Laureano Eduardo Pinto Guedes (Laureano Ribatua) 1938- Escultor, professor e pintor |
Laureano Eduardo Pinto Guedes nasceu em S. Mamede de Ribatua, no concelho duriense de Alijó, a 20 de Dezembro de 1938. Cresceu no seio de uma aldeia culturalmente distinta nas áreas da música, do teatro e das artes, na qual nasceram o ceramista e escultor Joaquim Teixeira Lopes (Teixeira Lopes, pai) e o escultor Rodolfo do Couto.
Em criança, a sua educação oscilou entre o rigor imposto pelo pai, homem de formação militar que queria vê-lo seguir a sua carreira, e a liberdade proporcionada pela mãe, que sonhava vê-lo ordenado padre.
Aos 8 anos de idade instalou-se com a família na cidade do Porto, sem, no entanto, deixar de manter uma forte ligação à terra de origem, aliás bem patente no nome artístico que veio a escolher - Laureano Ribatua.
Com o tempo, o pai veio a render-se às suas evidentes capacidades artísticas, sobretudo depois de ter pedido ao seu amigo Heitor Cramez para avaliar os desenhos da criança, que rapidamente o surpreenderam.
Aos 14 anos pintou dois óleos retratando a casa de Teixeira Lopes e o Douro.
Fez os primeiros estudos artísticos na Escola Soares dos Reis.
No Porto, contactou com os centros culturais da cidade: Tertúlia Aganipeniana, Centro Cultural para a Juventude do Clube Feniano Portuense, Centro Cultural Ramalho Ortigão e, depois, o Ateneu Comercial do Porto.
Em 1958 matriculou-se na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde foi aluno de Heitor Cramez, Dordio Gomes, Barata Feyo, Augusto Gomes, Júlio Resende, Lagoa Henriques, Eduardo Tavares, Gustavo Bastos, Artur Nobre de Gusmão, Flórido de Vasconcelos e Pais da Silva.
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo recebido durante o curso os seguintes prémios: "Legado Ventura Terra", "Congregação das 3 Artes", "1º Prémio de Desenho – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra", "Menção Honrosa de Escultura" – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.
Foi sempre um aluno interessado e participativo. Fora da escola participou nas Exposições Magnas, passou pelo TEP (Teatro Experimental do Porto). Terminou a licenciatura em 1963 com a classificação de 19 valores.
No ano de 1969 fez o Curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e foi convidado a lecionar na ESBAP.
Colaborou no atelier de Barata Feyo, nomeadamente nos relevos da Ponte da Arrábida e na estátua equestre de D. João VI, no Porto, e também trabalhou com Lagoa Henriques no Monumento aos Calafates, na Foz do Douro.
É um dos sócios fundadores da Cooperativa Árvore.
Em 1966 conheceu em Roma o escultor Marino Marini e, em Nova York, contactou com os professores James Madroudis e Rosina Florio (1970).
Nesse ano foi convidado por Pinto de Magalhães e pelo Dr. Correia da Silva para Diretor Artístico da Fábrica de Cerâmica da Meadela (Louça Regional de Viana), Viana do Castelo, e, em 1989, foi desafiado pelo Engenheiro Almeida dos Santos a assumir a Direção Artística da Fábrica de Cerâmica Regional (Cerâmica Regional do Douro).
Além da escultura dedicou-se, também, à pintura, às intervenções arquitetónicas, à cerâmica artística, à estatuária religiosa, à medalhística, à tapeçaria e à encenação.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)