Literatura Francesa V
Ocorrência: 2006/2007 - 1S
Ciclos de Estudo/Cursos
Objetivos
Da literatura como epifenómeno aristocrático à literatura de tendências moralizantes, dos Contes ou Histoires du temps passé de Charles Perrault às Fables de Jean de la Fontaine, eis, em traços gerais, o percurso a que convida esta disciplina. Impor-se-á assim uma reflexão sobre uma época que oscila entre a mitologia do Rei-Sol e o declínio do reino; entre o Classicismo enquanto art de dire e art de vivre e as novas conquistas do espírito filosófico; entre a dinâmica clássica com as suas tendências conciliadoras e a evolução crescente dos géneros literários; entre o questionamento do ideal de universalidade e a exigência de um ideal de perfectibilidade.
Programa
Atender-se-á então à tendência aristocrática e galante, interpretada pelos Contes ou Histoires du temps passé (1697) de Charles Perrault: ao seu enquadramento na moda literária dos “salons” e da corte; ao estatuto ambíguo; à submissão às regras épocais; à problemática da subversão simbólica. E não se deixará de enfatizar a tendência moralizante, sintetizada nas Fables (1668-1693) de Jean de la Fontaine, que convém perspectivar num tempo em que “L’Europe parlait français.”: o seu simbolismo e a sua alquimia fabulística; a intemporalidade consubstanciada numa diversidade de registos discursivos ao serviço de uma crítica desencantada da animalidade do humano; a moralidade que propõe uma ampla simbiose entre lucidez pedagógica e comprometimento crítico.
Bibliografia Principal
Barchilon, Jacques – Le conte merveilleux français de 1690 à 1790, Paris, Champion, 1975.
Bared, Robert – La Fontaine, Paris, Seuil, “Ecrivains de Toujours”, 1995.
Bénichou, Paul – Morales du grand siècle, Paris, Gallimard, coll. “Idées”, 1987.
Bettelheim, Bruno – Psicanálise do conto de fadas, Lisboa, Liv. Bertrand, 1991.
Chantalat, C. – Le goût classique. Paris, Lib. Klincksieck, 1992.
Critique et création littéraires en France au XVIIème siècle, Paris, C.N.R.S., 1978.
Dandrey, Patrick – Poétique de la Fontaine, La fabrique des fables, Paris, Quadrige/Puf, 1996.
Delft, L. Van – Le Moraliste classique, essai de définition et de typologie, Genève, Lib..Droz, 1982.
Dicionário dos Símbolos (sob a direcção de J. Chevalier e A. Gheerbrant), Porto, Ed.Teorema, 1994.
Dix-Huitième siècle. Revue. Nº25 – “L’Europe des Lumières”, Paris, PUF, 1993.
Fumaroli, Marc – Le poète et le roi – Jean de la Fontaine en son siècle, Paris, Ed. de Fallois, 1993.
Hazard, Paul – La crise de la conscience européenne, Paris, Lib. Hatier, 1983.
Kibédi-Varga, A. – Les poétiques du classicisme, Paris, Aux amateurs de livres, 1990.
La Fontaine, Jean de – Fables. Éd. de Jean-Pierre Collinet, Paris, Folio, 1999.
La Fontaine., Maître des eaux & des forêts, Porto, Fac. de Letras da Univ. do Porto, 2003.
Le Fablier. Revue des Amis de La Fontaine, “La Fontaine 1695-1995, Colloque du Tricentenaire”. Musée Jean de la Fontaine, Château Thierry, Nº 8, 1996.
Lettres de Versailles, Porto, NEL, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2005.
Mourey, L. – Introduction aux contes de Grimm et de Perrault. Paris, Lettres modernes, 1978.
Orieux, Jean – La Fontaine ou La vie est un conte, Paris, Ed. Flammarion, 2000.
Perrault, Charles – Contes, Ed. de Jean-Pierre Collinet. Paris, Folio, 2002.
Propp, Vladimir – Morphologie du conte, Paris, Seuil, coll. “Points”, 1970.
Romey, Georges – Dictionnaire de la Symbolique (4 vols.), Paris, Ed. Albin Michel, 1995-2001
Simonsen, Michèle – Perrault. Contes, Paris, PUF, 1992.
Soriano, Marc – Les contes de Perrault, culture savante et traditions populaires, Paris, Gallimard, 1977.
Starobinski, Jean – L’Invention de la liberté: 1700-1789, Genève, Ed. d’Art Albert Skira, 1984.
Viala, Antoine – Naissance de l’écrivain. Sociologie de la littérature à l’âge classique, Paris, Ed. de Minuit, 1985.
Bibliografia Complementar
A bibliografia restante será distribuida ao longo do semestre.
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
A tipologia das aulas alicerça-se na interacção entre teoria e prática, numa simbiose entre os domínios científico e pedagógico, integrando os conceitos e as reflexões na prática da dinâmica da aula.
Software
Não se aplica
Tipo de avaliação
Obtenção de frequência
Os alunos submetidos a Avaliação Contínua devem frequentar, obrigatoriamente, pelo menos 2/3 da totalidade das aulas.
Fórmula de cálculo da classificação final
A classificação final dos discentes em Avaliação Contínua fra-se-á tendo em conta critérios de assiduidade, capacidade interventiva, disponibilidade/rentabilidade para e dos trabalhos individuais e/ou em grupo, e, obviamente, o teste obrigatório.
Provas e trabalhos especiais
Nenhuma referência em particular.
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Não se aplica
Melhoria de classificação
De acordo com as normas da FLUP
Observações
Língua de ensino: Português