Resumo (PT):
Em contacto com as suas congéneres europeias e muito marcada pela herança clássica e cristã, a historiografia portuguesa foi até meados do século XX um campo privilegiado de expressão de concepções organicistas, centradas na dicotomia progresso e outros pré-conceitos que têm permeado os discursos sobre a transformação social. Historiadores liberais e positivistas de diversos matizes contribuíram para acentuar estes enfoques. Foram-se entretanto afirmando visões críticas do evolucionismo, assinalando-se continuidades mas também rupturas, diferentes expressões de resistência ao positivismo, mediante um debate transdisciplinar que envolveu abertura a outras ciências humanas e múltiplas orientações teóricas: Annales, interpretações marxistas, estruturalismo, linguistic-turn. Pretende-se nesta obra alargar o conhecimento acerca das historiografias e dos historiadores dos séculos XIX e XX - sem esquecer os seus antecedentes e tendências recentes como a história global - nas suas relações com o espaço público e a cidadania, problematizar a sua função social e cultural, tendo em atenção as relações transnacionais e os contextos em que produziram as suas obras. A partir de tópicos-chave, tecem-se balanços críticos sectoriais sobre a historiografia portuguesa, os modos de recepção de debates históricos internacionais, o lugar dos historiadores e a forma como nas suas escritas, da Revolução liberal à actualidade, se estruturaram olhares sobre Portugal na sua relação com outros povos. Em que medida presente e futuro condicionaram a construção social do passado? Qual o horizonte diferencial que os historiadores reconheceram ao passado? Como lidaram com a aceleração das experiências do tempo?
Abstract (EN):
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Notes:
Disponível em: http://hdl.handle.net/10451/34629
No. of pages:
431
ISBN:
978-989-8068-22-4
Collection:
Historiographica: Lisbon historical studies