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É atualmente reconhecida a importância de um conhecimento detalhado sobre a biodiversidade e a abundância das espécies. Em Portugal, informação sobre a distribuição espacial do peixe espada preto é escassa e obtida principalmente a partir de pesqueiros comerciais. No entanto, é sabido que os pesqueiros privilegiam locais onde os pescadores sabem que existe uma maior concentração de peixes da espécie de interesse, pelo que a estimação da abundância fica enviesada. Este é um exemplo de uma prática corrente, na qual a escolha dos locais de amostragem não é aleatória, mas selecionada preferencialmente de acordo com o gradiante da variável em observação. Este fenómeno foi apelidado de Amostragem Preferencial (PS), no sentido de uma dependência estocástica entre localizações e processo subjacente, e não apenas amostragem de locais preferidos.
Análise de dados obtidos sob PS usando métodos geoestatísticos leva a inferências erradas. Este problema foi abordado primeiramente por uma equipa de investigadores que inclui o IR deste Projeto. Os autores propuseram uma abordagem baseada num modelo Gaussiano. Mais tarde outros autores consideraram o mesmo modelo, mas do ponto de vista Bayesiano. Neste projeto pretende-se abordar questões estatísticas e computacionais na análise de dados PS que permanecem em aberto com o objetivo de assegurar que qualquer modelo para um conjunto de dados respeite o delinearmente experimental que lhe está subjacente.
Especificamente, este projeto considera a extensão do modelo nos seguintes aspetos: incluir variáveis explicativas; distribuições não Gaussianas mais apropriadas a variáveis positivas e dados de contagem; contextos espaço-temporais que permitem a obtenção de previsões de valores futuros e estudo de cenários. De notar que a inferência em dados espaço-temporais sob PS permitirá a extensão a estudos longitudinais, comuns em medicina, nos quais a PS é usualmente na dimensão tempo. As extensões referidas levantarão diversos problemas de  |
Summary
É atualmente reconhecida a importância de um conhecimento detalhado sobre a biodiversidade e a abundância das espécies. Em Portugal, informação sobre a distribuição espacial do peixe espada preto é escassa e obtida principalmente a partir de pesqueiros comerciais. No entanto, é sabido que os pesqueiros privilegiam locais onde os pescadores sabem que existe uma maior concentração de peixes da espécie de interesse, pelo que a estimação da abundância fica enviesada. Este é um exemplo de uma prática corrente, na qual a escolha dos locais de amostragem não é aleatória, mas selecionada preferencialmente de acordo com o gradiante da variável em observação. Este fenómeno foi apelidado de Amostragem Preferencial (PS), no sentido de uma dependência estocástica entre localizações e processo subjacente, e não apenas amostragem de locais preferidos.
Análise de dados obtidos sob PS usando métodos geoestatísticos leva a inferências erradas. Este problema foi abordado primeiramente por uma equipa de investigadores que inclui o IR deste Projeto. Os autores propuseram uma abordagem baseada num modelo Gaussiano. Mais tarde outros autores consideraram o mesmo modelo, mas do ponto de vista Bayesiano. Neste projeto pretende-se abordar questões estatísticas e computacionais na análise de dados PS que permanecem em aberto com o objetivo de assegurar que qualquer modelo para um conjunto de dados respeite o delinearmente experimental que lhe está subjacente.
Especificamente, este projeto considera a extensão do modelo nos seguintes aspetos: incluir variáveis explicativas; distribuições não Gaussianas mais apropriadas a variáveis positivas e dados de contagem; contextos espaço-temporais que permitem a obtenção de previsões de valores futuros e estudo de cenários. De notar que a inferência em dados espaço-temporais sob PS permitirá a extensão a estudos longitudinais, comuns em medicina, nos quais a PS é usualmente na dimensão tempo. As extensões referidas levantarão diversos problemas de índole computacional, relacionados com a necessidade de se prosseguir de modo eficiente com a estimação, que serão abordados através de métodos que incluem SPDEs e processos pontuais marcados.
A metodologia desenvolvida será aplicada à estimação da abundância espacial do peixe-espada preto a partir de dados fornecidos pelo IPMA. Por ultimo, serão delineados planos de amostragem espaciais ao longo da costa Portuguesa com o objetivo de estabelecer um benchmark em pesca. Aplicações em outras áreas são também esperadas.
A equipa deste projeto possui experiência na modelação temporal e espacial e, em particular, em estudos de abundância de espécies pesqueiras. O projeto é apoiado pela Associação de Pesca Artesanal, que se disponibilizará para colaborar com a equipa. |