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Project: NORTE2030-FEDER-02704900

Project name: Reviving the Earth: Soil Health Assessment, Risk analysis, and Restoration in former mining areas
Project code: NORTE2030-FEDER-02704900
Proposing institution/Lead promoter/Coordinating entity: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Partner(s)/Co-promoter(s)/Participating institution(s): Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto; Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto; Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Date of approval: 2025-09-29
Start date: 2025-04-01
Completion date: 2028-03-31
Objectives, activities and expected/achieved results
O legado ambiental e a contaminação resultante dos resíduos mineiros provenientes da exploração e processamento de recursos minerais metálicos e não metálicos, cuja atividade remonta ao século XIX, no N de Portugal, ainda não foram avaliados de forma abrangente, nomeadamente no que respeita ao impacto nos solos e nas águas das áreas circundantes. Esses resíduos foram depositados em escombreiras próximas das minas, sem qualquer recuperação ou manutenção. Além disso, a agricultura tradicional e de subsistência é uma prática comum na região, com o usodos solos e das águas subterrâneas sem um conhecimento adequado sobre a gestão de risco e potencial de contaminação.
Os resíduos resultantes da exploração de carvão e de minérios,como Au-As, Sb-Au e W, depositados em escombreiras, representam uma fonte de poluentes. As partículas libertadas para a atmosfera pelo vento, bemcomo a mobilização e lixiviação de elementos potencialmente perigosos, fitotóxicos e zootóxicos, afetam a qualidade do ar, dos solos, as águas superficiais e subterrâneas e causam poluição ambiental e efeitos sobre a biodiversidade e a saúde humana.
Este projeto vem na sequência do projeto SHS: Soilhealthsurroundingformerminingareas: characterization, riskanalysis, andintervention que reuniu o mesmo consórcio com excelentes resultados[1-13]. Assim, o RESTAURA pretende investigar novos estudos de caso e comparar com os dados com os obtidos no projeto SHS,alargando o conhecimento sobre a saúde dos solos em antigas áreas mineiras. A informação gerada será essencial para apoiar decisores na implementação de estratégias de remedição adequadas. Além disso, o projeto aposta na inovação através do reaproveitamento inteligente dos resíduos mineiros, tanto na remediação de solos por ozonização como na produção de geopolímeros a partir de resíduos de carvão queimados e não queimados. Essa abordagem visa transformar um passivo ambiental num recurso valioso, promovendo a economia circular e a reciclagem.
Neste contexto, o Revitalizar a Terra: Avaliação da saúde do solo, análise de risco e reabilitação de antigas áreas mineiras, submetido na área de Missão Saúde do Solo e Alimentação, compromete-se a avaliar os riscos ambientais e para a saúde humana deste legado, aproveitando a longa experiência do consórcio composto por cinco instituições de I&D de áreas diferentes e complementares, nomeadamente: Ciências da Terra (ICT e CERENA), Química (CIQUP), Sociologia (IS-UP) e Arte, Design e Sociedade (i2ADS).
Para este fim, foram selecionadas duas áreas principais do Norte de Portugal onde operaram minas de minerais metálicos e não metálicos: (i) as minas Au-As das Banjas e de Sb-Au de Montalto, da Tapada e do Corgo e a mina de W de Rio de Frades; e, (ii) a escombreira de São Pedro da Cova, que foi afetada pelos incêndios de 2005 e esteve em autocombustão por mais de 15 anos.
A Mina de Rio de Frades, localizada na Serra da Freita, no concelho de Arouca, foi uma das mais importantes minas de W em Portugal[14], particularmente ativa durante a primeira metade do século XX. A sua história está fortemente ligada à exploração do W, um metal estratégico utilizado no fabrico de armamento, o que lhe conferiu grande relevância durante as duas Guerras Mundiais. Com o abandono, ficaram na região vestígios das infraestruturas mineiras, incluindo edifícios em ruínas e depósitos de resíduos mineiros.
O Distrito Mineiro Dúrico-Beirão inclui mineralizações de Sb-Au e Au- As. Na continuação do trabalho desenvolvido no projeto SHS, onde foram estudadas as minas de Sb-Au de Montalto e de Ribeiro da Serra, torna-se pertinente alargar a área de estudo às antigas minas de Sb-Au da Tapada e do Corgo, localizadas no alinhamento definido pelas duas primeiras e incluir as mineralizações de Au-As das BanjasBanjas [15,16]. A maior parte dos filões de Sb-Au ocorrem a W do flanco ocidental do Anticlinal de Valongo. Os trabalhos mineiros mais antigos para exploração de Au datam da época da ocupação romana da Península Ibérica, sendo importantes nas Serras de Santa Justa, Pias, Santa Iria e Banjas. A exploração de Sb, surge em meados do século XIX, com as minas de Vale de Achas e Ribeiro da Igreja. Em 1880 foram abertas em Gondomar as minas da Tapada e do Ribeiro da Serra e em 1881 a mina do Montalto era uma das mais produtivas da região. Esta atividade cessou na década de 1970.
A Bacia Carbonífera do Douro representa o mais importante depósito de carvão em Portugal e a antracite foi usada (1795-1994) na produção de energia. Esta atividade mineira teve impacto no ambiente devido ao grande número escombreiras nas áreas adjacentes às explorações[17,18]. Em 2005 e em 2017, na sequência dos grandes incêndios florestais, algumas escombreiras de carvão entraram em autocombustão. Na área mineira de Pejão os efeitos nos solos e águas circundantes foram avaliados no projeto SHS[4,11]. No entanto, na escombreira de São Pedro da Cova, os dados disponíveis referem-se à fase inicial da combustão[17]. Após mais de 15 anos de combustão, torna-se essencial proceder a uma avaliação urgente destes materiais e comparar os seus impactos ambientais com os da escombreira intervencionada do Fojo.
Também as águas superficiais e a drenagem mineira de Montalto e dos corpos de água artificiais das Lagoas de Midões, estas últimas afetadas por resíduos mineiros de carvão, serão alvo de abordagem do funcionamento hidrológico e hidrogeoquímico, contribuindo para a avaliação do impacte ambiental da exploração mineira, bem como para a sustentabilidade das regiões.
Neste projeto, pretende-se efetuar uma caracterização dos resíduos mineiros, dos solos e das águas afetados por estas estruturas mineiras, para identificar os impactos ambientais, e contribuir para a sua mitigação através da avaliação da saúde dos solos e da água. Este estudo integrado, baseado em dados de metodologias avançadas permitem a avaliação das alterações que ocorrem nos resíduos e solos, e dos potenciais impactos ambientais. Além disso, os lixiviados destes rejeitados atingem os ecossistemas promovendo efeitos na toxicidade do solo afetando o crescimento das plantas, visíveis através dos seus parâmetros morfológicos e da qualidade do pólen[10].
As metodologias de deteção remota e análise geoestatística dos resultados permitirão o desenvolvimento de sistemas de observação e recolha de dadosfundamentais para a criação de modelos preditivos e aplicações[1]. Integrados num ambiente SIG, estes recursos permitirão a monitorização temporal e espacial dos solos em estudo. Nos locais estudados, para além da caracterização, será efetuada uma análise de risco ambiental. Durante o projeto, serão realizadas ações de sensibilização junto da população das áreas estudadas, a fim de compreender o impacto sociológico associado à exploração dos recursos geológicos e a perceção dos riscos para a população[6,7]. Serão realizadas residências artísticas em diálogo com os investigadores e as comunidades locais e educativas[12,13].
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