nomeadamente Economia e Sociedade no Portugal Moderno, Seminário em História Moderna, Métodos e Técnicas de Investigação Histórica).-
O trabalho de investigação visa sempre um processo de construção, baseado numa estrutura, previamente concebida. Este processo de avaliação de conhecimento é contínuo e desenvolve-se ao longo do semestre, tendo, no entanto, quatro momentos de "avaliação de progresso de conhecimentos". Um, no início do trabalho, para clarificar os objectivos e avaliar a adequação da metodologia proposta. Um segundo momento, durante o levantamento dos dados, em fontes manuscritas e/ou bibliográficas, acompanhando-se o aluno ao arquivo. Trata-se de incentivar, clarificar os termos e verificar a seriedade desta fase. A partir daqui, numa terceira fase, o aluno apresenta-nos uma primeira versão do trabalho. É lido e comentado, a fim de o aluno fazer rectificações. Trata-se de um momento fundamental em que se reconhece a capacidade de avançar em cruzamento de dados e respectiva análise. Por último, a apresentação do trabalho onde se avaliam as competências adquiridas ao longo do percurso. A cada um destes momentos de avaliação corresponde, respectivamente 20%, 30% e 50% da nota final do trabalho.
O trabalho valerá 50% da avaliação final e o exame final outros 50%
Provas e trabalhos especiais
Não aplicável
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Não aplicável
Melhoria de classificação
De acordo com as normas em vigor