A missão desenvolve-se essencialmente nas áreas da engenharia e afins, tendo como dimensões principais a formação académica, as atividades de investigação, desenvolvimento e inovação em estreita ligação com as formações de segundo e principalmente de terceiro ciclo e, ainda, as atividades da terceira missão da Universidade que incluem a transferência de conhecimento e tecnologia, a prestação de serviços, a oferta de formação contínua, a participação na discussão de políticas nacionais e o envolvimento na vida económica, cultural e social da nossa região e do país. Deve ver-se como parte integral dessas dimensões, na sua complementaridade, a formação cultural, cívica e humanista da Comunidade FEUP, a valorização da envolvente e do património e a preservação da memória da instituição.
A FEUP posiciona-se como instituição ‘erudita e cosmopolita’, num campus vivo, fonte de inspiração para o crescimento técnico e científico, cívico e cultural, dos tantos jovens, promissores de um futuro melhor, que nos procuram.
Visa ainda, através da sua qualidade, inspirar bem-estar, ambição e pro-atividade para fazer sempre mais e melhor no seu serviço público, na prossecução dos objetivos de missão, na produção do saber e na sua transferência para a sociedade, a todos os que nela trabalham de forma permanente.
A FEUP atuará como uma mais-valia fundamental, e por isso necessariamente rigorosa, interventiva e exigente, para os desígnios da Universidade do Porto e para o desenvolvimento de Portugal, no alcançar desse objetivo sempre adiado da convergência Europeia.
Política estratégica 1 – Promover a qualidade global com critérios internacionalmente aceites
Reafirma-se a prossecução de políticas de garantia de qualidade que assegurem a melhoria continuada do desempenho a todos os níveis de atividade na FEUP.
Em particular, nas atividades fundamentais de educação e investigação, adotar-se-ão modelos de qualidade percebidos e aceites por todos os parceiros, isto é modelos adotados internacionalmente.
Política estratégica 2 – Promover a internacionalização, particularmente no sentido do alargamento da base de cooperação internacional
A FEUP deve manter uma política de procura do alargamento da sua base de cooperação internacional, através da participação em redes internacionais prestigiadas, em associações internacionais para a formação e para a investigação e através da celebração de protocolos institucionais e acordos bilaterais.
Política estratégica 3 – Assumir liderança nacional e internacional em políticas de educação em engenharia
A FEUP tem que potenciar todas as valências para se afirmar como a referência nacional e uma referência internacional em políticas de educação em engenharia, em todas as dimensões relevantes.
Política estratégica 4 – Consolidar a reforma da oferta formativa, na estrutura, nos conteúdos e nos métodos de ensino e de avaliação
A FEUP tem que promover prioritariamente uma racionalização da oferta e uma revisão dos métodos, em favor do aumento da multidisciplinaridade, da autonomização dos estudantes nos seus processos de aprendizagem e da promoção do sucesso escolar.
Política estratégica 5 – Melhorar de forma sustentada os indicadores de desempenho de mobilidade de entrada e de saída de estudantes
A meta dos 20% de estudantes em mobilidade, em 2020, apontada no Comunicado de Ministros de Leuven, 2009, é adotada no nosso projeto de mobilidade.
No documento, apresenta-se um vasto conjunto de objetivos e ações associadas a estas 3 linhas políticas, visando a consolidação internacional dos cursos de mestrado da FEUP, a adoção das melhores práticas de ensino e aprendizagem, a necessária política de dimensão social e ainda a relação privilegiada que a direção da FEUP e as direções de cursos devem ter com as associações de estudantes, especialmente com a Associação de Estudantes da FEUP (AEFEUP).
Política estratégica 6 – Promover a melhoria dos resultados de avaliação das Unidades de I&D sediadas na FEUP
Considerando a relevância e as implicações dos resultados das avaliações de qualidade, a FEUP deve apoiar ativamente os processos internos de reestruturação de Unidades de I&D no sentido da melhoria dos indicadores de qualidade, fomentando em particular a discussão sobre boas práticas de investigação no sentido da melhoria desses indicadores.
Política estratégica 7 – Promover a integração dos programas doutorais da FEUP na Escola Doutoral da U.Porto, nos termos dos Estatutos da Escola
A FEUP deve revisitar a oferta de programas existentes, com vista à sua integração na Escola Doutoral na primeira fase de avaliação; deve estar aberta para propor a extinção ou fusão de programas e deve igualmente promover o aproveitamento das oportunidades que a Escola Doutoral cria para lançamento de novos programas de natureza multidisciplinar e/ou multi-institucionais.
Política estratégica 8 – Promover sinergias e cooperação em áreas estratégicas
Dever-se-á fomentar a atividade multidisciplinar, nomeadamente através da criação de Centros de Competências, estatutariamente previstos, em áreas emergentes de grande potencial de desenvolvimento, ou em áreas tradicionais relevantes, em que haja grande dispersão de enquadramento de atividade, com o fim de criar massa crítica e capacidade competitiva para concorrer a grandes projetos internacionais.
Política estratégica 9 – Adequar a atividade de I&D dos docentes e investigadores aos estatutos da FEUP e criar um Observatório da Investigação
Deve consolidar-se o reporte de atividades de todos os docentes e investigadores da FEUP, nos termos estatutários (artigos 48.º e 49.º), através da criação de um Observatório da Investigação, que permita perceber de forma consistente toda a dimensão da atividade de I&D dos docentes e investigadores da FEUP. Com base nesse reporte, deve criar-se um observatório da atividade de I&D&E que cubra o desempenho de todos os docentes e investigadores.
Política estratégica 10 – Fomentar a colaboração internacional competitiva e a procura de fundos externos
Promovendo em particular a candidatura a grandes projetos Europeus no quadro do EIT (European Institute of Technology) e do novo programa-quadro Horizon 2020, e a organização de grandes eventos internacionais.
Globalmente, estas linhas políticas pretendem usar o momento para revisitar toda a investigação desenvolvida por docentes e investigadores da U.Porto e pretende igualmente promover, sem compromissos, a qualidade da investigação, a cooperação multidisciplinar e o investimento estratégico.
Política estratégica 11 – Adotar uma política consistente de fomento de promoção das atividades da ‘terceira missão’, considerando que essas atividades, nas suas diferentes vertentes, são de grande relevância económica e social
Tal política deve ser protagonizada por todos os setores da organização, no que se inclui (i) as atividades desenvolvidas pelos docentes e investigadores, independentemente do seu enquadramento organizacional; (ii) as necessárias atividades dos Serviços da FEUP no apoio às atividades dos D&I; (iii) as atividades independentes dos Serviços, nos casos que relevem.
Política estratégica 12 – Promover uma oferta sustentada de formação contínua de cursos e de unidades singulares, a nível de licenciatura, de especialização e de formação avançada
A FEUP tem como relevante o objetivo de fomentar a cultura de formação ao longo da vida e fortalecer a sua oferta neste domínio, nos três níveis da sua atividade: (i) em unidades curriculares e programas de nível de licenciaturas; (ii) unidades curriculares e especializações para licenciados; (iii) em unidades curriculares e cursos de formação avançada para mestres.
Política estratégica 13 – Manter a organização de eventos e iniciativas nacionais e internacionais de divulgação nacional da atividade da FEUP e de fomento da cooperação internacional em temas de empregabilidade, mobilidade, empreendedorismo e inovação
A FEUP tem um portfólio notável de eventos ‘permanentes’ nas áreas da formação, da cooperação e da divulgação da engenharia.
A nível nacional o presente Plano propõe o reforço das iniciativas existentes.
No plano internacional propõe-se fortalecer as relações de mobilidade com a Europa e América Latina, procurando a entrada da FEUP em redes de mobilidade prestigiadas e a entrada da FEUP em agrupamentos (clusters) Europeus de excelência associados à promoção do empreendedorismo.
Política estratégica 14 – Manter uma agenda cultural intensa e dinamizar a prática desportiva, considerando a disponibilidade de novos equipamentos prevista para 2012 e 2013
A mensagem associada a este conjunto de políticas é inequivocamente a da importância desta dimensão da atividade universitária e simultaneamente do muito espaço de progressão e melhoria de indicadores que a caraterizam na generalidade das suas vertentes: na promoção da ética e da responsabilidade social; na promoção do empreendedorismo e da inovação; na cooperação com as atividades económicas e com a administração regional e nacional; na participação no desenvolvimento de políticas públicas; na ligação à sociedade através dos alumni; e, no fomento da prática desportiva.
Política estratégica 15 – Desenvolver uma política de fortalecimento da Alma Mater, de criação de bem-estar, de valorização do trabalho e de promoção da qualidade laboral, em todas as suas especificidades
Acentua-se a promoção da identidade de objetivos da missão, da defesa do trabalho associado à dignidade humana e de promoção de respeito cívico nas relações internas.
Política estratégica 16 – Manter uma política ativa de valorização do campus da FEUP e da sua envolvente nas vertentes urbana, paisagística, arquitetónica e ambiental, de melhoria das condições de vivência interna e de sociabilização no quotidiano, bem como de preservação da memória coletiva da instituição
A FEUP contribuirá como participante ou motor da transformação da envolvente. Em particular, a FEUP procurará sempre uma política articulada com as restantes Unidades Orgânicas do campus nessa definição da ação de interesse comum e na procura dos meios materiais para essa ação, de que é exemplo importante o projeto QUALIFICA ASPRELA, atualmente em curso.
Neste conjunto de políticas deve acentuar-se a relevância da promoção da identidade e do envolvimento da comunidade para discutir o futuro, simbolizada na organização do “Congresso FEUP 2011” para apresentação e debate de temas por parte da comunidade, durante dois dias, o primeiro fórum com estes objetivos desde há mais de trinta e cinco anos.
Acentua-se igualmente a importância da análise histórica que levará a FEUP a comemorar no futuro o seu Dia da FEUP em associação com os primórdios do ensino da engenharia em Portugal.
Consideram-se quatro componentes estratégicas das linhas de governação que se projetam para cinco anos e das políticas de gestão de temas que se consideram sensíveis para o funcionamento e para o futuro da FEUP, no que se inclui a política de gestão orçamental do imediato:
Política estratégica 17 - Relativamente à criação do CRSCUP e a uma eventual reorganização orgânica da U.Porto, cooperar com a Reitoria e com as restantes Unidades Orgânicas na procura da melhor solução para uma reorganização que em larga medida parece desejável e, mais ainda, inevitável
As potenciais mudanças organizativas em discussão a nível da U.Porto têm ou terão profundas implicações na governação das Unidades Orgânicas.
Para uma Escola com a dimensão da FEUP e que carrega o peso de uma história quase bicentenária de ensino de engenharia esta evolução de modelo governativo terá que ser analisada com rigor máximo nas implicações de qualidade que lhe estão associadas.
Neste quadro, o modelo que se vier a adotar, para lá do argumento da racionalização dos recursos humanos e económicos, particularmente sensível na conjuntura atual, deverá ter como objetivos de referência a melhoria da qualidade dos serviços e a preservação da identidade das áreas de atividade próprias de cada Unidade Orgânica, no caso da FEUP a engenharia.
Política estratégica 18 – Relativamente à potencial reorganização interna da FEUP, efetuar em 2012 um estudo de cenários no seio do conselho científico e com uma base de auscultação alargada
Importa entender a evolução do conhecimento, potenciar a multidisciplinaridade face à evolução dos conceitos de formação e desenvolvimento e antecipar a evolução (redução) necessária da dimensão do corpo docente e do corpo técnico.
Política estratégica 19 – Num cenário de redução do seu corpo docente e investigador, adotar uma política de rigorosa procura competitiva de novos quadros de grande qualidade, pensando particularmente nas áreas estratégicas que a FEUP defina, naturalmente que assegurando as valências necessárias para os cursos de graduação
A FEUP tem condições excecionais de atratividade, a nível nacional, que deve usar para construir um corpo docente de alto nível científico, que lhe assegure a capacidade competitiva a nível internacional, essencial para a sua afirmação e para a captação de fundos.
Política estratégica 20 – Face ao quadro de financiamento por parte do Estado, adotar uma política orçamental, pelo menos para os primeiros anos deste Plano, altamente competitiva na obtenção de receitas externas e internas e significativamente austera na previsão de despesas
Neste esforço de captação de receitas, aponta-se para o dever estatutário de docentes, investigadores e técnicos contribuírem para a missão da FEUP, não só em resultados associados às atividades de formação, investigação, desenvolvimento, extensão e difusão de conhecimento, como também através da geração de proveitos necessários para a prossecução dessa missão.
Na outra questão sensível, a dos orçamentos de gestão para os próximos anos, o quadro é claro - a FEUP irá ter que fazer melhor com menos.
Será necessário adotar uma política continuada de captação de novos fundos, mas será igualmente necessária uma redução significativa do lado das despesas, esta no entanto devidamente estudada para não comprometer os objetivos de desenvolvimento.
O Plano contém um conjunto de objetivos estratégicos e de indicadores concretos de ação que demonstram que a FEUP tem todas as condições, não para sobreviver, mas antes e principalmente para ser alavanca efetiva do salto de desenvolvimento qualitativo que Portugal tem que dar.
A FEUP tem capacidade instalada, intelectual, cultural, de empreendedorismo, de inovação, científica e técnica que nos faz crer no futuro.