Virologia
Áreas Científicas |
Classificação |
Área Científica |
OFICIAL |
Ciências da Saúde |
Ocorrência: 2016/2017 - 2S
Ciclos de Estudo/Cursos
Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
MICF |
186 |
MICF - Plano Oficial |
4 |
- |
5 |
39 |
135 |
Língua de trabalho
Português
Objetivos
É objetivo da Unidade Curricular (UC) Virologia: i) estudar os vírus como entidades biológicas individuais e conhecer os mecanismos envolvidos na interação vírus-célula e vírus-hospedeiro; ii) conhecer os aspetos gerais da patogénese das infeções virais; iii) conhecer as várias famílias virais e os vírus responsáveis por infeção no homem; iv) estudar o poder patogénico destes vírus, os aspetos clínicos e epidemiológicos, as formas de tratamento, prevenção e controlo destas infeções; v) conhecer os princípios básicos do diagnóstico laboratorial das infeções virais.
Resultados de aprendizagem e competências
Depois de ter frequentado a Unidade Curricular de Virologia, o aluno deverá, como resultado de aprendizagem do ensino teórico:
- Saber identificar os vírus com entidades biológicas individuais, diferenciá-los dos outros agentes infeciosos e valorizar a sua importância no contexto da Microbiologia e da Saude Humana.
- Conhecer a estrutura dos vírus e as funções dos diferentes constituintes da partícula viral.
- Conhecer as diferentes etapas do ciclo replicativo viral e as estratégias de replicação dos vírus RNA e DNA
- Conhecer os vários aspetos da patogénese das infeções virais.
- Conhecer as várias famílias e respetivos vírus responsáveis por infeção no homem, assim como a patogénese, os aspetos clínicos e epidemiológicos dessas infeções, as formas de tratamento, prevenção e controlo.
- Saber interligar os conhecimentos prendidos com os conceitos adquiridos em disciplinas afins, nomeadamente a biologia celular, a genética, a imunologia e até mesmo a química farmacêutica e a farmacologia (mecanismos de ação dos antivíricos e identificação de novas moléculas com ação antiviral).
Como resultado da aprendizagem do ensino prático o aluno deverá:
- Conhecer os princípios básicos do diagnóstico laboratorial das infeções virais.
- Conhecer a importância e a aplicabilidade das diferentes abordagens do diagnóstico viral.
- Conhecer a aplicabilidade de tecnicas como a imunofluorescência e a imunocromatografia na deteção direta de virus e antigenios virais em amostras clinicas como forma de diagnóstico de certas infeções virais.
- Saber realizar e desenhar um ensaio imunoenzimático aplicado à deteção de anticorpos (IgM e IgG )específicos virais e compreender a importância desta deteção no diagnóstico de determinadas infeções virais
- Saber interpretar os dados laboratoriais referentes ao diagnóstico da infeção HIV/SIDA e conhecer a importância da sua monitorização ao longo da infeção.
- Saber interpretar os marcadores serológicos referentes ao diagnóstico da infeção pelo vírus da hepatite B.
- Comprender a importância da bioinformatica na virologia.
Modo de trabalho
Presencial
Pré-requisitos (conhecimentos prévios) e co-requisitos (conhecimentos simultâneos)
Pressupõem-se conhecimentos básicos de Microbiologia Geral, Imunologia, Biologia Celular e Genética.
Programa
Ensino teórico
PARTE I – Virologia geral
- Introdução ao mundo da Virologia
- Estrutura dos vírus
- A replicação viral e estratégias da replicação dos vírus RNA e DNA
- Aspetos gerais da patogénese das infeções virais.
PARTE II - Estudo das várias famílias virais e vírus patogénicos para o homem
- Família Ortomyxoviridae. Os vírus da gripe. Estrutura e replicação. A evolução do vírus da gripe A e o papel dos reservatórios animais. A emergência e o potencial pandémico do vírus da gripe A. As pandemias do século XX e XXI. A gripe sazonal e o impacto na saúde pública. A vacina da gripe, recomendações e grupos de risco. Terapêutica antivírica para a gripe.
- Família Paramyxoviridae. Os vírus parainfluenza, o vírus respiratório sincicial, os metapneumovírus, o vírus da parotidite, o vírus do sarampo. A patogénese da infeção, manifestações clínicas e epidemiologia. A vacina do sarampo e da papeira no Programa Nacional de Vacinação.
- Família Togaviridae. O vírus da rubéola. Patogénese, manifestações clínicas e epidemiologia. A rubéola congénita
- Família Coronaviridae. Os coronavírus humanos, aspetos clínicos e epidemiológicos da infeção. A quebra da barreira inter-espécies e a infeção no homem por coronavírus animais (SARS-CoV e MERS-CoV).
- Família Reoviridae. Os reovirus e os rotavírus. A importância clínica dos rotavírus e a epidemiologia da infeção. As vacinas para rotavírus.
- Família Caliciviridae. Os norovírus e os sapovírus. A importância atual dos norovírus como agente da gastrenterite. Aspetos clínicos e epidemiológicos dos norovírus.
- Família Astroviridae. Os “velhos e os novos” astrovírus. Aspetos clínicos e epidemiológicos.
- Família Picornaviridae. Os rinovírus, aspetos clínicos e epidemiológicos. Os poliovírus, a poliomielite e a erradicação. Os enterovirus não-polio. Patogénese manifestações clínicas e epidemiologia. Aichivirus. Parechovirus. O vírus da hepatite A (HAV). Aspetos clínicos e considerações epidemiológicas. A profilaxia e a prevenção.
- Família Hepeviridae. O vírus da hepatite E. Características epidemiológicas e clínicas dos vários genótipos. A transmissão zoonótica e a emergência nos países industrializados.
- O vírus da hepatite C. Estrutura e replicação. Os genótipos e as implicações clínicas. Aspetos epidemiológicos. Patogénese da infeção. Hepatite C crónica e o carcinoma hepatocelular. A terapeutica da hepatite C crónica.
- Família Hepadnaviridae. O vírus da hepatite B. Estrutura e replicação. Aspetos epidemiológicos da hepatite B. Patogénese da infeção. A evolução para a cronicidade e o carcinoma hepatocelular. A terapeutica da hepatite B crónica.
- O vírus da hepatite Delta (HDV). A co-infeção e a superinfeção HDV/HBV.
- Família Parvoviridae. O parvovírus B19. Aspetos clínicos e epidemiológicos. As complicações severas. Os bocavírus e poder patogénico no homem.
- Família Polyomaviridae. Os “velhos e os novos” poliomavírus humanos. Importância clínica e considerações epidemiológicas.
- Família Papillomaviridae. Importância clínica dos papilomavírus humanos. Aspetos epidemiológicos. Os HPVs de alto e baixo risco. As vacinas contra o HPV e a prevenção do carcinoma do colo uterino
- Família Adenoviridae. Os adenovírus. O poder patogénico no homem. As infeções respiratórias, intestinais e oculares. Aspetos epidemiológicos.
- Família Herpesviridae. HSV-1 e HSV-2. A primo-infeção, a latência e infeção recorrente. As formas clínicas. O vírus da varicela-zona (VZV). Fisiopatologia da infeção. As complicações da varicela e da zona. O citomegalovírus (CMV). A infeção no imunocompetente versus imunocomprometido. A infeção congénita. O vírus Epstein-Barr (EBV) e a mononucleose infecciosa. Os cancros associados ao EBV. HHV-6, HHV-7 e a roseola infantum. HHV-8 e o sarcoma de Kaposi. A co-infeção HHV-8/HIV-1. Fármacos usados na terapêutica das infecções por herpesvírus.
- Família Retroviridae. A organização genómica dos retrovírus. O HTLV-I /II. A leucemia das células T adultas e a paraparésia espástica tropical. O HIV-1/2 e a síndroma da imunodeficiência adquirida. A história e a origem do HIV. Os aspetos imunopatogénicos e a dinâmica da infeção. Aspetos clínicos e epidemiológicos. A terapêutica anti-retrovírica: o passado, o presente e o futuro. A profilaxia pós-exposição.
- Viroma humano: uma visão emergente.
Ensino prático
- Noções teórico-práticas sobre o diagnóstico laboratorial das infeções virais. Considerações gerais sobre as várias vertentes do diagnóstico.
- O isolamento viral e os sistemas hospedeiros utilizados.
- O diagnóstico serológico
- A deteção direta de vírus ou de antigénios virais diretamente na amostra clínica como forma de diagnóstico.
- A deteção e a quantificação de genomas virais no diagnóstico viral.
- As culturas celulares e o isolamento viral Visualização microscópica de efeitos citopáticos de diferentes vírus.
- Execução de um ensaio de imunofluorescência e/ou de um ensaio imunocromatográfico aplicada à deteção direta de vírus (rotavírus em fezes) ou de antigénios virais (vírus respiratórios em aspirados nasofaríngeos).
- Execução de um ensaio imunoenzimático aplicado à deteção de anticorpos específicos para o citomegalovírus e para o EBV.
- Noções gerais sobre o diagnóstico da infeção HIV/SIDA e o papel do laboratório no rastreio dos seropositivos, diagnóstico da infeção primária e seguimento dos seropositivos. A importância e a utilização dos vários marcadores séricos (anticorpos anti-HIV, antigénio p24, DNA HIV, RNAHIV) nas várias fases da infeção HIV/SIDA.
- O diagnóstico da infeção pelo vírus da hepatite B (HBV). Os marcadores serológicos e a sua interpretação.
- Bioinformatica em virologia. Análise de sequências genómicas de vírus da hepatite E e sua comparação com sequências de base de dados (GenbanK). Construção de árvores filogenéticas.
- Breves noções teórico-práticas sobre va irologia do alimento e do ambiente.
Bibliografia Obrigatória
Murray Patrick R.;
Medical microbiology. ISBN: 0-7234-1644-3
Fields Bernard N. 340;
Fields virology. ISBN: 0-7817-0253-4
Cann Alan J.;
Principles of molecular virology. ISBN: 0-12-158533-6
Barroso H &Meliço-Silvestre A&Taveira N; Microbiologia Médica Volume 2, LIDEL, 2014. ISBN: 978-972-757-576-3
Observações Bibliográficas
Para além desta bibliografia são disponibilizados aos alunos artigos científicos que tenham sido recentemente publicados sobre temas emergentes.
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
Todas as aulas estão a cargo do docente da UC.
- Aulas teóricas (1,5 horas/semana
As aulas teóricas são essencialmente magistrais, ministradas com recurso a um sistema de apresentação de diapositivos PowerPoint via Data-Show os quais estão inseridos na plataforma Moodle.Os estudantes são desafiados a questionarem o docente em todas as aulas.
- Aulas laboratoriais (1,5 horas/semana)
As aulas laboratoriais versam essencialmente o diagnóstico laboratorial das infeções virais. São dadas inicialmente noções gerais teórico-práticas sobre esta temática realizando-se depois trabalhos laboratoriais que exemplificam alguns dos processos de diagnóstico. De modo a promover uma maior interligação com a realidade são também analisados e discutidos resultados de casos clínicos.
São reservadas 4 aulas laboratoriais para a apresentação/discussão/ avaliação dos artigos científicos (Journal Club) e dos trabalhos monográficos desenvolvidos pelos alunos. Devido ao enorme número de alunos que frequentam esta UC estes trabalhos são desenvolvidos em grupos de 2 a 3 alunos.
PLATAFORMA DE E-LEARNING:
No âmbito do projecto eLearning@UP a UC Virologia está inserida na plataforma Moodle na qual se encontram, em formato pdf, todos os conteúdos pedagógicos (diapositivos) apresentados pelo docente nas aulas teóricas, práticas e laboratoriais. Esta plataforma contém também trabalhos monográficos desenvolvidas pelos alunos dos anos anteriores, a bibliografia recomendada para a UC, vários artigos científicos de revisão, documentários e também ligações (links) a páginas de virologia.
Palavras Chave
Ciências da Saúde
Ciências da Saúde
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída com exame final
Componentes de Avaliação
Designação |
Peso (%) |
Exame |
70,00 |
Participação presencial |
3,00 |
Trabalho laboratorial |
27,00 |
Total: |
100,00 |
Componentes de Ocupação
Designação |
Tempo (Horas) |
Estudo autónomo |
93,00 |
Frequência das aulas |
32,00 |
Trabalho laboratorial |
10,00 |
Total: |
135,00 |
Obtenção de frequência
Os métodos de avaliação desta UC seguem o previsto nas “Normas de Avaliação” em vigor na FFUP e consiste numa avaliação distribuída laboratorial mais exame final escrito, o qual abrange a totalidade dos conhecimentos ministrados.
A avaliação distribuída (contínua) laboratorial decorre no período de aulas e classificará os seguintes parâmetros: (i) assiduidade às aulas laboratoriais e o nível de participação (ponderação 10%, cotação 2 valores); (ii) a apresentação e discussão do artigo científico (ponderação 30%, cotação 6 valores); (iii) a apresentação oral do trabalho monográfico sobre Virologia (ponderação 60%, cotação 12 valores).
A aprovação na avaliação distribuída laboratorial (9,5 valores) é um pré-requisito para a admissão do aluno ao exame final escrito. O contributo percentual da classificação da avaliação laboratorial para a classificação final da UC é de 30%, mas será expressa na escala de 0 a 20 valores.
O contributo percentual da classificação obtida no exame final escrito é de 70%, mas será expressa na escala de 0 a 20 valores. Os alunos deverão obter no exame final escrito uma classificação superior ou igual a 9,5 valores para serem aprovados na UC. Não se aplica nesta UC a realização de provas orais para classificações inferiores a 9,5 valores.
Nota: A frequência das aulas laboratoriais é obrigatória sendo considerados sem frequência os alunos cuja assiduidade seja inferior a 75% das aulas leccionadas.
Fórmula de cálculo da classificação final
A classificação final desta UC corresponderá à classificação obtida na prova escrita final (contributo percentual de 70%) acrescida da classificação obtida na avaliação contínua laboratorial (contributo percentual de 30%).
Sempre que a classificação final na UC seja superior a 18 valores o aluno terá que a defender, obrigatoriamente, numa prova oral.
Avaliação especial (TE, DA, ...)
A avaliação dos alunos em regime especial segue o previsto nas “Normas de Avaliação” da FFUP.
Melhoria de classificação
A melhoria de classificação pode ser apenas obtida pela repetição da prova escrita final. Não está contemplado nesta UC a melhoria da classificação da avaliação laboratorial.
Observações
A comunicação com os estudantes ao longo do semestre é facilitada pela ferramenta dos avisos da plataforma da Moodle e pelo e-mail dinâmico do Sigarra.
São estabelecidos na 1ª aula teórica os períodos de atendimento pedagógico.