Resumo (PT):
A literatura sugere que as competências musicais facilitam, quer a memória de
trabalho e a curto prazo, quer a regulação emocional. A ideia de que a memória de trabalho
pode facilitar a regulação emocional tem também recebido algum suporte empírico. No
presente estudo, investigámos as relações entre a regulação emocional, o grau de
envolvimento com a música sob múltiplas formas (sofisticação musical), e a memória de
curto prazo. Avançámos a hipótese de que maior sofisticação conduziria a uma regulação
mais eficaz, assumindo a memória de curto prazo um papel mediador pelo menos parcial.
Pedimos a 109 indivíduos que reportassem um conjunto de informações relativas ao seu grau
de sofisticação musical através do questionário Goldsmiths Musical Sophistication Index,
que reportassem a frequência com que usa diferentes estratégias de regulação emocional
(mais e menos adaptativas), e que realizassem uma tarefa de memória a curto prazo. Os
resultados indicaram que a sofisticação musical está positivamente associada à memória e
ao uso de estratégias adaptativas de regulação emocional. No entanto, a associação entre
memória e regulação foi nula, inviabilizando um cenário de mediação. Os resultados obtidos
salientam o potencial da sofisticação musical enquanto portadora de benefícios cognitivos
(memória) e/ou emocionais, mas é importante suspender interpretações causais até que um
paradigma adequado o demonstre.
Language:
Portuguese
No. of pages:
44