Resumo (PT):
Para estudar o imaginário do fim do mundo, o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa organiza, desde 2013, uma série de seminários abertos, coincidindo com os equinócios e os solstícios. Os libretos Materiais para o Fim do Mundorecolhem alguns ensaios apresentados nesses seminários, ou textos afins. Neste oitavo libreto, Maria de Fátima Outeirinho lê a obra de Léonora Miano, escritora nascida nos Camarões e vivendo em França, sob o ponto de vista do(s) fim(ns) do mundo africanos, marcado(s) pela história da escravatura e a questão das fronteiras, da memória, da pós-memória; Jorge Lopes revisita o universo de Vergílio Ferreira e o paradigma da aldeia destruída, paraíso perdido e ruína inelutável, à luz da “serenidade” heideggeriana e do “tom apocalíptico” analisado por Jacques Derrida; e Sofia Araújo avalia as inquietantes afinidades entre a not-so-short-story “The Machine stops”, de E.M. Forster, e a nossa actualidade, dois universos fascinados pelo ideal da máquina perfeita e minados pela suspeita de uma morte da civilização.