Resumo: |
As aplicações estruturais da madeira têm aumentado nos últimos anos, o que se justifica por razões ecológicas e por uma crescente preocupação com o esgotamento dos recursos energéticos. Em Portugal a indústria de mobiliário adquire especial importância no que diz respeito à utilização extensiva de madeira.
O comportamento mecânico da madeira é fortemente afectado pela anatomia interna do material. Macroscopicamente a madeira pode ser considerada como um material com ortotropia cilíndrica, sendo os eixos principais de ortotropia (L, R, T) definidos pela direcção longitudinal (L) do fio, radial (R) dos anéis de crescimento, e tangencial (T) aos anéis de crescimento. Existem diferenças assinaláveis em rigidez, resistência e comportamento à fractura entre estas direcções. A tenacidade à fractura é fortemente dependente da direcção de propagação da fenda e da orientação do plano da fenda, sendo usual distinguir seis sistemas diferentes de propagação: LR, LT, RT, RL, TL e TR, indicando a primeira letra a direcção de propagação e a segunda letra a direcção normal ao plano da fenda.
É normal que os defeitos e fendas internas nas estruturas de madeira estejam submetidos a solicitações de modo misto. Estas condições de modo misto resultam não só das solicitações impostas à estrutura, mas também da anisotropia do material. O descurar dos efeitos de interacção que se verificam em modo misto pode originar erros importantes na previsão da resistência das estruturas. Torna-se assim fundamental o desenvolvimento e aplicação de critérios de modo misto na previsão do comportamento à fractura da madeira.
Os compostos de madeira são frequentemente usados em aplicações estruturais, com o objectivo de ultrapassar algumas desvantagens relacionadas com a variabilidade e heterogeneidade características da madeira. O seu fabrico consiste em colagem de subprodutos tais como folhas e laminados de madeira Por outro lado, estes compostos permitem a combinação de diferentes espécies, contri |
Resumo As aplicações estruturais da madeira têm aumentado nos últimos anos, o que se justifica por razões ecológicas e por uma crescente preocupação com o esgotamento dos recursos energéticos. Em Portugal a indústria de mobiliário adquire especial importância no que diz respeito à utilização extensiva de madeira.
O comportamento mecânico da madeira é fortemente afectado pela anatomia interna do material. Macroscopicamente a madeira pode ser considerada como um material com ortotropia cilíndrica, sendo os eixos principais de ortotropia (L, R, T) definidos pela direcção longitudinal (L) do fio, radial (R) dos anéis de crescimento, e tangencial (T) aos anéis de crescimento. Existem diferenças assinaláveis em rigidez, resistência e comportamento à fractura entre estas direcções. A tenacidade à fractura é fortemente dependente da direcção de propagação da fenda e da orientação do plano da fenda, sendo usual distinguir seis sistemas diferentes de propagação: LR, LT, RT, RL, TL e TR, indicando a primeira letra a direcção de propagação e a segunda letra a direcção normal ao plano da fenda.
É normal que os defeitos e fendas internas nas estruturas de madeira estejam submetidos a solicitações de modo misto. Estas condições de modo misto resultam não só das solicitações impostas à estrutura, mas também da anisotropia do material. O descurar dos efeitos de interacção que se verificam em modo misto pode originar erros importantes na previsão da resistência das estruturas. Torna-se assim fundamental o desenvolvimento e aplicação de critérios de modo misto na previsão do comportamento à fractura da madeira.
Os compostos de madeira são frequentemente usados em aplicações estruturais, com o objectivo de ultrapassar algumas desvantagens relacionadas com a variabilidade e heterogeneidade características da madeira. O seu fabrico consiste em colagem de subprodutos tais como folhas e laminados de madeira Por outro lado, estes compostos permitem a combinação de diferentes espécies, contribuindo assim para a preservação das florestas. Assim, o conhecimento rigoroso do comportamento à fractura em modo misto de ligações coladas em madeira é essencial para aumentar a eficiência mecânica das estruturas em madeira.
O principal objectivo deste projecto é a definição de critérios de fractura em modo misto adequados para a madeira e juntas coladas de madeira. Diferentes combinações de modo misto serão consideradas: I-II, I-III, e I-II-III. A adequabilidade dos métodos de ensaio será previamente avaliada por simulação numérica. Os métodos de ensaio seleccionados serão executados e os resultados obtidos serão comparados com os previstos pelos critérios de modo misto já existentes. Eventualmente serão propostos novos critérios de modo misto. Este trabalho de investigação constituirá uma novidade não só no âmbito da mecânica da fractura da madeira como também de outros materiais ortotrópicos. |