Quanto à Biblioteca, o parecer do Director Literário da Academia, emitido em 1825, não se coíbe de usar adjectivos duros, como "miserável" e "vergonhosa".
A Reforma de 1825, permitindo o aproveitamento de saldos de algumas verbas, reduzindo despesas e promovendo uma dotação satisfatória, parece ter sido eficaz, pois o Inventário de 1830 menciona mais de 500 títulos (cerca de 1500 volumes). Estes aparecem classificados em Agricultura (30), Comércio (94), Filosofia Moral e Racional (61), História e Viagens (42), Literatura (54), Matemática (233); como já referido, esta "Matemática" corresponde a Matemática + Física + Astronomia + Navegação.
Por outro lado o decreto de Julho de 1833, em que D. Pedro IV criava no Porto uma Biblioteca Pública, estabelecia que duplicados de obras, provenientes de livrarias de conventos extintos, fossem entregues à Academia Real da Marinha e Comércio ou à Real Escola de Cirurgia, antecessora da Faculdade de Medicina. A Academia receberia as obras de ciências matemáticas, navegação, comércio, agricultura, industrias e artes, geografia, cronologia e história "ou quaisquer outros ramos de conhecimento particularmente ligados com aqueles". A primeira entrega ocorreu em Fevereiro de 1836, a segunda em Outubro de 1840 (já depois da transformação em Academia Politécnica), num total de cerca de 1.100 títulos (perto de 3.000 volumes). |
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Regulador astronómico, Arnold, London, encomendado em 1804 (Museu de Ciência/núcleo FCUP)
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