Resumo: |
A electroencefalografia (EEG) faz o registo da actividade elétrica cerebral ao longo do escalpe. A EEG é hoje em dia a técnica mais usada para imagiologia cerebral pois para além de oferecer uma excelente precisão temporal tem vantagens sobre técnicas com a MRI ( ressonância magnética) e CT (tomografia computorizada) quer em termos de espaço quer de preço. Existem três áreas principais de aplicação para a EEG: (i) monitorização de sono, (ii) diagnóstico clínico (ver exemplo de aplicação no anexo) e (iii) monitorização de epilepsia. Para além disso, existe um interesse crescente na aplicação desta técnica na área das neurociências (aprendizagem, conhecimento aumentado etc). Tudo somado, a crescente importância da monitorização cerebral é confirmada por uma estimativa de mercado de 1.5 biliões de dolares em 2015.
Uma das maiores aplicações da EEG é no diagnóstico da epilepsia, a qual afecta 1% da população; em 2004 os custos da doença foram orçados em 15 biliões de dolares só na Europa. Acresce que 13-20% dos pacientes apresentam problemas de diagóstico pois a detecção das crises envolve frequentemente o internamento no hospital para registo do EEG durante dias ou semanas. Se se dispusesse de um sistema EEG portátil, o próprio paciente poderia levar a cabo o exame, com maior conforto e uma redução de custos substancial para o sistema de saúde. No entanto, tem sido a crescente incidência de doenças auto-imunes, cardiovasculares e obesidade que tem feito aumentar a procura pela técnica EEG. Também nestes casos o diagnóstico pode ser demorado, pelo que se justificaria o exame em regime ambulatório.
Finalmente registe-se que apesar dos avanços tecnológicos nas áreas da electrónica e aquisição de sinal, a aquisição de sinais EEG continua a ser bastante problemática, essencialmente devido à transferência do sinal do escalpe para o elétrodo. O elétrodo mais usado é o de prata-cloreto de prata (Ag/AgCl), no entanto a sua utilização exige uma preparação prévia da pele e |
Resumo A electroencefalografia (EEG) faz o registo da actividade elétrica cerebral ao longo do escalpe. A EEG é hoje em dia a técnica mais usada para imagiologia cerebral pois para além de oferecer uma excelente precisão temporal tem vantagens sobre técnicas com a MRI ( ressonância magnética) e CT (tomografia computorizada) quer em termos de espaço quer de preço. Existem três áreas principais de aplicação para a EEG: (i) monitorização de sono, (ii) diagnóstico clínico (ver exemplo de aplicação no anexo) e (iii) monitorização de epilepsia. Para além disso, existe um interesse crescente na aplicação desta técnica na área das neurociências (aprendizagem, conhecimento aumentado etc). Tudo somado, a crescente importância da monitorização cerebral é confirmada por uma estimativa de mercado de 1.5 biliões de dolares em 2015.
Uma das maiores aplicações da EEG é no diagnóstico da epilepsia, a qual afecta 1% da população; em 2004 os custos da doença foram orçados em 15 biliões de dolares só na Europa. Acresce que 13-20% dos pacientes apresentam problemas de diagóstico pois a detecção das crises envolve frequentemente o internamento no hospital para registo do EEG durante dias ou semanas. Se se dispusesse de um sistema EEG portátil, o próprio paciente poderia levar a cabo o exame, com maior conforto e uma redução de custos substancial para o sistema de saúde. No entanto, tem sido a crescente incidência de doenças auto-imunes, cardiovasculares e obesidade que tem feito aumentar a procura pela técnica EEG. Também nestes casos o diagnóstico pode ser demorado, pelo que se justificaria o exame em regime ambulatório.
Finalmente registe-se que apesar dos avanços tecnológicos nas áreas da electrónica e aquisição de sinal, a aquisição de sinais EEG continua a ser bastante problemática, essencialmente devido à transferência do sinal do escalpe para o elétrodo. O elétrodo mais usado é o de prata-cloreto de prata (Ag/AgCl), no entanto a sua utilização exige uma preparação prévia da pele e a aplicação de uma pasta condutora. Tal torna-se desconfortável para o paciente, moroso e suscetível de causar alergias. Os chamados elétrodos secos parecem ser a solução ideal, uma vez que dispensam a utilização de gel e a preparação da pele. No entanto, a elevada impedância pele/eléctrodo exige que haja pré-amplificação integrada. Para além de serem mais caros e mais suscetiveis a artefatos de movimento, devido ao contacto puramente mecânico.
Este projecto tem como objetivo o desenvolvimento de um elétrodo para EEG concetualmente diferente, o qual reunirá as vantagens dos elétrodos húmidos e secos, eliminando contudo as suas desvantagens. Um contacto com o escalpe eficaz será conseguido sem a utilização de geis, a partir da presença de uma solução hidratante armazenada no próprio eléctrodo. A fim de conseguir este efeito será desenvolvido um polímero poroso o qual fornecerá, pelos efeitos combinados da capilaridade e gravidade, a solução hidratante ao ponto de contacto com o escalpe. Funcionará pois como uma caneta de felto, em que a parte superior servirá como reservatório. O formato em escova para um tal elétrodo foi já adoptado pela equipa noutros projectos, tendo-se mostrado bastante eficaz a fim de evitar o cabelo. O elétrodo será encapsulado, de modo a evitar a perda de solução por evaporaão. O polímero poroso, de célula aberta, será optimizado relativamente às suas propriedades mecânicas e de capilaridade, recorrendo-se à técnica da sinterização, com vários polímeros. Em seguida o polímero será revestido com um material condutor. No final do projecto os elétrodos serão testados em voluntários e comparados com os elétrodos tradicionais.
As principais carateristicas do elétrodo serão a não necessidade de pastas condutoras ou preparação da pele e a facilidade de colocação. Acresce que os polímeros deste tipo são já usados comercialmente em dispositivos desodorizantes e ambientadores, tornando-os pois bastante acessíveis em termos de preço. |