Resumo (PT):
No último quartel do séc. V a.C. a tragédia ateniense parece passar
por uma espécie de crise existencial que se manifesta na procura de novas formas e na
questionação das velhas convenções que haviam definido o género. Algumas tragédias
de Eurípides e comédias de Aristófanes, que caricaturiza cenas e personagens trágicos,
são disso sinais evidentes. Sófocles não escapou a este movimento, mas a sua forma de
lidar com as convenções teatrais nunca é, como em Eurípides, tão subversiva; e, em
geral, evita o efeito cómico. No caso de Electra, o dramaturgo usa a cena convencional
do Mensageiro por forma a envolver o espectador no jogo de verdade e de mentira que
constitui o espelho da própria arte dramática.
Abstract (EN):
In the last decades of fifth century BCE Athenian tragedy seems
to go through a sort of existential crisis that manifests itself in the search for new
forms and in the questioning of the old conventions that had defined tragic genre.
Signs of this questioning can be found in Euripides’ plays, as well as in Aristophanes’
comedies, where the author plays with tragic scenes and characters. Sophocles’ theatre
did not escape this movement, but his dealing with theatrical conventions is never,
as in Euripides, so subversive and, in general, avoids the comic effect. In Electra, the
playwright uses the Messenger’s scene in order to involve the audience in the game of
truth and falsewood that mirrors dramatic art itself.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific